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sábado, 19 de setembro de 2009

HABITAÇÃO

.

PRETÉRITO IMPERFEITO DUM GATO

.

.

Um gato havia um gato na estrada

……….morto

cabeça de bosta corpo de terra

…...…..sujo

e havia um laivo sangrento no asfalto

……….habituado

.

Um gato havia um gato

no mole da terra que a chuva

……….faz lama

.

o rabo do gato no sítio

………..da lama

.

o rabo do gato vazando por dentro

o sítio onde a lama já teve certezas

.

o rabo do gato o rabo do gato

.

…..……no asfalto

.

..............habitado


.

.....em "O FRIO DOS DIAS", esgotado

56 comentários:

  1. Vim só matar saudades :) Tenho andado afastada do meu blog.
    Beijinhos

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  2. no asfalto

    tão negro

    com a idade da vida

    .

    beijos e fim de semana sereno

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  3. Muito bom. Gosto dessa linguagem de dizer o que não se espera.

    Um abraço.

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  4. Fico sem palavras...
    e onde escreves gato eu prefiro ler rato...

    é que dói menos...

    beijinho

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  5. Poema que narra uma realidade bem dolorosa.
    É urgente, e cada vez mais, cada um de nós fazer a sua parte na protecção aos animais.
    Abraço amigo

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  6. QUERIDO AMIGO VIEIRA CALADO, GRATA PELA SUA PREOCUPAÇÃO COM A MINHA SAUDE... RECEBE-LO É SEMPRE UMA HONRA!!!
    BELO O SEU POEMA... ADOREI!!!
    BEIJINHOS DE CARINHO E TERNURA,
    FERNANDDINHA

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  7. Quantos gatos já perderam a vida no asfalto? Certamente não temos um número certo! Quantos ainda lá ficarão?
    Infelizmente não é só gatos...
    Um beijo,
    Judite

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  8. Olá poeta, poema bem versejado e expressivo. Meu carinho.

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  9. Oi!
    E se foi o pobrezinho...

    www.marcelareinhardt.blogspot.com

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  10. Ui amigo, que coisa sinistra!
    Volto depois, reler com outros olhos e outra disposição...

    Até logo
    Beijo

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  11. Lindo poema que me traz, no entanto, a penosa imagem dos animais caídos ao longo das estradas.E reavivam-se as saudades dos meus animais perdidos, talvez um deles...

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  12. Muitos gatos morrem no asfalto...isso é verdade. O poema bem construído, como sempre!
    Eu adoro gatos.
    Bj
    Ana

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  13. BOA DESCRIÇÃO POÉTICA DE UM GATO...MUITO VERDADEIRO E COM RIMA.
    GOSTEI MUITO APESAR DE FICAR MESMO A VER O POBRE GATO MORTO NO ASFALTO ...POBRE GATO NO SÍTIO DA LAMA...

    BEIJO

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  14. E não é que por momentos eu me identifiquei com o gato, e me senti assim morta na estrada-rotina da vida?
    Um abraço e bom Domingo.

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  15. ... o rabo do gato , no asfalto "
    Vieira , havia um gato , esparramado no asfalto ? Judiaria , nao?
    Desconhecia esse seu lado suicida., rs Vamos mudar de assunto???
    Um bom domingo,Vieira.
    Abraços do lado de cá.

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  16. Olá

    Este poema arrepia!

    Tens uma pequena surpresa no nosso blog que gostaríamos que aceitasses.

    Abraços da Tétis, Poseidón e Argos

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  17. Pobrecito. Até parecia que o via.
    Por sorte, com a melodia Vieirense não sofri muito. rs
    Bravo, amigo!

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  18. Sempre a bela poesia na ponta dos dedos...
    um abraço
    palavras

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  19. . na perfeito vazar de dentro .

    . no asfalto habitado dos dias .

    . por vezes assim .

    . um exemplo da poesia a ser por vezes rasa no substantivo por onde passa e re.passa .

    . ampla bela e sublime .

    . universal ,,,

    . curvo.me .

    . um abraço .

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  20. Vieira

    Havia um gato

    Pobre gato. :)

    Bom domingo.

    Beijos

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  21. Quem de gato morto no asfalto faz poema é mais que poeta, é, em si próprio, poema...

    Razão tinha Agostinho da Silva.

    BeijAbraços Vieira Calado.

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  22. gosto de gatos.

    achei triste o destino deste.

    um abraço

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  23. Vieira, várias vezes já ao vivo essa cena, mas em forma de poesia como você coloca, gostei de ler.
    Boa semana!

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  24. lembra-me a peça de teatro "ratos e homens" (Tennesse William ?).

    nos "gatos" ainda é mais trágico!

    excelente, meu caro Poeta.

    abraços

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  25. Mesmo não gostando de gatos fiquei sentida com esse poema... em todo caso é uma vida que se vai de forma trágica, não é?

    Feliz semana amigo.

    Bjsss

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  26. Sim amigo, é sinistro e impressionante o que se passa nas estradas, as pessoas circulam como se não existisse mais ninguém à sua volta, como que donas do mundo. Arrepiei-me sim, não fiquei indiferente. Aqui o importante é a atitude, não o facto de ser gato ou pessoa.
    Desculpa se me fiz entender mal.
    Abraço.

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  27. O pretérito imperfeito dum gato,poderá ser de qualquer outro ser...
    Um abraço

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  28. gosto tanto de animais... mesmo não peferindo os gatos... tadinho!
    beijinhos

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  29. Dói sempre quando na estrada se vê um animal morto e putrefacto, principalmente quando em casa se tem animais e se gosta deles como o merecem.

