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sábado, 17 de maio de 2008

poema ao pó

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Um dia acende-se o vazio do palco

cai o pano sobre o pó

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evaporam as palavras dos teus olhos

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um pássaro boceja à beira do tempo

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depois

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não haverá antes nem depois

apenas um silêncio

um perfume ecoando pelo vale

uma folha dolorida levada pelo rio.

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Este poema é um dos que integram o livro "Transparências". .Este livro, editado pela AJEA (Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve), acompanha o recentemente publicado "Arabescos", pelo preço global de 5 euros.

terça-feira, 13 de maio de 2008

a pacificação

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A pacificação das massas

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Concertados os adjuvantes, os catalisadores,
os adjudicadores da síntese que presidiu à ideia


.....a ideia era resolver a punho (mas a contento!)
.....o gume que se punha como o sol a pino
.....sobre o alto das nossas cabeças

e que (sabe-se lá desde quando!...)
nos tem vindo a re partir a alma em duas
o cu e o banco (à mesa) em dois.


Vieram os de em baixo tecer uma grande alcatifa
até cima.


Assim foi a cintilante pirâmide de Mikerinos
hoje exaustivamente medida
em todos os possíveis ângulos
sempre que a terra treme
ao longo da grande falha de S. Francisco.


Paralelamente (a dar fé a um persistente fluxo hertziano
que corre de norte para sul
e muito particularmente de ocidente para ocidente)


foi o apaziguamento dos espíritos

(a panificação das massas)

democraticamente

amen

em "Poemas Satíricos e Outros" (Bodas de Prata), ed. Mic do Fernando Grade.