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sábado, 26 de dezembro de 2009

POEMA À MINHA VIDA

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A minha vida é o que eu penso que é a minha vida,
um golpe de vento o que eu penso ser um golpe de vento.

Vejo no vaivém das ondas apenas a ligeireza das ondas,
a mesma sensualidade das areias que arrastam o vento
e por ele se deixam arrastar numa profunda comunhão
como a água que cai sobre as águas, sem angústia.


E nunca me arrependo de olhar o azul, fazer um gesto
de vigiar o céu, à procura duma estrela imperturbável
apenas a dizer que está ali, longe, contemplando a terra.
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.em Transparências, ed. AJEA
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

JARDIM

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Faz-me falta uma janela que dê para o jardim

para que eu possa ver um jardim

quando vou à janela.

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Assim fosse a predestinação dos meus olhos.

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Assim escusava de levar esta vida

a desejar uma janela

que apenas imagino e vejo

com o jardim abstracto de meus olhos.

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Dez 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

PEDRA DA PROMISSÃO

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Novo e novo e sempre igual
o dia de amanhã
tece fantasmas no écran.

Pode chover dias e dias a fio
como as folhas no Outono,
pode sentir-se o frio das palavras sólidas
como a única certeza do condenado,
podem mesmo aparecer sinais no céu
a dizer que não há nada

que o poeta
atento e absorvido
sonha sonhos e impérios de sonhar
e espera pelo dia prometido.


em Poemas Primeiros (reedição)

sábado, 28 de novembro de 2009

POEMA AO AMOR

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A colectânea "
A Traição de Psiquê" vai ser apresentada na Biblioteca Municipal de Gondomar, no dia 5 de Dezembro, pelas 16 horas, no âmbito de uma tertúlia de poesia do amor e do erotismo, organizada pela ARGO – Associação Artística de Gondomar, entidade promotora do IV Prémio Nacional de Arte Erótica.
Está, desde já, convidado/a a estar presente e a participar no evento.
O júri de apreciação foi constituído por Henrique Monteiro (professor, poeta), Paulo Melo-Lopes (psicólogo, escritor) e Alzira Cavalheiro (professora, pintora).
Foram apreciados 102 textos de 45 autores tendo sido seleccionados 70 textos de 37 autores. O livro tem cerca de 90 páginas.
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A minha participação foi com o poema que segue, mas, dada a enorme distância, não vou estar presente:
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...POEMA AO AMOR

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........."Ich traümte von Lieb’ um Liebe"

........Wilhelm Müller

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....Amor que amei amando o amor

....amor à terra ao mar e à vida

....que só de amor amando, amamos

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....Amor que amei amante .- amor

....amor por ti por tudo e mim

....amor ardor de amor.

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....Amor que ainda amo sem amar

....que a tudo - à terra ao mar e à vida

....amar amando amei de amor.

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.Todas as complementares informações sobre o livro, podem ser obtidas aqui




segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O MÁRMORE

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O mármore,

o escopro modelar

acariciando as formas ideadas -

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a maternidade feita vida

numa pedra.

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Sopro de helénicas

indústrias da perfeição

de olhar uma deusa nua

banhando-se

no Éden deste mundo!

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Serena descrição do amor

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ó grito abrindo a alma

para repensar a utopia

na pureza branca

duma pedra.

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inédito

terça-feira, 17 de novembro de 2009

EXERCÍCIO DE LEITURA

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(poema à Lili)

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Li

nos teus olhos

li

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ah... isso li!

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Ai, o que eu li

nos teus olhos

Lili!...

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em POEMETOS II, em preparação

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

REPOSIÇÃO

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Uma casa em pedra

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Uma casa em pedra é um lugar onde se fabricam

os utensílios mais fraternos, talvez o lugar próprio

para descobrir a nossa vocação para plantar lírios

à beira das veredas, no caminho interior do lar.

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Nela se redescobre a teimosa mão do poder das cinzas

à lareira, um jarro de água sobre a mesa, o pão amassado

na véspera, ante o alvoroço anónimo das crianças

ao odor das leveduras ainda frescas, transfiguradas.

