.
-
Estes muros são a nossa casa,
o modo austero de preservar
o tecto
onde encontrar um refúgio, o alento
para dizer as palavras indizíveis.
-
Aqui coabitamos com as dúvidas
que escondem um instante efémero,
uma noção solene do nosso tempo breve
para discorrer sobre os acasos.
-
Transpiramos as sombras espessas
que chegam depois da exígua claridade
ofuscando o brilho dos nossos olhos
-
para que o amanhã de novo se construa
por cima dos nossos restos da luz morta.
.