,

,

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

POEMA À CASA

casas# 4
.

-

Estes muros são a nossa casa,

o modo austero de preservar

o tecto para as chuvas e o vento,

onde encontrar um refúgio, o alento

para dizer as palavras indizíveis.

-

Aqui coabitamos com as dúvidas

que escondem um instante efémero,

uma noção solene do nosso tempo breve

para discorrer sobre os acasos.

-

Transpiramos as sombras espessas

que chegam depois da exígua claridade

ofuscando o brilho dos nossos olhos

-

para que o amanhã de novo se construa

por cima dos nossos restos da luz morta.

.

- em "Causas de Habituação", em preparação


88 comentários:

  1. Minha casa entre muros, é o único lugar do mundo, em que sou alguem, ali eu conheço, ali eu me deixo, ali eu vivo e por ser meu cantinho, é o melhor lugar desse mundo...
    Maravilhoso poema
    um abraço

    ResponderEliminar
  2. Uma construção que nunca se acaba, dias apos dias recomeçamos,paramos,e recomeçamos, muitas vezes entre esses muros sozinhos refletimos sobre nosso unico templo,belissimo poema.

    parabens.

    Abraço!

    ResponderEliminar
  3. A nossa casa o último refúgio, nosso porto, nossa âncora.
    Abraço.
    Isabel

    ResponderEliminar
  4. A nossa casa que, pode muito bem ser, o coração de alguém. Refúgio onde nos sentimos bem, que alindamos e perservamos para lá vivermos para sempre.

    Lindo poema, meu amigo.

    ResponderEliminar
  5. Somos corpos em permanente interrogação,e cada dia renascemos,sobre os restos do passado


    Abraço

    ResponderEliminar
  6. Meu querido amigo, ando num vai vem sem tempo para nada, nem para visitar amigos...
    recebi ontem o livro e acabei de fazer a transferência para o NIB que já tinhas informado, muito obrigada
    estou de saída, logo voltarei com um tempinho para te ler!
    beijinhosssssss

    ResponderEliminar
  7. Um poema completo. Que diz tudo...muitos beijos.

    ResponderEliminar
  8. O teu poema/casa, simultânea imcapacidade de dizer e calar a ternura e a esperança e o sonho

    ResponderEliminar
  9. Novamente nao consigo arranjar palavras para descrever tal escrita. Muito bom escritor, mesmo.

    Quanto ao outro comentario é claro que não levo a mal. Agradeço ter-me avisado acerca dessa situação.

    Gostava que criticasse o meu ultimo texto. Preciso de criticas! :)

    Com enorme respeito, um abraço

    ResponderEliminar
  10. Excelente este poema.
    Como refúgio onde nos sentimos
    bem, onde nos recolhemos e
    onde nós somos nós.

    Parabéns

    Um abraço

    Alvaro Oliveira

    ResponderEliminar
  11. e em todas as reconstruções, os levantar os muros das casas

    ResponderEliminar
  12. Olá! Obrigado pela visita ao meu cantinho. És sempre bem vindo.
    Vim por aqui dar uma espreitada, e sim, senhor. Bonita poesia. Certamente o amanhã terá novidades, sempre de cada em cada vez.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  13. Já tinha saudades de o ler!
    Hoje tive esse prazer!
    Beijo.
    isa.

    ResponderEliminar
  14. Gosto da minha casa,,, cantinhos esquecidos do meio da noite; lugares, efêmeros sim, aonde escondo meus segredos...

    Abraços e construídas invenções!

    ResponderEliminar
  15. Para lá dos muros que acolhem nossas dúvidas, está o horizonte... os amanheceres que construímos por sobre os momentos passados.

    Um beijinho amigo *

    ResponderEliminar
  16. Mais um belo poema!

    A casa, enquanto espaço ou enquanto Eu, numa renovação constante de vida e de sentires.

    Um abraço

    MV

    ResponderEliminar
  17. É de se esperar um poema desses de um poeta como você, quem dera um dia eu alcance toda esta formidável versatilidade...
    estou agradecido por teus comentários...
    um abraço e força sempre!

    ResponderEliminar
  18. Eu estou emparadada no meu corpo!
    Sorte a tua que tens criatividade para escreveres assim!

    Abraço

    ResponderEliminar
  19. A vida continua e esta é uma linda forma de o dizeres.

    ResponderEliminar
  20. Meu querido Vieira,
    Minha casa é meu refúgio, é onde eu jogo minha âncora e me sinto segura, protegida... Se bem...

    Lindo poema, como sempre.

    Bjss amigo

    ResponderEliminar
  21. É lindo o seu poema, como toda a sua poesia.