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Dentro das pedras se erguem as vozes vindas da planície

como se viessem da própria casa, do mais íntimo da terra,

misturando-se o apelo das águas e as narrativas

de animais nocturnos, obscuros, na fronte das montanhas.

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E é daí que se lê a premonição das estrelas circundando

o destino de ervas e bichos que se fundem aos processos

por onde o vento soa, geométrico, um tempo sem data,

uma verdadeira abstracção de objectos nus, imaginários.

e
Agora veja aqui como a amiga Eliane do blog ,

compôs o poema em formato pps

(clicar para ver, ler e ouvir a composição).


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

POEMA À 5ª SINFONIA DE BEETHOVEN

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Beethoven #1

.......................................Ao Artur Neira

Foi da primeira vez
que ouvi o tam tam tam tam de Beethoven

era eu criança ainda nada
conhecia da pomba sob o cipreste

nem de dores de dentes nem da dor de Dante
muito menos da dor diante.

Foi como eu se fosse o estado puro
dum cristal que tinisse no interior duma redoma
de dentro para dentro de si próprio
de dentro para dentro do próprio cristal
da primeira vez que ouvi Beethoven
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era eu criança ainda nada conhecia dos pátios de Granada
nem de ananases redondos do Vietnam,
só sabia um pouco do sabor do sol e do sal
que trinta anos mais tarde em Londres
descobri mediterrânico.

E no entanto
o sangue acendeu-se-me de pólvora
– uma catedral cheia de formigas
no sítio dito da habitação da alma,
os músculos retesaram-se-me como a um cro-magnon
meditando um búfalo em Altamira
.
e fiquei a vida inteira a imaginar um homem surdo
atulhado em raízes de liamba
a cheirar fumo pelos tímpanos dos olhos.

em Como um Relógio de Areia

domingo, 25 de outubro de 2009

FLORES DE OUTONO

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Agora vou reclinando o corpo

entre a terra e as estrelas.

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O espaço é breve

para a brisa do mar

que ainda soa.

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E no entanto,

adormeço

no meu sonho,

sereno de harmonias

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incendiando o fino pó

da terra

com estas flores violentas,

exíguas, do outono.

sábado, 17 de outubro de 2009

AGRADECIMENTO

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Quero agradecer a todos os que estiveram presentes
no lançamento de

Viagem Através da Luz
(em especial aos amigos da blogosfera)
e também aos que me têm vindo a pedir,
directamente,
o livro.

Começo a enviá-los, na próxima semana.
BEM HAJAM!
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A NOSSA CASA

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A nossa casa é um lugar ao vento, mas buscamos

o absoluto, a bárbara verdade duma onda sobre a praia.

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Tudo nos pertence porque guardamos na memória

os restos do apego às coisas que tivemos, os gestos

de gratidão que vimos no coração dos dias violentos.

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Esta época não é a nossa. Subverte os conceitos

do ânimo, os desígnios legítimos de plenitude.

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Mas por isso ainda somos a centelha que arde devagar

na paisagem estreita de árvores estóicas, em momentos

de tempestade, na consciência das opções sublevadas.

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em "Transparências", ed. AJEA

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

SEM TÍTULO (3)

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Oh, ...dai-me exactamente
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a noção exacta da cratera
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a ver se eu consigo... etc... etc....

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

EXCERTO de "VIAGEM ATRAVÉS DA LUZ"

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" VIAGEM ATRAVÉS DA LUZ"

é um só poema de 60 páginas (918 versos),

e vai ser apresentado na Livraria Barata,

na Avª de Roma, em Lisboa, no dia 15 de Outubro,

pelas 18 e 30.

Tem a chancela das Edições Papiro.

