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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

LAGAR DE AZEITE

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                  POEMA EM LOUVOR DO AZEITE

Dizem do modesto ramo de oliveira a paz
e dizem-nos do seu ditoso fruto a luz
que iluminou as noites de reflexão dos gregos.

Só por isto eu teria de louvar o puro azeite,
este lugar eleito, este lagar de azeite
onde a prensa arrebatava a flor dos fluidos
que dão perfil e força às veias da memória.

Também nos dizem do primado do seu reino
de enfrentar o frio, a decrepitude, os rudes sóis
e nos proteger do estertor fatal da morte
graças à excelência dos seus ómega colestróis.

Mas mais que tudo pelo paladar, o gosto antigo
no bacalhau e noutros pratos celebrados,
na sardinha em lata como era nesse tempo,
na caldeirada, nas cavalas, nos charros alimados.
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No livro, a cada poema e fotografia corresponde uma nota histórico/etnográfica, 
de Brazão Gonçalves.
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6 - LAGAR DE AZEITE  - Os antigos lagares eram movidos por tracção animal. 
Tal como a nora, eram também engenhos muito bem engenhados. 
Pesados troncos de cone em pedra eram accionados pela força de potentes bois. 
A azeitona massacrada até à medula, não dos ossos que os não tem, 
mas do caroço, lá ia gemendo e chorando as suas apreciadas lágrimas 
que haveriam de dar o rico e fino azeite para o prato 
e o menos fino e mais pobre para a candeia. 
A água ruça, ralé daquela viscosa sociedade, 
era desprezada como escória inútil e ia correr até aos ribeiros nos tempos puros 
em que nem chegavam a constituir poluição. Em tempos recuados 
e para aqueles cuja produção olivícola 
não bastava para utilizar os serviços do lagar da aldeia, 
o azeite chegava a ser produzido artesanalmente 
na própria casa do pequeno produtor, em pequenas lagaretas. 
Tal como acontece com as amendoeiras, e embora se trate de azeite e não de vinho,
também se pode dizer que é chão que já deu uvas.

em "Algarve Ontem", o meu último livro, recentemente publicado 
* No livro, as fotografias são a preto e branco.

47 comentários:

  1. Belíssima! Muito nobre uma oliveira.
    Seus frutos, o azeite não exite nada igual nas melhores culinárias.
    E ainda inspira poetas.
    Abraços. Edna

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  2. Obrigada pela bela lição saudável do azeite & companhia!
    [ ] Célia.

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  3. Interessante fazer uma louvação, uma ode à oliva, ao azeite, "ouro líquido dos povos do Mediterrâneo", como se não bastasse, apresenta-nos uma bela imagem acompanhada da "sociologia da oliveira"!

    Beijo, Calado!

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  4. Belo poema Vieira desse fruto que incrementa a gastronomia portuguesa,deixando- a saborosa.
    Adoro uma bacalhoada regada a um bom azeite e um cálie do vinho do Porto rs
    deu água na boa essa poesia rs
    Gostei
    abraço

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  5. Bom dia, querido amigo Vieira Calado.

    Lindo poema inspirado pelo azeite...
    Ele merece. É bom demais!!

    Por mais simples que um cardápio possa ser, ele faz a mágica de um sabor especial.

    Boas explicações.

    Muito obrigada pela honra da sua visita, e pela sempre, gentileza.

    Que a luz divina ilumine o seu caminho.

    Beijos.

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  6. Um poema belíssimo com toda a grandiosidade e nobreza que a oliveira e o azeite representam para um povo.

    Um abraço
    oa.s

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  7. um poema muito interessante..
    falando da pureza..
    dos atributos..
    do sabor..

    bjs.Sol

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  8. Poema de belas palavras e que retrata fielmente como o azeite é extraído. Gostei imensamente! Já gostava de azeite agora vou degustá-lo com mais prazer acompanhando o bom bacalhau entre outras iguarias.

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  9. A magnitude do azeite, dos lagares, das belas azeitonas ( que adoro) , tudo retratado num poema fantástico, em não não faltam os pormenores.

