HOMENAGEM À PRIMAVERA
sobre as flores do quintal
JUNTO AO MAR
Sempre encontrei a plenitude na plenitude junto ao mar.
Talvez (e talvez seja a palavra imprecisa por excelência/
assim uma irremediável certeza na dúvida certa/
um latejar súbito apressado inquieto coração/
ao impulso da adrenalina/) talvez, dizia,
junto ao mar sinta eu o ruído da terra o mais profundo
confundindo-se com o do mar
e com este o do meu pulsar inquieto coração
que trago debaixo destes olhos de horizontes.
o princípio das coisas e se prolonga
por subsequente cadência ou consequente inércia)
talvez, dizia, tenha eu o inconsciente lampejo
de omnisciente consciência abarcando o todo
a terra e o mar, e o meu ser de água e pó,
a inconsciente consciência que traz a plenitude
que só encontro plenamente na plenitude junto ao mar.
que mantém em equilíbrio o desequilíbrio constante
do meu sangue/ mar onde se acalma o desassossego
dos meus dias inquietos/ mar onde descanso o olhar
olhando olhando apenas a tua imensidade ó mar.
talvez
porque eu tenha nascido junto ao mar.