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quarta-feira, 9 de julho de 2008

poema à casa

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Também a casa tem seus recantos

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Também a casa tem seus recantos ocultos
que se encolhem em umbrais austeros,
numa obscuridade sinuosa, impermeável

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São a matéria excedente do latejar do sangue,
uma fogueira extinta pelo seu próprio fumo
caída sobre a cinza de magoadas flores

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Não impedem ao tempo o seu galgar sereno
fechado na missão de arrefecer as cinzas
para a dispersão programada dos vestígios

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Estão ali porque completam a função do lar

os seus esteios multicolores, o seu espectro,
uma luta verdadeira entre as trevas e a luz

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Este poema faz parte do livro "Causas de Habituação" (em preparação)