Em S. Paulo
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Do meu livro "Por detrás das Palavras", recentemente publicado no Brasil, um poema.
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Como não havemos de questionar este mundo,
as suas estrelas transgressoras, na aventura temível
de erigir uma flor e destruí-la com um bafo de vento
vindo duma ciência longínqua, um destino indecifrável?
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É nestes fósseis da pedra, que se lê a impressão digital
dum crepúsculo, uma lâmina de vertigens breves,
ah, um deus ignorante da plenitude do amor terreno,
amor que não se esgota com a morte das espécies.
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Como deveremos interpretar as manifestações
de apego à terra, dos humildes bichos da terra,
uma fogueira inextinguível que há-de ver-se ao longe
quando se apagarem os últimos restos do sol?
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