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domingo, 19 de dezembro de 2010

POEMA DE NATAL

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Vem das profundezas da memória do fim das trevas
um caminho mítico para os exercícios da alegria
do barro ainda mole dos objectos.
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Assim o pressentimos com fogos de encantamento
a enorme plenitude do orvalho das manhãs.
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Talvez nos enredemos em ludíbrios ágeis
pela cerimónia de louvar a imagem virtual dum deus
em seu nicho distante negligenciando as vozes da planície
.
mas vale a pena tentarmos nós próprios a utopia
porque os deuses estão longe delidos noutros dilemas
noutras abstractas equações inatingíveis
porventura ainda mais utópicas que as nossas.
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Diremos Natal como se diz um bálsamo
ou um violino tangendo as cores dum perdido chão
testemunhando os alicerces duma fogueira na água
e no pó do nosso destino também um murmúrio incerto
alheio à vontade transparente das estrelas.
DESEJO UM FELIZ NATAL 
A TODOS 
OS MEUS ESTIMADOS LEITORES