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segunda-feira, 7 de abril de 2008

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Sem saber como nem donde

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Sem saber como nem donde eu vinha,

enfiei os pés na água escorrendo daqueles olhos escuros

que fitavam a eternidade.

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Estava o caminho recoberto de musgo, líquens sobre a pedra,

pedaços de ervas e árvores decaindo aos bolores do tempo.

Ao lado, uma bola prateada, redonda, rodava na roleta

e caía num poço

que se estendia às fragas da montanha

a avultar na minha frente,

derruindo.

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Sinto um baque no barro do coração.

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Amanhã virá a manhã a sair das trevas.

Sonho, logo ainda existo.

E é pelo sonho que resisto.

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Mas não há maneira de sair dali.


O meu cérebro trabalha tão depressa como a seiva,

o coração da terra reclamando os seus mártires;

tanto mais que eu e ela nos aproximávamos tanto,

nos colávamos tanto na mesma visão de fogo e cinzas,

que eu comecei a perceber que não havia nada

como aquele calor

que me chegava ao sangue e me transformava num ser repleto,

saturado da ternura daquele momento,

daquela suprema verdade.

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Bebi da água

que aos poucos ia dissolvendo o barro do meu coração.

Deixei correr as estradas, as estrelas,

os rios do mesmo deslumbramento.

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Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão.

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inédito