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sexta-feira, 7 de março de 2008

HOMENAGEM

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JOEL d´ ÁVILA


Usava o pseudónimo desde os tempos de estudante, em Coimbra, sempre que escrevia poesia ou a recitava, em público. Conheci-o pouco antes de seguir para além Pirenéus, para desembaraçar-me da mordaça do Fascismo.
Quando regressei, largos anos depois, voltei a encontrá-lo e fiquei a saber (também por amigos comuns), que durante esse tempo, fora um constante divulgador da minha poesia. O seu favorito era Poema para Hoje, escrito em 1963 (ou 64), mas que só viria a ser publicado quando regressei, num livro intitulado precisamente «POEMA PARA HOJE», há muito esgotado.
Declamava por toda a parte, fosse em almoços de antigos estudantes, ou colegas profissão, Casas de Fado, ou mesmo em Cafés e Tascas.
A sua voz e o seu arrebatamento, encantavam e empolgavam, principalmente em poemas de exaltação e incitamento à liberdade e à luta, como no muito extenso Poema para Hoje, que começa assim:

É a hora, irmão!

Vencer, ou morrer!

Mil vezes vencerás
se mil vezes fincares os pés na terra -
norte da luta, pelo ideal vincado nas mãos.

(…)

Um tarde, num Café, começou a recitar-me uns versos.
Depois, ante o meu silêncio interrogativo, perguntou-me se eu não me lembrava deles. Disse-lhe que tinha uma vaga ideia que escrevera um poema algo semelhante, mas que se perdera, há muito, na minha ausência.
- O poema é teu! – exclamou ele.
Eu perdera-o, ele gravara-o na sua mente! E aqui o publico, como singela homenagem a um grande amigo, que a morte, cedo, levou.

TU

Negros sãos teus cabelos louros
amarelos também teus olhos cinza
de branco tingirei minha alma gris

E se gosto tanto dos teus olhos
o verde intenso dos teus seios
o rosa velho dos teus lábios
e me fica tão bem a alma azul

é porque demais adoro
os tons variados do arco-íris

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conforme postagem anterior