    Um abraço!

    ResponderEliminar
  22. muita ternura neste belo poema~
    beijos

    ResponderEliminar
  23. Uma casa é um lugar onde pomos muito de nós, a decoração, a limpeza, a forma como cuidamos dela... Tudo isso reflecte aquilo que somos!
    Numa casa crescemos, cultivamos a nossa vida, damos vida aos diferentes compartimentos...
    Cada parede, cada canto de uma casa tem diferentes histórias e sentimos-nos de maneira diferente em cada um desses lugares.

    Um beijinho*

    ResponderEliminar
  24. _________________________________

    Merecida homenagem!

    A casa que nos acolhe e se torna um lar...

    Um poema bem bonito!

    Beijos no coração...

    __________________________________

    ResponderEliminar
  25. O nosso refugio, onde a cada dia existe um renascer do nosso "eu".

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  26. Cada dia que passa é sempre uma etapa inquestionável,torna-se num conjunto de acasos.
    Meu amigo comentei hoje de manhã,mas o coment não apareceu.
    Ontem pûs algo de novo no meu espaço e digitalizei um dos postais e fiz questão de o por no meu blog,mencionandos os direitos de autor,pois para mim a mensagem tinha imensa relevância.
    Adorei o livro.
    Bjs Zita

    ResponderEliminar
  27. Oie lindinho! Uma construção perfeita! Intenso, triste mas muito belo!
    Bom fim de semana!
    Beijos

    ResponderEliminar
  28. A nossa casa,o nosso mundo onde a
    luz e a sombra nos abraçam em cada dia.

    Abraço amigo.

    ResponderEliminar
  29. querido primo,
    Tenha uma ótima sexta-feira, cheia de paz.

    Bjssss da prima.

    ResponderEliminar
  30. os muros podem separar ou proteger, cabe a nós escolher ;o)

    beijos e bom fim de semana,

    MM.

    ResponderEliminar
  31. CONVITE AO ESCRITOR.

    Bom dia estimado poeta, aqui estou novamente, pois ler você, e começar o dia poeticamente em sintonia. Belos versos li em : POEMA À CASA . Quero fazer-lhe um convite para visitar o meu segundo espaço aqui, e deixo o Link.
    Com admiração,
    Efigênia Coutinho
    http://efigeniacoutinhoamigospoetas.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  32. A casa: o lugar onde fazemos acontecer quase tudo. Belo poema. Um abraço.

    ResponderEliminar
  33. A nossa casa , o nosso cantinho... o nosso conforto.
    Beijito.

    ResponderEliminar
  34. Belíssima composição poética de puro requinte.
    Bons ventos trouxeram-me hoje até aqui.

    Deixo meu Abraço.

    ResponderEliminar
  35. Saudações poeta! Feliz estou em reler tuas criações!

    O amadurecimento d'alma, nos conduz a abservação e esta a reflexão, tuas palavras são balsâmicas e nos provem de sentimentos ajustados e intuitivos!

    ResponderEliminar
  36. Voltei meu querido para lhe desejar um maravilhoso final de semana.

    Bjsss

    ResponderEliminar
  37. Estimado amigo,
    faço votos que o amanhã de novo se construa, por cima dos nossos restos da luz viva e bem acesa daquilo que fizemos e deixámos marca.
    Faço disso um ponto de honra no meu dia a dia...um dia, alguém se vai orgulhar de mim e dos raios de luz que fui espalhando...

    Beijinho.Bom fim-de-semana

    ResponderEliminar
  38. Poema à casa, cozinhado e servido por um grande mestre da poesia...

    Lá fora chove o calado momento
    Que repassa na alma, ansiedades…
    Saltam inquietas chamas de dentro
    Do meu peito, alagadas saudades

    Um fim-de-semana ensopado
    De paz e harmonia…
    De coração ornamentado
    De muita alegria

    O eterno abraço…

    -Manzas-

    ResponderEliminar
  39. E das cinzas nos reconstruímos a cada manhã.

    Muito bom o seu poema.
    Abraços.

    ResponderEliminar
  40. O refúgio onde encontramos o nosso verdadeiro "eu".

    Ficou o desejo de conhecer mais causas de habituação!
    Um beijo e bom fim de semana.

    ResponderEliminar
  41. Tens razão amigo ,as paredes de minha casa é o único lugar onde me sinto bem,protegida,e é tão bom termos a nossa casinha sempre pronta para nos receber...

    Passei correndo
    Com xuva,vento e frio
    Passei voando
    Arrastada por um fio.

    Não passei por nada
    Apenas ,porque de mim emana
    Grande amor por meus amigos
    Passei desejando bm fim d semana.

