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domingo, 21 de outubro de 2007

POEMA ÀS PALAVRAS

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Há sempre uma palavra dentro da palavra
um gesto por exemplo
ou o zumbir dum insecto a
levantar o vento morto

Traz uma mensagem fugidia uma essência
que luz ao ritmo do tumulto da claridade
só perceptível pelos reflexos da própria luz
transparente interior das coisas

A sua transcendência identifica o fogo
o perfil exterior e seus artifícios intemporais

E apenas se lê em sinais indicativos
de virtuosos alquimistas procurando o oiro
na flecha no círculo dum arco íris caindo
magnânimo sobre o cinzento da terra

.
em Por detrás das Palavras, ed. Mic

64 comentários:

  1. outro bonito poema, Vieira.

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  2. Um dos mais belos dos que tenho lido neste blog.

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  3. As palavras, digo, são uma arma muito poderosa se bem utilizadas.Mas podem ter consequências negativas ou positivas conforme a sua interpretação. Elas têm valor conotativo.Por isso, é que um poema pode ter interpretações diferentes.Mais uma vez, que belo poema!

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  4. A palavra que a palavra nutre e guarda... que os alquimistas lêem na flecha, no círculo... sobre a orla... gostei muito deste, Vieira Calado. Um beijinho

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  5. Lindos versos meu amigo! Aliás, como tudo que leio teu. A palavra, realmente, tem força e muitas vezes, contém várias interpretações.
    Que sua semana seja feliz!
    Ah, quando encontrar uma solução para a remessa ao Brasil, por favor comunique, viu?
    Beijos

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  6. acabei de receber a encomenda e já li o Merdock todo
    Adorei !!!


    Um abraço e logo me alongo mais

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  7. Claro que há sempre uma palavra dentro da palavra, mas para ti, pela excelente maneira como escreves, há muitas mais.
    E este poema é belíssimo, pois claro.
    Boa semana, abraço.

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  8. Amigo Calado. como sempre um belo poema,poesia nunca será demais.
    Beijo boa semana Lisa

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  9. Adoro declamar, e esse poema é ótimo pra isso. Estou a decorar e tentando, inclusive, imitar o delicioso "sotaque" português.

    abs do nil

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  10. Ha sempre uma palavra dentro da palavra...VERDADE amigo, nunca o tinha pensado!gostei muito.Obrigada pela visita ao meu blog e, ainda bem que nao dexamos os sonhos com os herdeiros, pois eles ja teem os seus proprios que por sua vez morrerâo com eles...Meu vizinho uma boa semana e um beijinho prateado da
    SOL

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  11. Uma palavra sara, cura, afaga, mata...
    E você em seus poemas me afoga nas palavras, que procuro lentamente absorver a essência.

    Adoro o que escreves.
    É de uma liberdade e claridade imensa!

    Abraços!

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  12. Obrigado pela visita ao meu blog.
    Gostei muito de me passear por aqui.
    Abraço

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  13. Sempre...
    Em cada palavra, um universo, donde outra palavra sai...

    Beijinho!

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  14. Perdoa a minha ousadia mas acho que pode haver várias palavras dentro de uma palavra!
    Beijo,amigo...

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  15. Como sempre um prazer os textos que se encontram aqui.

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  16. a evolução na continuidade, trilhando o caminho da perfeição...

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  17. Uma palavra é sempre mais que os eu significado. É o que quem a diz quer dizer e o que quem a ouve entende. Tudo coisas diferentes, por vezes. **

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  18. «Há sempre uma palavra dentro da palavra»

    esta a poesia da palavra, o seu dom de magia -

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  19. A magia do mergulho no interior da
    palavra.

    Há um começo difícil, depois ondula, dá uma paradinha e se abre para o infinito.

    Lá vai...junto o coração

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  20. Com certeza, há sempre uma palavra dentro da palavra... ainda que, às vezes, não cheguemos a entendê-la. Mais um belo poema, amigo!

