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sábado, 12 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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Sem saber como nem donde
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Sem saber como nem donde eu vinha,
enfiei os pés na água escorrendo daqueles olhos escuros
que fitavam a eternidade.
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Estava o caminho recoberto de musgo, líquens sobre a pedra,
pedaços de ervas e árvores decaindo aos bolores do tempo.
Ao lado, uma bola prateada, redonda, rodava na roleta
e caía num poço
que se estendia às fragas da montanha
a avultar na minha frente,
derruindo.
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Sinto um baque no barro do coração.
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Amanhã virá a manhã a sair das trevas.
Sonho, logo ainda existo.
E é pelo sonho que resisto.
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Mas não há maneira de sair dali.
O meu cérebro trabalha tão depressa como a seiva,
o coração da terra reclamando os seus mártires;
tanto mais que eu e ela nos aproximávamos tanto,
nos colávamos tanto na mesma visão de fogo e cinzas,
que eu comecei a perceber que não havia nada
como aquele calor
que me chegava ao sangue e me transformava num ser repleto,
saturado da ternura daquele momento,
daquela suprema verdade.
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Bebi da água
que aos poucos ia dissolvendo o barro do meu coração.
Deixei correr as estradas, as estrelas,
os rios do mesmo deslumbramento.
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Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão.
.inédito