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Sonhamos voar azul dos pássaros –
uma grinalda branca para enfeitar um rosto de mulher,
um cavalo de sangue lusitano no coração dum réptil.
De tempos a tempos desenterramos um diamante
dentro duma ostra
(que nunca nos pertence),
mas resistimos
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porque as águas caiem escorrendo sobre a fronte
porque a cidade se estende no interior
das árvores
porque as árvores se justificam na solidão dos ares.
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em "Transparências", ed AJEA, 1999