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terça-feira, 26 de maio de 2009

TAMBÉM HÁ UMA RUA SEM NOME

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Também há uma rua sem nome, na cidade:

um caminho obscuro, em laje de basalto

cheia de perplexidades e redundâncias,

com um arco-íris num dia sem sol,

.

um caule tardio na incerteza dum pátio

ou a cicatriz duma lâmpada no escuro

das casas disformes, desfeitas em barro.

.

É uma rua estreita habitada por sombras

de fogos extintos, numa transparência antiga

própria dos répteis que abalaram o planeta.

.

Não tem nome nem crisântemos às janelas,

é uma rota obstruída pelas ladeiras do sal

ponto de referência, aliás, da tranquilidade.

.

inédito

47 comentários:

  1. Ao ler este seu poema, meu caro Vieira Calado, recordei a minha antiga paixão pelo Cesário Verde.
    Se não se importa vou traduzi-lo, e apresentá-lo no próximo encontro do Círculo Literário de Düsseldorf
    a 26 de Junho de 2009. Da última vez houve uma discussão viva acerca do título do seu poema. Dois participantes, que sabem espanhol e italiano, concordaram com a minha tradução, mas não com o título "Unruhe". Eu continuo na minha, que "Unruhe" é a tradução correcta, ou melhor, é a minha interpretação.

    Venho regularmente aqui para ler os seus poemas. Não deixo comentários, porque o Vieira Calado tem tantos, que não vale a pena ler os meus.

    Espero resposta!

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  2. Como sempre muito bom. E não é fácil a arte do soneto!

    Um bom dia para o "vizinho" da blogosfera!
    :))

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  3. E há palavras que, juntas, têm um nome: POESIA...!Caro amigo, parabéns por este poema, é soberbo.

    Abraço.

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  4. simplesmente uma rua!
    cheia de tranquilidade e de tudo o que deixarmos que a habite...
    beijinhos

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  5. Li, reli.

    Tem várias belezas, da escrita, da forma poética de dizer.

    Tentei andar por essa rua e sentir.

    abraços

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  6. Se há tranquilidade, não precisa de nome.

    Mais um lindo poema- soneto,onde o elementar fulgura com uma luz radiosa.

    A sua luz, Vieira!

    Parabéns, poeta!

    Beijos

    Mirse

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  7. Belo texto. Um dia ainda escrevo assim.

    Obrigado pela visita. Realmente me considero uma cara sortudo.. rsrs

    Espero que essa sorte continue me perseguindo.

    Voltarei mais vezes aqui.

    Ahh.. tem texto novo no meu blog. Fique à vontade para retornar.

    Abraços

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  8. Uma rua sem tempo. Belíssimo poema. **

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  9. Uma rua sem nome... da poesia?

    Gostei,querido amigo.

    Beijo meu

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  10. E também há um poeta com sensibilidade bastante para nos lembrar dessa rua sem nome,"cheia de perplexidades(....),com um arco-íris num dia sem sol".
    Também há um poeta que dá luz às "sombras", quiçá abandonadas à sua própria sorte!
    Belíssimo poema.
    Um grande abraço

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  11. QUERIDO AMIGO VIEIRA CALADO, DE CORAÇÃO PARA CORAÇÃO, EXISTE O QUE DE MELHOR VAI NO SEU... O MEU ACOMPANHA O MEU MESTRE...SUBLIME!!!
    ABRAÇOS DE AMIZADE,
    FERNANDINHA

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  12. Obrigado companheiro pelas palavras. Que bem me caem no peito.

    Obrigado

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  13. Calado

    Tantas são as ruas sem nome, tantas são as sombras que nelas passam, tantos são os nomes...sem rua!

    Um beijinho
    Gostei muito... como sempre!

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  14. para além do nome, desnecessário, esta rua precisava de uma alma... que foi o que o calado lhe deu :) gostei de ler. um grande beijinho.

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  15. Não tem que ter nome a tranquilidade da tua poesia!

    Imenso, lindo mesmo sem crisântemos! Adorei!

    Beijo

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  16. Rua que de tudo se despiu, para se vestir apenas de tranquilidade.

    Um beijinho *

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  17. é a rua da poesia , vieira calado ...
    Um prazer ler este inédito ...
    abraço
    __________ JRMARTO

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  18. abraços.
    um belíssimo soneto. de que és cultor exigente.

    gostei muito

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  19. EXPRESSASTE MARAVILHOSAMENTE BEM!!!
    PARABÉNS!!!
    GOSTEI MUITO DESSA DESCRIÇÃO... POÉTICA

    BEIJO

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  20. Muito obrigado amigo Vieira Calado pelas suas visitas ao meu espaço....
    Continuação de uma semana pética....

