.
Somos um arquivo bucólico de memórias,
o mote rústico duma estrofe repetida
ecoada pelos vales, plena de sabores e sal
que transportamos pela vida, dentro do sangue,
e entretemo-nos na presunção de que cresçam
dos nossos actos as ervas regeneradas
pela primavera das vidas que perpassam.
Conservamos imagens bolorentas, baços
retratos de antepassados que mal conhecemos
talvez na esperança de que os nossos filhos
guardem os nossos, ou os venerem
e evoquem outros rastos de outras vidas,
entendam a frágil angústia que foi a nossa.
Elas são o espelho de cópias degeneradas
iguais à paisagem que adivinhamos na história
dos que por aqui passaram deixando lembranças
de outros dramas ou alegrias passageiras
iguais às que se avizinham no tempo que passa
por cima do grande mar que desponta os sóis.
Tão ambíguo ´nosso destino, dizer que nossos atos não importam, não é verdade. Todavia nossa pessoa não importa e isso machuca o ego.
ResponderEliminarAdorei o poema e as metáforas.
beijos
As memórias enchem-me. Sufocam-me todos os dias. Para as memórias não há amanhã, só há o ontem. E eu estou cheia de ontens. Quero amanhãs. Quero respirar ar puro cacimba vento amanhã. Que chova! Quero lavar-me por dentro e que as águas levem todas as memórias. Para ser eu outra vez. Para começar tudo de novo. E repetir tudo o que fiz. E voltar a ter memórias. Que me sufocam...
ResponderEliminarFoi o que deixei no meu blog hás dois dias...
Beijo.
Meu querido Poeta
ResponderEliminarDepois de seguir-mos a nossa viagem, apenas quem ficar de nós pode prosseguir...lembrando o que fomos.
Adorei o poema.
Beijinhos
Sonhadora
...e assim é o eterno ir e vir,
ResponderEliminarora aqui, ora acolá, e nestas
idas e voltas levamos e trazemos
pesadas bagagens de folhas envelhecidas no livro da vida.
oxalá pudessemos vez ou outra
encontrar neste livro páginas
coloridas pelos dias bem vividos,
em momentos de felicidade plena.
amei ler-TE
deixo meu beijo!
Querido amigo poeta, realmente guardamos velhos retratos, de antepassados que na maioria das vezes nem conhecemos. Acredito que tenhas razão, fazemos isso para que nossos filhos também cultivem esse hábito e quem sabe entre uma passada e outra pela estante da sala, digam:- Olha, esse aqui era meu pai, ou minha mãe...As lembranças ficam, mas a hora de dizer EU TE AMO, é agora, enquanto podemos abráça-los, senti-los junto ao coração...a moldura do retrato não tem graça nenhuma....
ResponderEliminarTenha um lindo final de semana...Beijocas
Maravilhosa poesia!
ResponderEliminarPara as gerações seguintes
bjs
Adoro seus poemas
ResponderEliminarBom final de semana
=D
Simplesmente maravilhoso, adorei!
ResponderEliminarBeijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Que lindo!
ResponderEliminarBjus
Tem tanta razão como beleza naquilo que nos transmite hoje: somos, de facto, assim.
ResponderEliminarbj
Amigo.
ResponderEliminarSomos um arquivo sim.
Mas um arquivo sem gavetas,
sem separadores,
ou fechaduras.
Somos um arquivo sim,
de lembranças,
de esperanças
e aventuras.
Muito interessante o teu poema. Fugindo um pouco ao estereotipo.
Um grande abraço meu bom amigo.
Victor Gil
Entre memórias do passado e ilusões do futuro, vivemos o presente.
ResponderEliminarAbraço
Interessante, mas isto é parte do nosso legado, de deixar parte de nós em que amamos, ou detestamos...
ResponderEliminarMas nem sempre fazemos um bom trabalho, sendo que por isto explica que as vezes é tão facil nos esquecerem.
Fique com Deus, menino Vieira Calado.
