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Sem saber como nem donde
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Sem saber como nem donde eu vinha,
enfiei os pés na água escorrendo daqueles olhos escuros
que fitavam a eternidade.
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Estava o caminho recoberto de musgo, líquens sobre a pedra,
pedaços de ervas e árvores decaindo aos bolores do tempo.
Ao lado, uma bola prateada, redonda, rodava na roleta
e caía num poço
que se estendia às fragas da montanha
a avultar na minha frente,
derruindo.
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Sinto um baque no barro do coração.
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Amanhã virá a manhã a sair das trevas.
Sonho, logo ainda existo.
E é pelo sonho que resisto.
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Mas não há maneira de sair dali.
O meu cérebro trabalha tão depressa como a seiva,
o coração da terra reclamando os seus mártires;
tanto mais que eu e ela nos aproximávamos tanto,
nos colávamos tanto na mesma visão de fogo e cinzas,
que eu comecei a perceber que não havia nada
como aquele calor
que me chegava ao sangue e me transformava num ser repleto,
saturado da ternura daquele momento,
daquela suprema verdade.
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Bebi da água
que aos poucos ia dissolvendo o barro do meu coração.
Deixei correr as estradas, as estrelas,
os rios do mesmo deslumbramento.
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Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão.
.inédito
Obrigado pelo seu comentário.Sim essa liberdade é consciente, e tenho noção disso. Deixe correr essa água, desde que tire esse muro de barro do coração, e será deslumbrante ver que tudo à sua volta é diferente - não muito, mas é.
ResponderEliminarCaro Amigo!
ResponderEliminarComo poderá verificar, após uma longa ausência estamos de regresso aos blogues, no Poesia Viva, nos Caminhos do Coração e no Observatório...
Que sorte virmos hoje "desembocar" num seu poema tão belo e que acaba por ter algo a ver com algumas das ideias que ainda hoje postámos - nomeadamente, esta de que a VIDA É DIFERENTE e maravilhosa, quando aprender a VER e não apenas a olhar (referencia também ao blogue de um jovem Amigo em que também colaboramos, e que vale a pena ir ver: o "Perigo de Poeticidade" - tem coisas curiosas e está acessível através do nosso "perfil").
Caro Amigo,
Obrigada por ter vindo ao nosso blogue e desculpas por termos levado tempo a responder...
Isabel e José António
muito bom... :)
ResponderEliminar***
muito bom!!!
ResponderEliminar***
São visíveis os sulcos que foram rasgados. Ainda que não se saiba como nem onde.
ResponderEliminarUm excelente poema! Para ler e reler.
ResponderEliminar"Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão." Final com chave de ouro! Belo!
ResponderEliminarUm abraço.
Tão bonito este poema!
ResponderEliminarA tanto nele me senti presa... tanto consegui visualizar, revendo-me; ainda que talvez num contexto diferente, mas num mesmo sentir.
Beijinhos
Estimado e talentoso Amigo:
ResponderEliminarAdoro a fluidez poderosa e deslumbrante como poetisa as palavras. É preciso ter um sentimento que vive em si e nos dotados para escrever e sentir a poesia. Brilhante. Admirável.
Aproveito para lhe dizer que meti hoje a carta com a quantia solicitada que me parece escassa. Olhe, fi-lo hoje.
No comentário que me efectuou despediu-se com "beijinhos". Prezo muito a minha virilidade, por isso pedia-lhe com amabilidade que alterasse logo que possível. Sei lá: Abraço amigo, qualquer coisa, menos "beijinhos". Sei que foi descuido, acontece, mas sou um homem que ligo a pormenores da vida.
OBRIGADO.
Abraço amigo e sincero
Com elevada estima e respeito
pena
Que maravilha! Adoro esta prosa poética que entra no coração e perfuma a alma de sorrisos!
ResponderEliminarUm abraço de estrelinhas, com ternura*
Fanny
Belíssimo, tem um colorido a brincar com uma sonoridade própria a que eu até podia chamar música.
ResponderEliminarAbraço do
JMB
Vieira Calado
ResponderEliminarGostei d poema mas este fecho é mesmo lindo:
"Deixei correr as estradas, as estrelas,
os rios do mesmo deslumbramento.
Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão."
Um abraço
"Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão."
ResponderEliminarSuspenda-se o tempo!
:)
Caro amigo, gostei muito do poema...Espectacular !
ResponderEliminarUm abraço
Seu texto desce suave tal qual o bom vinho de sua terra.
ResponderEliminarBoa surpresa ler suas letras, viajar na sua água.
Tão lindo!
ResponderEliminar:)Beijos
Bel�ssimo texto amigo. Um abra�o e boa semana.
ResponderEliminarCaro amigo Vieira Calado, gosto de poesia, sou quase um fanático da mesma, tenho várias obras de poetas conhecidos e também de desconhecidos e só lhe posso dizer, Obrigado...
ResponderEliminarLi este e os outros poemas expostos no blog e...regalei-me.
Parabéns
Um abraço.
É sempre com enorme prazer ler seus belissimos poemas onde a natureza faz parte...
ResponderEliminarDoce meu beijo
Belo poema de amor. Não me surpreende se é pelo sonho que resiste.
ResponderEliminarUm abraço
Muito belo, amigo! Quem dera, pudéssemos todos beber desse manancial incessante de sonhos e poesia!
