.
Já não era possível voltar atrás,
nem era possível fitar o caminho passado
com a alegria de o ter vencido.
Agora todo o arco do céu se recobria das suas cores nítidas
com fantasmas de luz fátua, constelações austeras,
andrómeda e hidra,
ainda o mesmo mistério obscuro
calava as serpentes de sedução que se enroscavam nas árvores,
à beira da mais pura lídima transgressora alegria.
As póstumas metáforas de sol dardejavam desejos imprecisos,
obsessões ímpias, espectros.
Soava uma melodia melancólica que anunciava o principio do fim,
como se ouvíssemos um piano moribundo indo para os graves.
Agora tudo se resumia a um espasmo de nocturnas
efémeras mariposas despedaçadas ao calor do dia claro,
amaldiçoando os regressos da luz,
a luz coada etérea das estrelas que para sempre brilham nos céus
e que espalham os seus ocasos imperceptíveis vagarosos,
nos olhos dos condenados.
Inédito
Já não era possível voltar atrás,
nem era possível fitar o caminho passado
com a alegria de o ter vencido.
Agora todo o arco do céu se recobria das suas cores nítidas
com fantasmas de luz fátua, constelações austeras,
andrómeda e hidra,
ainda o mesmo mistério obscuro
calava as serpentes de sedução que se enroscavam nas árvores,
à beira da mais pura lídima transgressora alegria.
As póstumas metáforas de sol dardejavam desejos imprecisos,
obsessões ímpias, espectros.
Soava uma melodia melancólica que anunciava o principio do fim,
como se ouvíssemos um piano moribundo indo para os graves.
Agora tudo se resumia a um espasmo de nocturnas
efémeras mariposas despedaçadas ao calor do dia claro,
amaldiçoando os regressos da luz,
a luz coada etérea das estrelas que para sempre brilham nos céus
e que espalham os seus ocasos imperceptíveis vagarosos,
nos olhos dos condenados.
Inédito
O que acabei de ler não é só um belíssimo poema...
ResponderEliminaré uma orgia de palavras, uma ode à nossa língua, que a resgata dos atropelos a que é submetida, cada vez mais.
Palavras para serem ditas, sentidas no seu significado mais profundo, pensadas com carinho.
Obrigada por elas, amigo
Grato pelas suas observações.
ResponderEliminarAinda bem que há quem também pugne para a nossa língua possa exprimir-se em todas as suas potencialidades, que são imensas.
Bem haja.
Mais um belo poema, de tantos momentos da vida...
ResponderEliminarBeijo doce
Cõllybry
CONDENADOS?!!!!
ResponderEliminarOu apenas a certeza dos destinos?!!!
Um destino que leva ao fim; prenúncio de renascimento!!!!
Belissimo caminho de retorno...
Um resto de BOA NOITE!
A certeza dos destinos, diz bem. Mas vem dar ao mesmo.
ResponderEliminarUm abraço.
Belo!
ResponderEliminarIntensas letrinhas que tornam o texto belíssimo, querido!
ResponderEliminarBeijinhossss
Fantástica a coordenação de palavras.
ResponderEliminarNão te conhecia...Adorei.
bj
Cada frase merece que nos deleitemos demoradamente... Reli-o já várias vezes e em cada uma delas descubro sempre sentidos diferentes. Nisso está a sua distinção!
ResponderEliminarUm beijinho
Oiça, jrl, quando há gente que entende que nada está ali por acaso, então, sentimo-nos reconfortados.
ResponderEliminarUm abraço
Vindo agradecer a sua visita
ResponderEliminarEis que deparo com tão belo poema
Gostei muito:)))
Uma noite sereninha
(*)
Obrigado:))
Venho sempre para seu blog com uma xicrinha nas mãos e por aqui fico!
ResponderEliminarSalve!
Belo amigo Vieira
ResponderEliminarCondenado pela beleza ou seja bem condenado.
Sincero abraço
Em casa de sábios, os tontos se calam.
ResponderEliminarEstou condenada à luz!
Beijinhos
Maria
� um reconforto para alma ler palavras t�o lindas logo pelo in�cio da manh�.