Um abraço.
*
ResponderEliminargostei das tuas palavras,
.
diria que somos
um disco rígido !
,
saudações,
,
*
Mas ai que está o problema, pois geralmente deixamos o nosso legado em quem a gente conheceu, mas só quando nós realmente marcamos a vida...
ResponderEliminarFique com Deus, menino Carlos Vieira.
Um abraço.
Amei este poema. Mas tempinho atrás assisti uma aula de história: me senti um enciclopédia.
ResponderEliminarMas gosto de ser saudosista.
Bjs. Edna.
Memorias são tudo o que levamos conosco...
ResponderEliminarO que fomos e o que fizermos e o que vai ficar nas memorias de quem nos quer bem...
Lindo texto!
Olá amigo,
ResponderEliminarFaço das palavras da Marilu as minhas próprias. É preciso aproveitar o que ainda se tem no presente, o que ainda temos de vivo.
Beijo grande!!!
Meu querido Poeta...seus belos versos me levam a pensar em tantas coisas da vida...
ResponderEliminarDoce final de semana ....beijinhos...
Valéria
Se lembrarem a angustia que foi nossa, não nos esquecerão e não esquecendo, não perdem a memória. É lá, na memória, que habitaremos um dia. Assim espero!
ResponderEliminarBeijinho
E pelo mar que desponta os sóis as mais belas e intensas imagens refletidas.
ResponderEliminarQue delícia de poema.
Suas poesias tem sabores e cores que nos deixam tatuada a alma.
Beijinhos
Claro Vieira...
ResponderEliminarPoeta e senhor de grandes palavras, que convidam, na sua leitura, à reflexão através da forma mais bonita... a poesia.
Assim que comecei a ler, quase que por ali ficava, de encantado...
"Somos um arquivo bucólico de memórias...".
Puxa...minha nossa. As palavras Fluem.
Amigo Vieira Calado,
Um Abraço
...E por cima desses tantos mares que somos nós!
ResponderEliminarBeijo, Calado!
Belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarUm abraço
O desenho dos nossos corpos arquivam a fórmula ancestral
ResponderEliminarA cultura sustenta a insustentabilidade dos vapores
Dando-nos a ilusão de continuidade mas
Por cima do grande mar onde despontam os sois
Suspensa do Éter, Volita a liberdade, incarcerável
Sem fórmula, sem lei que lhe dê realidade, inarquivável
E a finitude do arquivo é realidade pequena
Para guardar a infinitude do ideário que se é
Nem Filho, nem amigo, nem cultura
Têm dimensão para guardar o infinito
E se alguma ideia tenho de incomensurável
É a da solidão humana
Que por ser grande
Fez curta.a vida
Bom fds Poeta
salve, poeta, que, ao te ler, sinto a respiração de letras garatujas, de horizontes, no aqui e no agora de vi-ver.
ResponderEliminarsaudações,
luis de la mancha
Quer queiramos ou não, o "arquivo" genético existe em nossas vidas e mais cedo ou mais tarde ressuscitam como primaveras que por vezes se transformam em invernos gelando o nosso esqueleto sem dó nem piedade.
ResponderEliminarUma beleza de palavras profundas do seu grande mar de poesia que desponta num enorme abraço a todos os seus amados leitores.
Forte abraço
Mer
Quer queiramos ou não, o "arquivo" genético existe em nossas vidas e mais cedo ou mais tarde ressuscitam como primaveras que por vezes se transformam em invernos gelando o nosso esqueleto sem dó nem piedade.
ResponderEliminarUma beleza de palavras profundas do seu grande mar de poesia que desponta num enorme abraço a todos os seus amados leitores.
Forte abraço
Mer
Olá Poeta, de facto somos um arquivo de memórias, e é nesse arquivo desordenado de sentimentos mas ordenado no tempo que está a nossa identidade, enquanto ser.