    Gostei muito e parabéns pela homenagem que te fizeram

    Bom fim de semana

    Bjgrande do Lago

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  10. Caro Vieira Calado !

    Gostei muito deste original louvor ao azeite.
    A oliveira é nossa, mediterrânica e... mística!
    Lindo post, com uma imagem linda a figurar este poema soberbo !

    Um abraço banhado em azeite português...

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  11. O meu avô paterno tinha um lagar de uvas que agora é meu e da minha irmã e o materno um lagar de azeite!
    Tenho esses lagares guardados a laborar na gaveta da infância!

    Abraço

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  12. Grato pela partilha.

    Abraço e bom fim de semana.

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  13. Passados mais de 50 anos ainda me recordo dos odores do lagar lá da terra.
    Abraço

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  14. Um excelente louvor ao azeite.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria

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  15. Calado,
    Gostei de saber de como se extrai o azeite das olivas. Eu nunca vi, aliás nunca vi nem um cachinho de olivas como esse da foto... só conheço azeitonas em conserva rsrsrsrs.
    Viajei pelo seu blog, e goste.
    Obrigada pela visita e comentário, fico por aqui também.
    Beijokas e bom fim de semana.

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  16. Vieira Calado, o azeite merece mesmo esse lindo poema escrito por você, ainda mais se tratando do azeite português, maravilha das maravilhas! Um abraço, bom fim de semana

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  17. Olá caro amigo poeta,

    cá estou de volta!
    Obrigada pela visita!

    Agora falando do poema, enquanto li, me veio à boca o sabor, a textura, o brilho...

    Muito merecido escrever sobre este, que considero um néctar dos deuses, assim como o vinho.

    Mas o mais interessante foi a aula sobre Lagar de azeite. Muito bom!

    Obrigada por nos presentear com cultura e poesia

    Abraços

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  18. Adoro as oliveiras e lembram a infância de meu marido na Itália. abraços, lindo aqui!!! chica

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  19. O azeite...vida...tradição do nosso povo português. Como acontece com tudo, ele já chega às nossas meses de uma outra foram, assim como a vida de hoje que de maneira diferente é vivida. Mas não deixa de ser o nosso azeite...o nosso orgulho de sermos portugueses. Uma fonte de vida, o azeite...uma fonte de subsistência para muitos de nós; merece si, ser cantado pelos poetas. Um beijinho e obrigada por enalteceres um produto nacional em forma de poema. Um bom fim de semana
    Emília

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  20. º° ✿
    ♥ °
    Amigo,
    Esse poema é bonito e saboroso.
    Bom fim de semana!
    Beijinhos.
    Brasil º° ✿
    ✿♥ °

    ..(░)(░)
    (░)(♥)(░)
    ..(░)(░)

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  21. O tema é bem português e oa autor recomenda-se.

    Beijinho

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  22. Tanta realidade, amigo, em expressões tão belas e cativantes!
    Quem me dera...
    Bom domingo e muitas felicidades

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  23. Caro Vieira Calado
    Estou de férias ao sul mas não no Algarve!
    Quando regressar hei-de perguntar ao único tio materno que ainda tenho se há fotografias do lagar do meu avô...
    Está fechado há muitos anos mas ainda me lembro de brincar, com os meus primos, às escondidas no Verão dentro das tulhas numeradas e vazias que existiam no pátio e onde cada proprietário colocava a sua colheita.
    A azeitona naquele tempo não era misturada, cada um sabia que estava a receber o azeite das suas oliveiras.
    O proprietário ficava com uma maquia de acordo com a quantidade de azeite produzido.

    Abraço

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  24. só um Poeta se lembraria de escrever sobre um tema tão português.

    gostei de ler e gostei muito da foto.

    bom domingo~

    beij

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  25. Um poema gostoso e informativo. Me deixou foi com mais fome. kkk

    abraço

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  26. __________________________________

    Parabéns! Não é fácil escolher um tema assim, para um poema... Bendito azeite, que inspirou tal poema!


    Beijos de luz e o meu carinho...

