Tenho sido sempre um perdedor das coisas simples
do espaço
aritmético do coração aberto ao mar.
O meu
sangue é um rio deslumbrado das escarpas
que me
apertam os ossos ébrios das montanhas
dos altos
cumes onde habita a águia
donde se
vê de mais perto as estrelas trémulas da alegria.
Sou um
perdedor das coisas fáceis, das águas breves
que se
amontoam em crepúsculos do passado
e na
sucessão vertiginosa de restituídas seivas
inscritos
na lápide dos pensamentos nítidos.
Transmito-me
pelos limites da maré e dos céus
que se
aprisionam da flauta dos meus olhos
no
violoncelo na harpa encandeada
dos dias
por onde passo e me consumo.