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(Um excerto do poema)


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Transitamos através da luz

somos a pura contemplação da luz

a linguagem o cinzel dum barco

em perpétuas lúdicas viagens

ao interior dum mapa

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e os nossos olhos acendem as manhãs

ébrios pela claridade das manhãs

na linguagem alada dos sentidos e das seivas

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buscam o segredo subterrâneo da alegria

por onde se estende o seio dos rios

as ervas que ecoam pelos caminhos claros.

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São a nossa mais delicada ansiedade

mas também a nossa paixão as suas divagações

pelo oculto obscurecido dos olhos

que ignoram o modo sereno da luz

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ou as imagens que fixam os contornos do tempo

em figuras intemporais seduzidas

pela linguagem das águas

pelo rumor do vento

na dimensão do céu animado pelo voo das aves.

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E são os contornos da paisagem o nosso mundo

a nossa dedicada veneração

este modo quase ausente de persistir

na busca de formas transcendentes

de imagens de modelos de palavras

gémeas do abstracto imaginário dos nossos olhos

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por onde guiaremos os passos

nas veredas insondáveis

da luz que se acende e apaga

a nossos pés

dentro de nós mesmos.


(...)

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sábado, 19 de setembro de 2009

HABITAÇÃO

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PRETÉRITO IMPERFEITO DUM GATO

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Um gato havia um gato na estrada

……….morto

cabeça de bosta corpo de terra

…...…..sujo

e havia um laivo sangrento no asfalto

……….habituado

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Um gato havia um gato

no mole da terra que a chuva

……….faz lama

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o rabo do gato no sítio

………..da lama

.

o rabo do gato vazando por dentro

o sítio onde a lama já teve certezas

.

o rabo do gato o rabo do gato

.

…..……no asfalto

.

..............habitado


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.....em "O FRIO DOS DIAS", esgotado

terça-feira, 15 de setembro de 2009

POEMA AO CONHECIMENTO

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……….
.Se alguma vez quisermos ter um pouco
…….
....de conhecimento de qualquer coisa,
……
......é necessário separar-nos dela e olhar
……......apenas com a alma, as coisas em si mesmas

.
…….
...Sócrates

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É preciso olhar as coisas com uma cuidada distracção
distanciamento quanto baste, fora do seu quadro de referências,
as imagens que correm, que corrompem outras imagens,
formando abstracções, outras realidades concretas,
da mesma cor dos estratos geológicos, lâminas sobre lâminas
horizontais, nas raízes movediças da terra.


Esta discrição permite ao raciocínio um perfeito raios x
capaz de ler noções como tempo, silêncio, drama,
o patamar incontestado dos segredos guardados em altas torres
só conhecidos dos iniciados na ciência dos magmas da terra.


E permite mostrar como é possível a serenidade comovente
de apenas olhar, sem paixão pelos gelos dos altos cumes,
desligado do fervor endémico de ver crescer o trigo
ou conhecer o imediato destino dum pássaro caído de asa
sem procurar as suas origens, o dilema de ser coerente.
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inédito

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

VIAGEM ATRAVÉS DA LUZ

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ANÚNCIO DE PUBLICAÇÃO

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O meu 17º livro de poesia
"
Viagem Através da Luz"
será apresentado brevemente em Lisboa,
na Livraria Barata,
(em data e hora ainda a indicar).
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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

POEMA A UM DINOSSAURO

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É urgente estudar as pegadas dos dinossauros

que por aqui morreram há milhões de anos

deixando no ar este frémito de angústia,

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para algum ensinamento útil, alguma nova luz

sobre o comportamento das raízes febris,

mormente sobre a função do seu apego à terra.

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Nelas se reconhece uma ideia de passageiro

num alvo horizontal sobre o chão cercado.

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Têm a estrutura móvel, táctil, dum esteiro

organizado pelas ciências exactas do comércio

estratificado em paralelas camadas geológicas.

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Roçam o paradigma da precisão geométrica

como as estátuas, insinuando os gregos.

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Explicam os tijolos feitos do barro nupcial

a curvatura vã do céu observado à noite

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e são como um livro de sentenças insuspeitadas

que jaz na fronteira duma torre entreaberta.

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em TERRACHÃ, ed. AJEA