ResponderEliminarBjs Zita
Um belo poema. Cada leitura mostra-nos caminhos diferentes. Felicito-o por isso e pela sua excelência.
ResponderEliminarGrata pela sua presença num dos meus blogues, aproveito para informá-lo que todos poemas postados foram escritos por mim (seu comentário em "A Parnaso"), exceptuando aqueles em que menciono o nome do autor.
Esperando continuar a merecer a sua distinção em ler-me, com carinho deixo um abraço
normalmente pomos estrelas nos poemas; aqui as estrelas nascem na poesia.
ResponderEliminar"calava as serpentes de sedução que se enroscavam nas árvores"
ResponderEliminarEu desejo-as todos os dias da minha vida, sem elas...tudo assume os contornos do cinzento...
Votos de excelente fim-de-semana.
Ola
ResponderEliminarEntrei sem licença...
Mas ,adorei o que encontrei...
É maravilhoso deixar nos perder nesta leitura...
desejo te um lindo fim de semana cheio de paz
deixo te um
beijo doce
DarkAngel
Olá, darkangel: o seu sapo não deixe que ponha um comentário no seu blog.
ResponderEliminarEstou farto do Sapo, mas você não tem culpa, claro.
Bom Domingo.
Bom dia
ResponderEliminarAcho que é uma ficção dentro de uma realidade....
Australian Islet - Art Print- Johnson
Abraço de Boa semana...
excelente poema. abraços
ResponderEliminarMuito belo o que escreve; muito belo mesmo, escrito com mestria!
ResponderEliminarParabéns!!!
Obrigada pela passagem e comentário.
Gostei imenso de aqui vir!
Voltarei!
Maria Mamede
Absolutamente...fantástico
ResponderEliminarCom umas sobras de tempo, venho reler, saborear as palavras, construir as imagens nelas sentidas.
ResponderEliminarPorque as sinto como uma trama, com fios entrelaçados numa teia que nos seduz e nos prende.
Delícia para "ouvidos"
Um abraço
Pode não ter nada a ver, mas o meu primeiro pensamento foi para os pseudo-políticos e o Povo. Enganei-me? Se sim, peço desculpas pela má interpretação.
ResponderEliminarAdorei o poema.
Beijos...
Vieira Calado, meu amigo; permita-me tratá-lo por AMIGO, não conhecia a sua poesia, mas com a visita que fez ao meu blog, pode ter o previlégio de conhecer o seu. Agradeço as suas palavras e com mais tempo, vou ler toda a sua poesia.
ResponderEliminarBeijinhos,
Fernanda
Codenados, não é um poema,um soneto , ou uma prosa, é Tudo,
ResponderEliminarÉ um jorrar de palavras que nos toca
Saudações amigas
Obrigado c valente, pelas suas palavras.
ResponderEliminarMas, não estará a exagerar?
Um abraço-
Há muito tempo que leio o que escreve, as vezes não comento porque diz sempre TUDO e fico sem nada para dizer. O facto de gostar, faz-me voltar sempre. Qt blog em si, acho que comentou um texto meu. Mas mesmo que não volte a comentar,eu voltarei sempre.
ResponderEliminarSe deixar, é claro.
Boa semana.
Venho retribuir tua visita
ResponderEliminare conhecer o teu blog.
Escreves com sensibilidade
e enorme talento.
Em cada verso teu,
o sentimento aflora
com grande maestria...
Gostei de ler todos
os teus poemas,
mas especialmente:
"QUANDO EU ME AUSENTAR",
"CANTAI AINDA"
e "O MAR"
estes tem uma suavidade,
um doce encantamento
e ao mesmo tempo
repassam intensos sentimentos.
São belíssimos!
Venha me visitar
quando tiveres tempo.
A casa é sua...
Um abraço.
O princípio do fim já começou sem a melodia que o anuncia... Adorei o poema :)
ResponderEliminarMuitas vezes fico sem palavras. É o caso. Acho absolutamente maravilhoso o poema.
ResponderEliminarPassei e li. Até ao fim. Prendeu-me.
ResponderEliminarAbraço.
Pssei por cá!
ResponderEliminarGostei muito!
:)
Olá Viera Calado, vim, vi, e gostei de tua página. Meus parabéns.
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