ResponderEliminarSublime! Como é sempre a sua poesia,
Beijinhos
Boa semana
Somos um arquivo e isso basta para sermos quem somos!
ResponderEliminarSó que só tu o sabes dizer assim!
Abraço
Olá Vieira,
ResponderEliminarquanto tempo não leio-te, divinas palavras.
Abraços,
Cris
Somos o que vivemos, fazemos e pensamos. Tudo guardado no registro akashico. A poesia pode ser digitada pela alma... Só mesmo você! Grande!
ResponderEliminarUm beijo.
Vieira!
ResponderEliminarSomos sim, arquivos bucólicos de sombras e memórias.
Ainda não deletadas!
Beijos, poeta!
Mirze
V. Calado
ResponderEliminarTal como diz, na sua forma inebriante de dizer:
"Conservamos imagens, retratos nossos e de quem mal nos lembramos,
na esperança de que nossos filhos e netos os guardem
e nos venerem para sempre.
No fundo, bem no âmago, não queremos desaparecer da mente e do coração de quem amamos".
Bela sua forma de dizer!
Obrigada por o encontrar no meu poema "Nascer e Viver"
Beijos,
Mª. Luísa
Vidas cerzidas por lembranças.Vidas que deixam rastros e histórias. Poeta querido! Ah... lindo demais o seu poema. Beijo
ResponderEliminar"Somos um arquivo"..., quem mais se lembraria de chamar arquivo a alguém!!!...
ResponderEliminar... e não é que somos mesmo?!...
É aí mesmo que reside o encanto das pessoas que achamos incomparáveis, é no saber surpreender-nos sempre que as reencontramos!
Sempre me surpreendes Poeta!
Beijos, Amigo!
Sim, querido Vieira, os sóis despontam com os raios de mãos dadas... Amei seu poema, que leu as palavras em meu coração.
ResponderEliminarObrigada pela sua visita ao meu blog.
Beijos.
Bela definição amigo! O que não é novidade, vindo de um mestre da palavra. :) Meu abraço, boa semana!
ResponderEliminarPor mais alto que possa voar
ResponderEliminarnos mais altos montes
acima de nuvens e tempestades
ainda assim o coração conhece o caminho, o farol do viver
indica a direção, não sei se por instinto, por memória genética ou
por sobrevivência, mas quando resolver, descer das alturas
encontrarei o ninho, pra o aconchego e descanso, a tempestade passará e o sol dará condições de voar por sobre o mar, planando nas brisas suaves da felicidade.
Abraços de asas.
..."a frágil angústia que foi a nossa."
ResponderEliminarE que sempre será, o homem, ainda mais se for poeta, será sempre um ser angustiado.
Um abraço.
obrigada, pela visita e pelas palavras. estimo em "vê-lo" de novo e em lê-lo.
ResponderEliminarUm arquivo muito bem organizado
ResponderEliminarficou este aqui no seu ser imaginado...
somos um arquivo de passagem
que veio de um ontem para nós
vai de um hoje para outra aragem
um mar de história armazenada
que ata e desata nós
que faz a memória activada...
diferente mas igual
desde o monte até ao vale...
uns com arquivo registado
outros só com tempo contado!
Somos e seremos...desde A até a Z
aquilo que na vida, no tempo se lê!
Beijo e boa semana
Que maravilha ti ler...
ResponderEliminarPercebe-se em cada verso, em cada palavra o teu nobre sentir.
Estou sentindo tua falta, lá no meu cantinho.
Beijinhos
Ceiça
inspiradíssimo poema. poeta talentoso
ResponderEliminarabraços
Sempre o binómo passado/lembrança, futuro/esperança...
ResponderEliminarBeijinhos.
Lindo poema! as minhas memórias por vezes quase me sufocam, tento apagar as más mas elas resistem.
ResponderEliminarBjs
Amigo poeta,
ResponderEliminarSimplesmente... maravilhoso!
Amo tudo que escreves.
Boa semana!
Beijinhos.
