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O DESENVOLVIMENTO DO POEMA
OU
POEMA PÓSTUMO DE MIM
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Onde inventar um caminho legítimo
para o êxodo, uma porta entreaberta
respirando o ar que vem da terra?
Os muros da cidade sustentam-se
destas incertezas, destas cortinas
de fogo, este balbuciar de cansaços
inexactos, intranquilos como o fumo
esparso, dispersando vozes alheias.
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Não nos inclina a dureza das pedras,
a sua fiel sabedoria de intransigências.
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Mas tarde é inútil, para fingir exílios.
Hoje já é ontem, para o fim indiciado.
em Terrachã, ed. AJEA