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A nossa casa é um lugar ao vento, mas buscamos
o absoluto, a bárbara verdade duma onda sobre a praia.
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Tudo nos pertence porque guardamos na memória
os restos do apego às coisas que tivemos, os gestos
de gratidão que vimos no coração dos dias violentos.
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Esta época não é a nossa. Subverte os conceitos
do ânimo, os desígnios legítimos de plenitude.
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Mas por isso ainda somos a centelha que arde devagar
na paisagem estreita de árvores estóicas, em momentos
de tempestade, na consciência das opções sublevadas.
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em "Transparências", ed. AJEA