.As cores dizem o tempo,
.o granizo que embranquece as arestas do granito,
.o hortelã respirando pequenas flores de sabor a sul.
.Ó a antiga sapiência das árvores
.e dos caminhos
.e da plenitude nas planícies de verdura!
.Como não hei-de segredar o teu nome
.ó bonina de incenso, em noites de paixão,
.nos pântanos que parecem eternizar os teus segredos?
.És o pólen e a cegueira
.de espirais hipnóticas de paz e medo,
.em águas nascentes de musgo e de frescura.
.És a vertigem duns olhos feridos pelo orvalho
.das manhãs, ao cair da tarde
.e eu te invoco na busca dos limites
.que fazem o fascínio, a vigília perturbada
.do teu violoncelo tocando ao vento.