    Boa semana

    bjitos

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  30. Olá Vieira Calado,

    Por detrás do gato morto,
    Citado por este poeta,
    Muito mais há de existir,
    Disso sei que estou certa.

    Matar um gato dá azar,
    E o gato tem sete vidas.
    Imbutido neste poema,
    Há muito mais, duvidas?

    Um abraço,
    Dalinha Catunda

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  31. Gostei deste poema, como uma lenga -lenga" O rabo do gato sujo de lama, o rabo do gato no asfalto habitado.."
    Lindo. Prova real de que a poesia não está nas palavras... a poesia está em quem junta as palavras.
    Um bj e boa semana... com muita poesia. Graça

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  32. o rabo do gato o rabo do gato
    ----------
    Lá diz o ditado:
    Por mais que se esconda, fica sempre uma ponta do rabo (à vista).
    ----------
    Um abraço.
    Manuel

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  33. Gostei muito.

    Fez-me recordar a minha gata. Princesa.

    Também uma imagem que em mim perdura.

    Era um gato preto, inexperto,
    novato nas coisas da rua, cruel!
    As rodas dum carro, foram,
    as que limitaram a sua vida.
    Corpo inerte e sangrante...
    uma gata que acode e lambe...
    um corpo inerte, já sem vida!
    Afagos inúteis, ternura de mãe!

    Um forte abraço

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  34. Vieira Calado, diga-me meu amigo, não seremos nós esses gatos?

    Quantos homens, mulheres e crianças não ficam para trás caídos no asfalto?

    Adorei e dei-lhe esta interpretação. poder-lhe-ia ter dado uma mais simples e menos metafórica, pois infelizmente todos os dias há animais que são brutalmente assassinados.

    Não sei se gostou da minha interpretação, aguardo a sua resposta.

    Abraço


    Carmo

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  35. Um poema duro, como dura é a vida!

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  36. Nunca imaginei achar bonito um poema de gato morto na estrada!

    Só poetas como você, conseguem isso!

    Parabéns, Vieira!

    Beijos

    Mirse

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  37. A outra face da poesia:

    NUA E CRUA!

    A realidade está exposta, mesmo para os que não querem vê-la.

    Gostando ou não de gatos.

    Mesmo não sendo gatos ou justamente porque não somos gatos!

    Incomoda. E isso também faz parte

    da Poesia, da VIDA!

    Parabéns!

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  38. Se habituado, então sujo... E se sujo, então morto, no asfalto ou na vida ;)

    Fica bem,
    Miguel

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  39. Vieira Calado

    Gracioso poema, baseando-se na imagem do gato morto para focar um problema muito sério, a desumanidade.
    No fundo revela preocupações sociais.
    Abraço.
    Daniel

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  40. Sarava!


    Adorei!!!!!!!!!!!!!!!

    E a minha gata Conca também!


    beijocas

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  41. Vieira Calado...

    Meu caro poeta,

    Quando o gato- somos nós - vale a pena estender a mão no asfalto de muitas vidas...

    Quando aqui estou, gosto de navegar profundo da sua poesia...

    Abraço

    Pj

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  42. Sim, extraordinário poema que um gato morto consegue inspirar.

    Bj

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  43. Olá Amigo Vieira Calado,

    Posso responder também em verso? Então lá vai:

    Ao gato morto irá acontecer
    O que nestas circunstâncias
    É suposto vir a ocorrer
    Misturar-se com substâncias

    Assim como a fria indiferença
    De quem passa indiferente
    Talvez indique à evidência
    Que não sabe ver nada de frente

    Pois ambas as situações são
    Fruto dum condicionamento
    Ensinou-se a não ter coração
    Não terá nenhum sentimento

    Quando a vida for relação
    E ensinada logo à nascença
    Ver-se-á com olhos do coração
    Que nada há que nos pertença

    Um grande abraço para si.

    José António

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  44. Olá Poeta Vieira Calado,

    Infelizmente, há sempre um gato morto na estrada, em que o asfalto esta sangrento...

    Infelizmente...

    Bjinhos

    Céci

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  45. a tristeza da crua morte que nada deixa a não ser a habitação destroçada.
    Um poema lindo e dolorido, muito
    Abraço.

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  46. Amigo,

    O que estava a perder...
    Tenho andado em tarefas que me condicionaram a vinda à net.

    Gostei imenso deste trocadilho para chamar a atenção duma realidade actual em nós humanos...poderia ser qualquer outro animal ou até algum humano.

    Nos locais de trabalho, nas amizades, nos relacionamentos, estamos numa viragem/começo de século em que mais parecemos um "gato no asfalto" bem esparramados...e quem está à nossa volta, fica indiferente.

    É uma realidade "imperfeita" mas é a realidade.

    Abraço
    Mer

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  47. um poema intenso, em que o jogo de palavras, o ritmo e a cor vêm enfatizar uma realidade, infelizmente, de todos os dias.

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  48. Triste sorte, a deste gato...

    Beijinho amigo *

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  49. to me sentindo como o gato,to com cabeça de bosta e todo o resto,coisa boa nisso tudo? è a chuva,agua pura,cristalina,refrescante,saciadora, que fertilizada a terra,com os resto do gato,poderá brotar alguma semente,quem sabe? possa haver nesta terra. ai hoje sou o gato...
    amanhã? Deus o sabe! boa noite

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