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Oh,
meu bento computador,
quanto
me trazes em repouso e equilíbrio
com
a destreza das tuas funções automáticas
a
tua precisa formatação do espaço
e
seus limites,
a
correcção ortográfica das minhas falhas.
.
Quanto
sustentas a minha serenidade
quando
corro os dedos pelos teus sentidos,
substituindo
o quartzo já gasto da minha memória
pela
eficácia dos teus atributos,
pelo
tacto dos teus arranjos algébricos,
para
os ecos da palavra
e
do suor das cinzas dos meus versos!
,
Meu
bento computador
quanto
bendigo os teus gestos de luz e cores
e o
leque das tuas opções adequadas,
nas
tons que imprimes no écran dos meus olhos,
na
harmonia com que reescreves o acervo
das
mil loucuras que trago debaixo das veias,
ou
no exercício tecnológico da sintaxe.
que
estendes pelas páginas já abertas.
.
Tens
o dom de inserir estilos de impressão
nos
meus devaneios léxicos, prosaicos
suaves
como águas que se enxugam nas areias do chão,
silêncios
que arquivo no teu sistema de ficheiros
invioláveis,
por meu capricho
e
teu zelo sereno
na
minha vontade
e
meus caprichos perecíveis.
.
És
a continuação da obra
feita
formosura no espaço da página
e
nunca me desvias do caminho aberto
com
que suponho a arquitectura irregular
dum
círculo de palavras, ou dum ciclo de sons
onde
inscrevo as minhas dores irreveladas
que
ciosamente escondes de olhos estrangeiros,
só
acessíveis a quem saiba a palavra-
-passe
da
morte adiada programada
da
minha vida.
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E agora veja como ficou o vídeo!.