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Nem sempre nos é possível encontrar uma romã
quando se procura uma sombra junto à fonte,
um sentido para a nossa sede urgente, uma luz dízima
para um esquecimento à beira da memória.
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Diremos a evidência dos lugares que nos olham
com a indiferente irreverência de claustros
imunes às feições do tempo, seus inquilinos frágeis
– por isso mesmo merecedores dum longo enlace –
ou a uma gota de água para a rede das raízes
que esperam o amante adormecido.
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A vida nega-nos a veleidade dum equilíbrio assente
na leveza verdadeira de
horizontes claros
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e assim nos alimentamos da utopia da visão desnuda
de singulares cometimentos, num quadro improvável
à beira duma fonte onde despontam as romãs