    Beijinho prateado com carinho

    SOL

    ResponderEliminar
  42. poucos são os lugares físicos (ou não) a que chamamos casa. mas são os preciosos cofres onde guardamos a nossa complexa intimidade.
    beijos

    ResponderEliminar
  43. Andamos para aqui a fazer catarses, é o que é.

    ResponderEliminar
  44. Olá nobre poeta Vieira Calado, esta é a primeira vez que por aqui passo. Confesso, fiquei maravilhado. Belos poemas reflexivos. Sou um simples amante da boa poesia,e, certamente, aqui voltarei.

    Paz e inspiração,
    forte abraço
    Caurosa

    ResponderEliminar
  45. A nossa casa é o único refúgio
    onde podemos sonhar...

    Obrigado por passar pela minha modesta "casinha" :)

    Um abraço

    ResponderEliminar
  46. Um ninho é uma casa!
    É luz, mesmo que transpirando sobras espessas!

    Belo, poeta!

    Beijos
    Desejo um bom fim de semana

    ResponderEliminar
  47. V.Calado,

    belo poema! casa, nosso refúgio das incertezas e esperanças. e neste poema não vejo a casa de tijolos, mas a do 'ser'.

    bom Domingo e melhor semana
    um sorriso :)
    mariam

    ResponderEliminar
  48. Faz tempo que por aqui não venho... mas o desejo de te ler nunca que passa...

    Formas brutas e sensoriais para dizer o sentido aqui ou em qualquer lugar.

    Coabita as transpirações visíveis ao amanhã de construções do porvir.

    Abçs meu nobre,







    Novo Dogma:
    pedRas...


    dogMas...
    dos atos, fatos e mitos...

    http://do-gmas.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  49. De exaltar tamanha manifestação de esperança.
    Muito bem escrito.
    Lindo a valer, Veira Calado

    Um grande abraço

    ResponderEliminar
  50. Nas nossas casas albergamos e "enterramos" muitos dos problemas do dia a dia, para que no dia seguinte possamos encarar a vida com um olhar e com um estado de alma diferente.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  51. Continuo gostando muito daquilo que nos oferece.
    Boa semana.

    ResponderEliminar
  52. E são esses muros que nos protegem. (pelo menos deste frio de rachar, senão de outros…)

    Abraço.

    ResponderEliminar
  53. O mundo controi-se contantemente, por cima de resíduos mortos ou não...
    Gostei do poema!

    Um grande abraço!

    ResponderEliminar
  54. Gostei do poema. Uma homenagem à nossa casa, ao nosso abrigo.
    Um abraço e uma boa semana

    ResponderEliminar
  55. Estive hoje dando uma volta pelo teu universo de palavras. Um momento de intimidade contigo e os teus pensamentos.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  56. QUERIDO AMIGO, GRATA PELA SUA VISITA, É SEMPRE UM PRAZER ENORME RECEBE-LO NOS MEUS HUMILDES CANTINHOS...
    O SEU POEMA ESTÁ SIMPLESMENTE DIVINO...
    UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
    FERNANDINHA

    ResponderEliminar
  57. "para que o amanhã de novo se construa

    por cima dos nossos restos da luz morta."


    cito-O._____


    por ser tudo tão assim.


    perfeito o verbar.



    beijo.

    ResponderEliminar
  58. Genial Amigo:
    Considero-o um nome já consagrado da poesia universal.
    As palavras? Faz delas o que muito bem entende. Brinca, transpiram um fantástico ser e sentir.
    "..Transpiramos as sombras espessas
    que chegam depois da exígua claridade
    ofuscando o brilho dos nossos olhos
    para que o amanhã de novo se construa
    por cima dos nossos restos da luz morta..."

    Uma delícia, lê-lo, entendê-lo, admirá-lo.
    Fabuloso.

    Abraço forte de um respeito e estima imensas

    pena

    OBRIGADO pela simpatia no meu blog.
    Sempre a ver em si um majistral carácter de sensibilidade poética...

    ResponderEliminar
  59. Que estas "Causas de Habituação" tenham felizes consequências :)))

    Um beijinho.

    ResponderEliminar
  60. "para que o amanhã de novo se construa/por cima dos nossos restos da luz morta"

    Renascer... sempre renascer! É um belo poema, como todos os que atualizei a leitura por aqui. Sensibilizaram-me também os versos dos dois poemas sobre o Natal.

    Não tive oportunidade de vir agradecer teus votos por ocasião do Natal, pois encontrava-me ausente do mundo blogueiro. Faço-o agora, e desejo, apesar do atraso, que 2009 te chegue como o melhor ano de tua vida.