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  21. Amigo Calada. Obrigado pelo comentário no blog,mas realmente algo esta mal,pois o calor não será assim tanto,mas outras coisas serão! certamente para esta situação.
    Beijo de amizade LISA

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  22. Muitas palavras dentro de cada palavra... além do silêncio!

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  23. Há sempre uma palavra dento da palavra, e em cada palavra uma mensagem.
    Gostei.
    Um abraço

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  24. Em silêncio te li, me levantei e aplaudi
    Beijo de semana linda
    (*)

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  25. Apreciei as suas metáforas

    "alquimistas procurando o oiro"

    Força poeta

    são sempre belas as palavras

    em particular

    as que habitam dentro delas

    sem artifícios

    GOSTEI

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  26. Sentir de perto a letra e a boca...
    Um beijo

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  27. E vamos atrás dos significados ocultos, da simbologia que as letras desconexas nos trazem.

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  28. Amigo Vieira Calado,
    E é bom que se leia sempre, dentro da palavra e, nas entrelinhas da palavra.
    Lindo o seu poema, como todos os que aqui nos deixa.
    Beijinhos

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  29. eu disse "ADOREI"

    e vou divulgar associado a crónicas da época que tenciono publicar em breve.
    Não sou de tempos tão recuados mas lembro que as meninas tinham recreio separado , tinham de usar bata e calçar meias chamadas de vidro ou soquetes e que por vezes a madame continua que estava à porta nos chegava a apalpar as pernas para confirmar se traziamos as tais meias de vidro....

    AH! não nos era permitido usar calças mas um dia fizémos uma rebelião e toda a turma foi de calças . Claro q fomos chamadas ao conselho disciplinar e declarámos apenas que tinhamos frio o que deixou sem fala os respeitosos membros. Foi-nos então concedido o eXpecial favor de podermos usar calças nos meses mais frios...
    Um abraço

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  30. Há sempre uma palavra dentro da tua / nossa palavra. Dás a tua palavra que se une à nossa palavra que l~e a tua palavra com a palavra que nossa é:)

    Fantástico:)

    Serenos sorrisos

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  31. Palavras...palavras incontidas num peito ferido.



    bjs

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  32. O caso Cláudia, não está perdido. Mandem Mails a esta gente e não só:

    geral@embaixadadobrasil.pt

    Mas não digas palavras doces. Carrega um bocadinho no português "marracónico": envergonha-os, que é o que eu faço.
    Pede a outros blogues que façam o mesmo.

    Abraços.

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  33. Uau! Não pensava encontrar por aqui (blogosfera) tão ilustre poeta do nosso Algarve!
    Voltarei sempre para me maravilhar com a sua escrita.
    Abraço

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  34. e é sempre neste encontro de palavras, que o vento arrepia.

    Muito bom!

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  35. "...E apenas se lê em sinais indicativos
    de virtuosos alquimistas procurando o oiro
    na flecha no círculo dum arco íris caindo
    magnânimo sobre o cinzento da terra
    ."


    Boa terça

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  36. A palavra está sempre em todo o lado, noutra palavra, num olhar, num gesto ou até nas entrelinhas, basta que a queiramos encontrar.
    Dita por ti, cada palavra é feita de mil palavras.

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  37. Há sempre uma palavra, há sempre palavras, só que por vezes têm de ser pronunciadas no silêncio.
    Estou a lembrar-me do professor que conversando com o amigo, foi incomodado (por haver palavras).
    Um abraço.
    Manuel

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  38. Passei para abastecer-me de tua poesia querido amigo...

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  39. Ler as suas poesias é um privilégio.
    Passar aqui é como abrir um livro com um cheiro magnífico a palavras e papel!

    Abraço.

