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sábado, 18 de abril de 2009

POEMA CONTRA

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Contra que efeitos visuais auditivos sensoriais difusos

subsequentemente traduzidos por exemplo pelo arrière-goût

dum bourgogne ou deste colares em sua garrafa verde garrafa

tão rigorosamente cheia de cognições.

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Contra que estados de alma – o ópio a televisão do drama

a viragem no barranco eléctrico amarelo do Carmo.

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Contra que imagens gestos molduras vernizes – a cara do sujeito

o timbre da voz que arrepia os tons armazenados na paleta

dos ossos sobre os quais ando como jogo me transmito e passo.

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Contra que filosofias aritméticas métodos medidas lógicas

se só avanço a golpes de loucura a arrombamentos de portas

a viagens pelo mar violento do pacífico

debaixo da grande abóbada negra pejada de estrelas

donde caiem belíssimas colunas gregas

e esta incansável necessidade de repensar

o homem o seu destino a vida (havida) e o vírus.

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Contra que tempo ou época ou brisa e suas reverberações

de azul nuvens poeira fumo níveis de convencional mediania

geralmente aceite pela mediania realmente convencional

abcesso abjecto e alegre.

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Contra que influências por irradiação lume luzes

visíveis ou invisíveis induções electromagnéticas

parece que apenas desprendidas dum olhar logo nos aprisiona

e sobe pelas pernas acima sob a forma suprema

dum lagarto ao sol.

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Contra que perspectivas palco décor plongée

visto de baixo voo visto de cima sou um monte de ossos

uma máquina de fazer caca tão ordeiramente organizada

que rebento de gozo pelos poros dos sangue.

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Contra que compostura de substrato cultural –

não nego o efeito abomino a inerência a preservação

o uso e abuso das cores da bandeira a caixa de lápis-de-cor

que cheira a ranço à segunda vez dum english breakfast.

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Contra que fenomelogia de cristais tão cristalinamente

geométrica tão repentinamente equação

tão solene e atulhada de redomas catedrais europas flor e fruto

tim-tim por tim-tim.

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Contra que mistérios que só são mistério para quem conta

pelos dedos como a menina mulher naquela manhã lilás

explodida através dum relâmpago visível pelos séculos

dos séculos até à noite de absinto mãe da morte previsível

da espécie

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ora ora...

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em ANTOLOGIA ANTI-FLORAL, Ed. BARLAVENTO

segunda-feira, 13 de abril de 2009

POEMA ÀS FLORES

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(...)

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Ah..........inundemos o deserto

de flores

do deserto!

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em 37 Poemas (o meu primeiro livro) esg.