    Não estou mais escrevendo CARTAS, mas continuo a desfiar sentimentos e emoções num novo espaço: http://meirelesbeatriz.blogs.sapo.pt, onde espero merecer o prazer de tua visita.

    Um dia lindo pra ti!

    ResponderEliminar
  61. Querido Vieira,
    Tenha uma semana de paz.

    Bjss primo.

    ResponderEliminar
  62. Amigo Viera,
    No conforto das paredes da nossa casa, é o canto do nosso bem estar
    (e a protecção deste frio de rachar)!!! Lindo Poema...

    Abraço

    Lourenço

    ResponderEliminar
  63. Há que preservar os alicerces porque eles serão fundamentais para qualquer construção.
    Abraço
    Isabel

    ResponderEliminar
  64. Caro poeta,
    a casa é o espaço onde a alma habita. O espaço onde se dizem as palavras inconfessas, indizíveis e, como tão bem refere,
    onde
    "coabitamos com as dúvidas
    que escondem um instante efémero,
    uma noção solene do nosso tempo breve
    para discorrer sobre os acasos."...

    E "que fazer quando tudo arde?"...

    Grata pela partilha, muito boa a leitura que nos oferece.

    Mel
    www.noitedemel.blogs.sapo.pt

    ResponderEliminar
  65. a casa que nos habita
    se reedifica das sombras
    se escreve de acasos indizíveis.

    _______


    um beijo

    ResponderEliminar
  66. Refugiamo-nos nos muros que as dúvidas assolam, esperando que a luz do amanhecer nos descubra e nos mostre novo caminho.

    Abraço

    ResponderEliminar
  67. Poema de rara sensibilidade
    "uma casa onde dizer palavras indizíveis..."
    lindo e apaixonante!
    parabéns

    ResponderEliminar
  68. olá

    a nossa casa é mesmo o nosso ponto de abrigo.. Um resto de boa semana

    ResponderEliminar
  69. "Para que o amanhã de novo se construa"...eis aqui algo que considero imprescindível.
    Este é um dos tais poemas que eu gostaria de ter escrito.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  70. Sarava!


    " Aqui coabitamos com as dúvidas"

    Tantas verdades que se habituam;)

    beijinhos

    ResponderEliminar
  71. por aqui passo para reler e dixar votos de uma boa semana
    beijos

    ResponderEliminar
  72. O amanhã é sempre o novo ponto de partida!!!

    Salve!!!

    =)

    ResponderEliminar
  73. Lindo e sábio poema, amigo Vieira! E já li um poema seu aqui sobre a casa...Lembrei-me...



    Grande beijo!

    ResponderEliminar
  74. Como me soou bem a leitura desta poesia sobre esse nosso porto de abrigo.
    Há muito que aqui não passava mas soube-me bem este bocadinho.
    Bjs
    TD

    ResponderEliminar
  75. Lindo, Poeta!

    Ao transpirar a sombra espessa sinto que a luz é radiante lá no túnel no fim que pode ser um inicio...

    Grata,
    bjus

    Elaine Siderlí.

    ResponderEliminar
  76. O Meu refúgio é onde melhor me encontro.
    Aqui, onde as Palavras são o meu abrigo.
    Tenho ainda muito a apreender.
    Obrigado pelo apoio.

    ResponderEliminar
  77. Sempre bom ler belos poemas logo pela manhã. Meu dia fica mais belo e poético! Obrigada.
    Beijos e ótimo dia meu querido!

    ResponderEliminar
  78. Para quê palavras...?
    A poesia ao mais alto nível de afirmação fabulosa.
    Sublime poetisar.

    Abraço de cordial admiração.
    Senpre a admirar o talento e brilhantismo que sai de si.

    pena

    OBRIGADO pela sua amizade. Agradeço. É divina.

    ResponderEliminar
  79. Um trabalho fantástico este teu blog, parabéns! Um forte abraço de Angra do Heroísmo.

    ResponderEliminar
  80. Para lá dos muros temos sempre novos horizontes...
    bom fim d semana...

    ResponderEliminar
  81. "...para que o amanhã de novo se construa por cima dos nossos restos da luz morta."
    Isto é um recomeco, uma oportunidade para viver novamente!
    Passei para visitar. Gostei bastante!
    abracos

    ResponderEliminar
  82. olá amigo espero que esteja sempre alegre e bem disposto para que nós podermos lêr essas encantadoras poesias do qual o meu amigo têm esse grande dão

    um abraço amigo luis fragata

    ResponderEliminar
  83. Sensacional e sublime , como sempre uma linda poesia!

    ResponderEliminar