    _______________________________

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  27. Olá.
    Adorei seu Blog.
    Estou te seguindo...
    me segue?

    beijos

    http://rgqueen.blogspot.com/

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  28. Eu também, meu amigo, eu também.
    Adorei o visual novo.
    Que delícia de poema, senti o aroma daqui.
    Beijinhos

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  29. Eu também, meu amigo, eu também.
    Adorei o visual novo.
    Que delícia de poema, senti o aroma daqui.
    Beijinhos

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  30. A poesia louvando o azeite, a oliveira e, quem sabe, resguardando a paz!
    beijo
    Graça

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  31. Se já gostava de azeite... agora admiro-o!


    Beijos =)

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  32. Um poema bem regado de memórias.Bonita homenagem.Um abraço

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  33. Maravilha que nós brasileiros herdamos de vocês.

    Lindíssimo!

    Bjo!

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  34. O bom do poeta é que ele se inspira em tudo que chama sua atenção.
    Poema criativo...
    bjssssssssssssss

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  35. Uma bela lição,um belo louvor,um belo poema!!

    Um beijo!

    Sonia Regina

    P.S.Passeie à vontade,este blog é dos meus amigos!

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  36. Isso que é poema com louvor a um puro azeite. Achei lindíssimo. Obrigada pelo carinho. Meu perfil estava disponível e nem sabia, só vi depois que li o Email. Já está tudo ok? Bjs !
    Smareis

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  37. Caro Poeta
    Mas que viagem maravilhosa pela memória. Um poema que Pablo Neruda poderia assinar por baixo.
    As minhas memórias sobre lagares vão até ao Minho. O percurso até ao lagar era todo feito a cantar, homens e mulheres. Uma enorme alegria.
    Grande abraço
    Isabel

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  38. Caro poeta
    Mas que falta a minha.
    Deixar sem comentar o "new look" do blog. Está luminoso.
    Parabéns.
    Beijinho
    Isabel

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  39. Caro poeta,
    extrair junto com o óleo brilhante os versos que retratam o artesanal feito, é tarefa dos que sabem adocicar a essência com palavras. O feito dos poetas!
    Justo louvor a tão apreciado composto.

    PS: Fico grata e contente por tua visita ao Fractais.Volte sempre que quiser.
    Abraços,
    Calu

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  40. Excelente, mestre e amigo! Trouxe-me a saudade de ouvir o meu pai enaltecendo os olivais de seu querido Portugal! Obrigado, e meu abraço. Boa semana!

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  41. Amigo Poeta Vieira Calado,
    Um poema excepcional em que a beleza das palavras
    deixam transparecer os cheiros, os sabores e a Luz proveniente daquele fruto tão especial de uma não menos bela árvore e tudo o mais me fez recordar alguns rituais realizados pelo meu querido avô materno.
    Grata por esta sublime partilha.
    Um beijinho.
    Ailime

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  42. primordial. o azeite...

    e teu poema mutio belo

    abraços

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  43. Olá, Calado
    Já havia estado por aqui, mas só hoje, anexei meu retratinho.
    Uno-me a você neste louvor ao Azeite, até porque tenho Oliveira na ascendência paterna (de São Miguel dos Açores).
    Amei, suas "cordiais saudações".
    Deixo o mesmo pra você...e mais:
    um abraço
    Lúcia

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  44. Cheguei a ver um destes quando era miuda. E também um lagar de vinho, onde se tratava , não lembro agora o nome que davam às peles e grainhas das uvas para fazer o bagaço.
    Um abraço

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  45. Gosto tanto do sabor e do cheirinho do azeite!

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  46. Primeiro foram os olhos a fixar-se naquele ramo,depois a cor ( me disseram que é muito importante). Depois veio o líquido viçoso, o cheiro, ahhhhh!!! Comi suas palavras!! Que sabor maravilhoso!!!
    Deixou-me com o sabor dos meus ancestrais, que me ensinaram em terras tão distantes a apreciar esse nobre indiscutível paladar. Não lembro, nunca, nunca de não tê-lo a mesa...mais!
    Abraços

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  47. Adoro azeite, merecidamente bem lembrado e louvado aqui nesse magnífico poema!
    Parabéns pelo lindo blogue e muito prazer em conhecer um grande escritor e poeta!
    Abraços
    Ivone

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