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quarta-feira, 25 de julho de 2007

POEMA AOS CONDENADOS

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Já não era possível voltar atrás,
nem era possível fitar o caminho passado
com a alegria de o ter vencido.

Agora todo o arco do céu se recobria das suas cores nítidas
com fantasmas de luz fátua, constelações austeras,
andrómeda e hidra,
ainda o mesmo mistério obscuro
calava as serpentes de sedução que se enroscavam nas árvores,
à beira da mais pura lídima transgressora alegria.

As póstumas metáforas de sol dardejavam desejos imprecisos,
obsessões ímpias, espectros.

Soava uma melodia melancólica que anunciava o principio do fim,
como se ouvíssemos um piano moribundo indo para os graves.

Agora tudo se resumia a um espasmo de nocturnas
efémeras mariposas despedaçadas ao calor do dia claro,
amaldiçoando os regressos da luz,
a luz coada etérea das estrelas que para sempre brilham nos céus
e que espalham os seus ocasos imperceptíveis vagarosos,
nos olhos dos condenados.


Inédito

36 comentários:

  1. O que acabei de ler não é só um belíssimo poema...
    é uma orgia de palavras, uma ode à nossa língua, que a resgata dos atropelos a que é submetida, cada vez mais.
    Palavras para serem ditas, sentidas no seu significado mais profundo, pensadas com carinho.
    Obrigada por elas, amigo

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  2. Grato pelas suas observações.
    Ainda bem que há quem também pugne para a nossa língua possa exprimir-se em todas as suas potencialidades, que são imensas.
    Bem haja.

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  3. Mais um belo poema, de tantos momentos da vida...

    Beijo doce

    Cõllybry

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  4. CONDENADOS?!!!!
    Ou apenas a certeza dos destinos?!!!
    Um destino que leva ao fim; prenúncio de renascimento!!!!

    Belissimo caminho de retorno...

    Um resto de BOA NOITE!

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  5. A certeza dos destinos, diz bem. Mas vem dar ao mesmo.
    Um abraço.

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  6. Intensas letrinhas que tornam o texto belíssimo, querido!

    Beijinhossss

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  7. Fantástica a coordenação de palavras.
    Não te conhecia...Adorei.

    bj

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  8. Cada frase merece que nos deleitemos demoradamente... Reli-o já várias vezes e em cada uma delas descubro sempre sentidos diferentes. Nisso está a sua distinção!
    Um beijinho

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  9. Oiça, jrl, quando há gente que entende que nada está ali por acaso, então, sentimo-nos reconfortados.
    Um abraço

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  10. Vindo agradecer a sua visita
    Eis que deparo com tão belo poema
    Gostei muito:)))

    Uma noite sereninha
    (*)

    Obrigado:))

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  11. Venho sempre para seu blog com uma xicrinha nas mãos e por aqui fico!

    Salve!

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  12. Belo amigo Vieira
    Condenado pela beleza ou seja bem condenado.
    Sincero abraço

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  13. Em casa de sábios, os tontos se calam.

    Estou condenada à luz!

    Beijinhos

    Maria

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  14. � um reconforto para alma ler palavras t�o lindas logo pelo in�cio da manh�.
    Bjs Zita

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  15. Um belo poema. Cada leitura mostra-nos caminhos diferentes. Felicito-o por isso e pela sua excelência.

    Grata pela sua presença num dos meus blogues, aproveito para informá-lo que todos poemas postados foram escritos por mim (seu comentário em "A Parnaso"), exceptuando aqueles em que menciono o nome do autor.

    Esperando continuar a merecer a sua distinção em ler-me, com carinho deixo um abraço

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  16. normalmente pomos estrelas nos poemas; aqui as estrelas nascem na poesia.

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  17. "calava as serpentes de sedução que se enroscavam nas árvores"

    Eu desejo-as todos os dias da minha vida, sem elas...tudo assume os contornos do cinzento...

    Votos de excelente fim-de-semana.

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  18. Ola
    Entrei sem licença...
    Mas ,adorei o que encontrei...
    É maravilhoso deixar nos perder nesta leitura...
    desejo te um lindo fim de semana cheio de paz
    deixo te um
    beijo doce
    DarkAngel

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  19. Olá, darkangel: o seu sapo não deixe que ponha um comentário no seu blog.
    Estou farto do Sapo, mas você não tem culpa, claro.
    Bom Domingo.

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  20. Bom dia

    Acho que é uma ficção dentro de uma realidade....

    Australian Islet - Art Print- Johnson

    Abraço de Boa semana...

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  21. Muito belo o que escreve; muito belo mesmo, escrito com mestria!
    Parabéns!!!
    Obrigada pela passagem e comentário.
    Gostei imenso de aqui vir!
    Voltarei!


    Maria Mamede

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  22. Com umas sobras de tempo, venho reler, saborear as palavras, construir as imagens nelas sentidas.
    Porque as sinto como uma trama, com fios entrelaçados numa teia que nos seduz e nos prende.
    Delícia para "ouvidos"
    Um abraço

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  23. Pode não ter nada a ver, mas o meu primeiro pensamento foi para os pseudo-políticos e o Povo. Enganei-me? Se sim, peço desculpas pela má interpretação.
    Adorei o poema.
    Beijos...

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  24. Vieira Calado, meu amigo; permita-me tratá-lo por AMIGO, não conhecia a sua poesia, mas com a visita que fez ao meu blog, pode ter o previlégio de conhecer o seu. Agradeço as suas palavras e com mais tempo, vou ler toda a sua poesia.
    Beijinhos,

    Fernanda

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  25. Codenados, não é um poema,um soneto , ou uma prosa, é Tudo,
    É um jorrar de palavras que nos toca
    Saudações amigas

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  26. Obrigado c valente, pelas suas palavras.
    Mas, não estará a exagerar?
    Um abraço-

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  27. Há muito tempo que leio o que escreve, as vezes não comento porque diz sempre TUDO e fico sem nada para dizer. O facto de gostar, faz-me voltar sempre. Qt blog em si, acho que comentou um texto meu. Mas mesmo que não volte a comentar,eu voltarei sempre.
    Se deixar, é claro.
    Boa semana.

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  28. Venho retribuir tua visita
    e conhecer o teu blog.
    Escreves com sensibilidade
    e enorme talento.
    Em cada verso teu,
    o sentimento aflora
    com grande maestria...

    Gostei de ler todos
    os teus poemas,
    mas especialmente:
    "QUANDO EU ME AUSENTAR",
    "CANTAI AINDA"
    e "O MAR"
    estes tem uma suavidade,
    um doce encantamento
    e ao mesmo tempo
    repassam intensos sentimentos.
    São belíssimos!
    Venha me visitar
    quando tiveres tempo.
    A casa é sua...
    Um abraço.

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  29. O princípio do fim já começou sem a melodia que o anuncia... Adorei o poema :)

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  30. Muitas vezes fico sem palavras. É o caso. Acho absolutamente maravilhoso o poema.

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  31. Passei e li. Até ao fim. Prendeu-me.
    Abraço.

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  32. Olá Viera Calado, vim, vi, e gostei de tua página. Meus parabéns.

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