Brasil♥
Um arquivo vivo, felizmente...
ResponderEliminarGostei do texto, muito poético.
Um abraço, caro amigo.
Arquivamos os medos, as emoções, mas nunca, nunca a esperança.
ResponderEliminarUm beijo, amigo Calado.
A herança genética colocada em termos muito mais interessantes do os científicos.
ResponderEliminarCumps
Ola Poeta Viera Calado,
ResponderEliminarAS tuas palavras parecem "imans" colam-me ao pequeno ecrã, e fazem-me reflectir.
Nós somos o que fomos, feitos de memórias guardadas e aqrquivadas, e seremos o que somos, sempre no mesmo arquivo!
Bjinhos
Céci
gostava de poder olhar para elas como se estivesse a olhar para um album,
ResponderEliminarBeijos
Paula
Continuo a gostar de passar por aqui...
ResponderEliminarSORRIR
Sorri...
Sorri sempre...
Aproveita...
A Vida...
O Sol...
O Amor...
E vai srrindo...
Olha o belo...
Olha o lindo...
E continua a sorrir...
Faz da vida...
O teu grande sorriso...
Pois é muito bom...
Saber sempre sorrir...
LILI LARANJO
no "meu arquivo" há um espaço para breves registos dos seus poemas...um pensamento aqui, outro ali, são seus!
ResponderEliminarbjinho
As memórias ajudam a preencher o vazio do presente.
ResponderEliminarJá não consigo deixar de passar por aqui,é porque este espaço de poesia é mágico.
Quero deixar um beijo e agradecer a visita ao meu blogger.
De certo modo, de acordo com o "arquivo ambulante que somos"...com as metáforas...simbologias e as figuras que usaste... mas diz-me: os poetas e escritores aonde vão buscar as suas inspirações?
ResponderEliminarQuando partir...não quero deixar um arquivo...vazio! Não para que me sigam...mas que saibam o quanto eu vivi!
beijocas
Graça
Meu querido Poeta
ResponderEliminarPassei para deixar um beijinho.
Sonhadora
Eu poderia estar sempre a reler sua poesia
ResponderEliminare sempre vou encontrar
outros pontos de magia.
Poderia fazê-lo todos os dias
para meu gáudio e meu encanto.
Mas hoje, aqui estou
como pessoa, como gente,
para responder à sua visita
de poeta, digno desse nome,
Na procura de meus versos.
Foi uma honra encontrá-lo,
em meu recanto.
Agradeço, amigo
e muito me satisfaz
sua presença.
Estou fora e por essa razão, com o tempo muito tomado.
Obrigada,Vieira Calado.
Um beijo,
Maria Luísa
Bom meu caro só me resta aperta o SHIFT antes do DELETE. abraços
ResponderEliminarhttp://poesiafotocritica.blogspot.com
Somos como o ventre da terra, ou o barulho do mar nos intertícios das rochas, somos lava, ervas secas, caminhos abandonados, fósseis, retratos antigos, cores que nunca vimos, vozes que não escutámos, sonhos que não presenciámos, mãos que nunca apertámos, sonhos e amores não concretizados, becos, naufrágios, momentos sem tempo de paraíso que foi com o vento em data marcada no tempo, somos o universo escondido, não lembrado, esquecido...Somos. E assim passamos.
ResponderEliminarUm abraço.
E como espelhos que são elas se refletem em nós ora integral ora fracionada. Linda poesia amigo.
ResponderEliminarBeijos doces.
Belas palavras!
ResponderEliminarAbraç
Camila Jornada
E nesse arquivo, somos também frase que se acrescenta. Assim acredito eu, para conseguir levantar o sol.
ResponderEliminarUm abraço...
ResponderEliminarfaltou o abraço. Esse elo que também na escrita, nos liga.
Sempre seremos um arquivo..atualizado a cada instante vivido , pois é o que nos diferencia um do outro diante do Homem e de Deus. Beijos no coração.
ResponderEliminar