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  40. Existe sempre uma palavra dentro de outra palavra...
    conforme o teu olhar/sentir...
    existe sempre, basta existir...

    até breve

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  41. Caro poeta,

    Ao ler este seu poema, belíssimo, recordei um meu, publicado num dos meus blogs antigos. Fui buscá-lo.
    Deixo-lho aqui, como prova de apreço pelo seu trabalho:

    "Por dentro da Alma da Palavra"

    Em cada momento
    em que as mãos deslizam
    no teclado de um (des)conhecido alfabeto
    e que as palavras voam velozes,
    percorrem tempos matizes
    de luz e de brumas,
    em busca das suas próprias raizes...

    Em cada fragmento de segundo
    em que a alma das palavras
    morde confessa as almas caladas
    pela opacidade de um Mundo
    mudo...

    Em cada silaba sugada
    em que a palavra desventrada
    se encontra ferida aberta,
    em que a vogal se entrelaça -
    é a dor (en)coberta de um poeta -,
    com o amor que lhe escorre em lava...

    Ai, a Alma é a Arma
    de quem, amando se desnuda
    e silenciado se cala.

    ...por dentro da Alma da Palavra.

    Mel de Carvalho, 28 de Janeiro de 2006.

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  42. os meus parabéns. persista. teime e continue que não deslustra de muita aventesma que por aí anda armada em poeta maior.

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  43. Vim só deixar votos de uma boa semana!

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  44. Caro Vieira Calado,

    Como é bom chegar aqui e encontrar
    tantas palavras à nossa espera!!!!

    Sentimo-nos quase poetas!!!!
    "BRIGADOS"!!!

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  45. Um bocado intelectual demais.

    Anónimo de Lagos

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  46. Há sempre uma palavra quando o vento murmura a essência do interior das coisas.

    Lindo Vieira... demasiado lindo e verdadeiro.

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  47. uma palavra dentro da palavra. sim.
    só que às vezes não se chega a ela.
    ao âmago.

    Beijinhos

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  48. Mesmo assim as palavras fogem, tanta vez! Belíssimo poema.

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  49. As palavras sempre são um poço de ambiguidades. Por isso sempre trazem algo oculto, não dito, mesmo que tenha sido dito.
    ;)
    Bj.

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  50. Há sempre uma palavra dentro da palavra e uma poesia transbordante em Vieira Calado.

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  51. estou sem palavras, com as suas quase cem palavras!
    um abraço Mestre

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  52. excelente poema. mais um...

    grande privilégio ler-te.

    abraços

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  53. Oie Vieira! A verdade é que fico sempre sem palavras, quando leio um poema teu.
    Beijos

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  54. Há sempre uma palavra dentro da palavra...puxa que o doutor Vieira escrevendo lindo ! Pois foi o senhor recomendado como bom trabalhador e venho buscá-lo para iniciar o batente. Sem o senhor a gente não vai pra frente. O S.O.S.miséria precisa de sua força.
    Beijinho

    Alda

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  55. Belo poema, Vieira! A palavra dentro da palavra e ainda aquelas que povoam as entrelinhas...ambas gestos sutis a serem detectados. Gostei muito. Beijo pr'ocê.

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  56. Até que ponto o ser humano luta pelo efémero... Será essa a razão da existência humana?...
    (A propósito do cão Merdok)

    Uma profunda reflexão que a leitura me proporcionou.
    Deixo um beijinho!

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  57. "O tempo escoa o tempo das coisas.
    Rói a fixidez dum morto,
    como idêntica folha que vai ao vento...."
    Tirada do livro que tão gentilmente autografou para mim.
    Gostei de reler.
    Felicidades...mas não deixe os céus.

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  58. Muito interessante a tua poética. gostei sobremaneira deste Poema às Palavras. Obrigado pela visita ao Casa de Paragens.
    abraços

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  59. As palavras que nos tocam
    Como se fossem dedos
    Palavras de ternura e emoção
    que se entranham na nossa roupa
    mastigam o coração
    há palavras nuas que beijam
    Quando o arvoredo esconde um rosto,
    Palavras que não entendem
    As barreiras da distancia
    que nao aceitam esse desgosto...

    http://omundodomeusonho.blogspot.com/

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