ResponderEliminarEu amei seu poema ... Como você está girando versos para obter resultados ... Adorable e pescadores ...
ResponderEliminarUm abraço!
Olá querido amigo, lindíssimo poema para ler e reler, passarei mais logo... Para já os meus parabéns!
ResponderEliminarBelo sonho amigo...
Beijinhos de carinho,
Fernandinha
Que os dias despontem sempre com esta inspiração, com esta paixão. O Sol nasce todos os dias, mesmo quando nós não sentimos a sua luz e o seu calor.
ResponderEliminarAbraço do Zé
maravilhoso este teu texto poético ...
ResponderEliminargostei imenso ...
bjs
Olá amigo, um poema belíssimo, daqueles que nos fazem pensar!
ResponderEliminarUm abraço,
Lourenço
Um poema apaixonado e reconfortante.
ResponderEliminarBeijinhos.
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ResponderEliminarVim aqui espreitar o teu blog e gostei bastante..passarei com mais calma...
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Oi!
ResponderEliminarExcelente!
Belíssimo poema!
Obrigada por passar "lá em casa".
bj
pelo sonho vamos e... voamos! poema muito belo...
ResponderEliminarabraços
Amigo,
ResponderEliminarRecebi hoje os livros. Muito obrigada. Amanhã mando-lhe uma cartinha, tá?
Obrigada! Esta noite já vou ler.
Beijito,
Simplesmente brilhante! Adorei.
ResponderEliminarUm abraço de quem um pouco à distancia (pela falta sempre do maldito tempo), vai admirando a sua escrita.
A criação!
ResponderEliminarLindo!
Bj.
..............................
Obrigada pela visita no meu azul.
Que texto gostoso para saborear palavra a palavra, verso a verso...
ResponderEliminarUm jogo de palavras simples e cheias de sentimento, quase ingénuo, quase virgem... Achei lindo!
Um beijo para ti...
O tempo é escasso mas não quis deixar de passar para dar um beijinho.
ResponderEliminarAté breve!
;O)
Era dia, em todas as madrugadas da minha paixão.
ResponderEliminarLindíssimo!
um beijo
Belíssimo, VC.:-)
ResponderEliminar*
ResponderEliminarsabes e . . .muito bem
,
abç,
,
*
Mestre Vieira,
ResponderEliminarGostei muito desse excelente poema! Que busca frenética e o acordar pela liberdade da paixão de viver.
Um bom abraço,
ótima semana.
Olá querido amigo, voltei e reli e quanto mais leio, mais gosto...
ResponderEliminar" Era dia em todas as madrugadas da minha paixão."
Simplesmente maravilhoso!
Beijinhos de carinho,
Fernandinha
Lindo !Quem dera saber escrever tão lindo ...
ResponderEliminarA felicidade é feita de pequenos nadas pequenos gestos de amor um beijo um sorriso,um olhar simpático ou um elogio sincero.Por isso aqui passei deixando tudo isso para teu fim de semana.
Beijinho prateado
SOL
Olá querido amigo!
ResponderEliminarDos dias que passam,
as horas vividas,
são laços que abraçam,
as almas queridas.
Votos de um bom fim de semana.
Beijinhos de carinho,
Fernandinha
"Sonho, logo ainda existo.
ResponderEliminarE é pelo sonho que resisto."
Sem os sonhos como teríamos alegria em nosso viver sobre esse chão escaldante? Após os sonhos vem o gostinho do amanhecer em nossas almas.
Beijos favoritos.
O que dizer, Calado? O que te sobras me falta até mesmo para expressar o quanto gostei. Da angústia dos primeiros versos que no meu peito senti até os raios do amanhecer: deslumbramento.
ResponderEliminarBeijos e um ótimo fim de semana
Amigo Calado. Belíssimo poema onde nos toca,das coisas e da paixão de viver.
ResponderEliminarBeijinho de amizade e bom fim semana Lisa
Vim agradeçer o seu comentario :)
ResponderEliminarAquela foto foi tirada "da net" mas é do farol da foz onde o mar Quando revolto bate ali com uma força imagimavel.lindo,para se ver.
quanto a poesia adorei, e voltarei para reler.
Bom fim de semana
"era dia todas as madrugadas de minha paixão", plástica e modável, de multiformes desdobramentos, por se barro o coração.
ResponderEliminarmeu abraço,
luis
Lindo Lindo
ResponderEliminare o final?! Sublime!
Escreves muito bem!
beij
Hoje, a minha inspiração fica aquém do que estas linhas merecem...
ResponderEliminarParabéns.
Os amores maduros são sempre os melhores.
ResponderEliminarEu adjectivo este poema de sublime. Mais não poderia dizer...
ResponderEliminarSempre me comove o dizer, num punhado de palavras, tanto que é como se um ciclone nos viesse tomar, só para nos levantar os pés do chão… porque lá, acima dele, existem sonhos… flutuo
ResponderEliminar(obrigada)
O meu cérebro trabalha tão depressa como a seiva...~
ResponderEliminaradorei todo o poema mas adorei ainda mais a frase...simples e original...
abracos...
onde vai a ternura que havia nesse rio? gostaria tanto de ler-te outra vez assim.borboleteando nos couves, em luas e rios, penso que eras mais feliz.
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