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  21. Um poema muito bonito.
    Estou aguardando o tal texto, de que me falou
    Um abraço

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  22. O que viria eu descobrir... um belo blog sem duvida... parabéns.

    Já o estou a seguir...

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  23. Parece ser uma rua particularmente interessante!! :D

    Abraços!

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  24. Uma rua sem nome
    uma rua de silêncio interior
    uma rua de um poeta
    que quer falar da cidade
    que se chama tranquilidade...

    Bonito, Poeta Vieira Calado (dá-me um certo prazer dizer este nome - um dia eu conto :) )

    beijo meu

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  25. caminhei por essa rua, onde encontrei vida e tudo o que a veste
    muito bom o teu poema
    beijos

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  26. "Uma Rua sem nome" mas com muitas palavras que refletem obscuridades e contrariedades e essas oferecem tranquilidade e poesia no seu maior saber.

    Um Abraço

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  27. Da tranquilidade, florescerão crisântemos que adornarão a rua.

    Abraço

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  28. lindo teu poema.

    obrigada pela visita, seja sempre bem vindo =)

    beijos

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  29. uma rua onde nos encontramos connosco. beijos

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  30. Tal como as ruas direitas

    sempre tortas

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  31. Soberbo o teu poema!
    E é com tranquilidade que saio, depois de o ler e reler...

    Beijinhos

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  32. Creio,
    todos caminhamos, a certa altura, por uma rua assim. Ou, talvez, todos tenhamos esse espaço sem nome dentro de nós.
    Às vezes, para nos perdermos, outras para nos encontrarmos.

    Adorei o poema*

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  33. ...e tranquilidade eu desejo
    junto com meu beijo
    bom fim de semana...
    em que a rua seja plana!
    para curvas, subidas e descidas
    já nos bastam certas vidas...

    volto para a semana
    se meu pensar não me engana :)

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  34. ruas sem nomes, uma dieitas ou centro sem se chamarem como tal...

    abrazos serranos

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  35. De certeza terás uma rua com o teu nome em Lagos !

    Mas espero que seja daqui há muuuuuuitos anos porque em vez de fazer isto quando as pessoas estão vivas, fazem quase sempre isto à título postume ! E todos nós queremos poder ler os teus poemas durante muitos anos ainda !

    Beijinhos, amigo Vieira Calado

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  36. Todos nós temos ruas assim nas nossas vidas mas só uma alma poeta,como a tua, a descreve com esta beleza.
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Isabel

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  37. Venho regularmente para ler e apreciar a boa poesia que aqui se faz, sentido e com sentido poético intenso. Nas minhas horas mortas dedico uma fagulha de tempo a ler apreciar um dedal de poesia, recorrendo aos meus poetas preferidos, a cabeça de todos António Gedeão e depois Luís de Camões, Bocage, António Nobre, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Florbela Espanca, e mais alguns. Por isso a poesia tem imensa importância, tal como este espaço cheio de qualidade estética e poesia de supina qualidade.

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  38. OLá meu nobre!

    aqui lendo-te!

    ...

    ruas sem nome, caminhos sem itinerário, viagen apar ao nadaa, tem demais!

    que todos tenham tranquilidade.

    abraço


    daufen bach.

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  39. Olá caro amigo Vieira Calado.
    Quando visito o teu site cresce a minha veia poética.
    Se me permites, aqui fica o fruto da inspiração que ganho nos teus posts.



    Ruas sem nome.
    Comentários anónimos.

    Ruas sem nome.
    Países com donos.

    Ruas sem nome.
    Que a democracia esqueceu,
    Que o diabo amoleceu,
    Que o povo perdeu.

    Esperanças esquecidas,
    Como o nome daquelas ruas.
    Em favelas perdidas,
    Que nem são minhas nem tuas.

    Revoltas adormecidas.
    Em futebol marinadas e mergulhadas.
    Pelas mentes torcidas.
    Ao povo dão todas as machadadas.

    Cumprimentos

    João Pedro Jacinto

    www.jpjacinto.com

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  40. e acredito haja mais ruas sem nome...em muitas cidades....

    Como sempre muito boa escrita......adoro passar por aqui.

    Beijos

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  41. Um poema muito belo!
    Uma rua sem nome por onde alguns de nós já terão passado e onde talvez exista ainda uma semente de crisântemo...
    Um beijinho.

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  42. Outro bonito :)

    Beijinho

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  43. Todas as ruas têm as suas histórias. Etsa está muito bem caracterizada.
    Beijinhos.

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  44. Esta rua sem nome, lembra-me tantos becos de lisboa muitos em bairros antigos, com nome é certo mas com muitas semelhanças, nasci num beco de lisboa de casas antigas com patios, calçada em basalto, tantas recordações
    Obrigada pela recordação que me trouxe neste poema

    Bel

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