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O tempo passa à flor dum vidro
transparente de angústias, de alegrias,
desfeito em silêncios, em ausências.
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Só nos sustenta a frescura lhana
das manhãs, a brisa apolínea dos estios,
porque buscamos a nudez, a despojada luz
o sonho rupestre persistente das origens.
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em "Transparências", ed. AJEA