,

,

terça-feira, 23 de novembro de 2010

CREPÚSCULO

 .
Anuncia-se num ciclo de crepúsculos efémeros
a velocidade do tempo, o seu fluir fantasmagórico
indiferente aos ecos, aos espasmos dos corpos.
 .
É o cerco usual das evocações extintas
em outras cerimónias de exaustão, fogueiras
transformadas em pedra, vestígios de vertigens.
 .
Ilumina as neblinas com um prelúdio de sinais
que escondem o rasto das coisas, o seu halo
redundante, como um violino voando ao vento.
 .
E esvanece a sedução dos tranquilos dias, na voz
duma espiral em desequilíbrio, na nudez das horas,
um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia.
 .
em  "Por detrás das Palavras", edição MIC, Estoril, 2002, esg.
.
A 2ª edição está para breve, no Brasil.


66 comentários:

  1. Oi Poeta...quero agradecer a sua visita no meu blog...fico honrada!

    Lindo demais o poema!!!!

    "na nudez das horas,
    um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia."

    Maravilhosa!!!!!

    saudações!!!!

    Zil


    .

    ResponderEliminar
  2. e eu cá, de minha janela, a observar tudo isso, na esperança de um novo dia, que exale o teu perfume..

    bjs.Sol

    ResponderEliminar
  3. «Esvanece a sedução dos tranquilos dias, na voz
    duma espiral em desequilíbrio, na nudez das horas,
    um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia.»

    Porque será, que me transportou ao nosso Pais actual?!
    Abraço
    Mer

    ResponderEliminar
  4. o crepúsculo sobre o atlântico... fugindo dentro do mar!
    muito lindo!
    beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Poeta Vieira Calado,


    um poema que forma uma nítida imagem no leitor. Feito com arte e bonito, sempre.

    Carinhoso beijo, amigo.

    ResponderEliminar
  6. Duro o passar do tempo na vida nossa e a consciência disso é mais dura ainda.
    Bom saber da segunda edição.
    beijos poeta.

    ResponderEliminar
  7. efémero o tempo, assim as horas, os crepúsculos. mas o crepúsculo, esse momento do entardecer em que o sol ainda arde no céu como que evidencia a perenidade e mutabilidade de mais um dia que passou, dos corpos exaustos, das paisagens mudadas, das vertigens e dores vividas, das flores agora murchas. tudo vai sendo passado, destinado à memória e como que inevitável - até as vertigens, desequilíbrios, pântanos em que o país vive, onde os corpos não encontram mais do que um vazio e um crepúsculo perpétuo.

    abraço, poeta.

    ResponderEliminar
  8. Mais um poema de que muito gostei.
    Beijo.
    isa.

    ResponderEliminar
  9. O crepúsculo para mim , apesar de triste, é lindo.Num acabar de tantas emoções e agitos vem a espera de um novo dia.
    Seu poema me transmitiu a sensação de paz e continuidade da vida.
    Parabéns. Encantada com sua poesia

    ResponderEliminar
  10. Querido amigo, sempre o tempo, senhor de tudo, das horas, dos crepúsculos, das neblinas e da vida. Lindo poema. Beijocas

    ResponderEliminar
  11. Gostei do poema embora deteste o crepúsculo. Para mim, a aurora é a parte mais bonita do dia.
    Abraço

    ResponderEliminar
  12. Sublime este "Crepúsculo" - um rasto luminoso de palavras, no vestir o poema com a nudez das horas...
    Adorei a "Viagem através da Luz", para quando a próxima viagem?
    Um beijo amigo,
    Chris

    ResponderEliminar
  13. Belo Demais esse "CREPÚSCULO"!

    Uma espiral poética que desnuda as horas e traz um pântano com as pétalas vazias duma flor!

    Que linda imagem!

    Beijos, poeta!

    Mirze

    ResponderEliminar
  14. Teus poemas falam por si só, e eu fico aqui respirando tuas letras e pensando...perfeito!

    Beijos Poeta

    ResponderEliminar
  15. olá amigo! estou feliz com suas visitas. a estou te seguindo, achaste bonito meu selinho porque não levaste o teu? beijus tere.?

    ResponderEliminar
  16. RSSSSS, o meu pc, está assim tamb ém.. bjus tere.

    ResponderEliminar
  17. E chego nestes Crepúsculo anunciados pela velocidade do tempo, mas que são eles próprios um tempo de paragem e reflexão. Deixo os meus parabéns e votos de muito êxito para a edição brasileira.
    Beijos

    ResponderEliminar
  18. Passando para ver as novidades, e deixar os votos de uma boa semana...

    Saudações poéticas

    ResponderEliminar
  19. "um violino voando ao vento...
    um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia..."
    Um Poema muito bonito!


    .

    ResponderEliminar
  20. Triste a queda das pétalas.
    Que o som dos violinos as impeça de se esquecerem de si na margem do pântano.

    Um abraço amigo

    ResponderEliminar
  21. Ola Vieira Calado,
    Vim agradecer sua visita em meu blog e conhecer seu espaço.
    Muito bacana tudo aqui.
    Ficarei por aqui.
    Um beijo,

    ResponderEliminar
  22. Triste, o caír das pétalas numa flor vazia. E neste Crepúsculo á velocidade do tempo, mesmo indiferente aos espasmos dos corpos, eu lhe desejo o maior sucesso, para o seu livro querido poeta. Beijos com carinho

    ResponderEliminar
  23. Belíssimo poema,
    Excelente escolha, Vieira.
    Um abraço

    ResponderEliminar
  24. Há muito que aqui não vinha. Fui em quem focou a perder. Um abraço.

    ResponderEliminar
  25. Vieira,

    Palavras que me entraram bem dentro.

    Obrigada pelo momento.

    bj

    ResponderEliminar
  26. Excelente! Poderia analisá-lo como objecto de trabalho!
    Beijo

    ResponderEliminar
  27. Suas palavras dispensam qualquer comentário. Belíssimo!!!

    Beijos de passarinho!!!

    ResponderEliminar
  28. Senti-me agora a verdadeira Wicca, nas cerimônias e ritos...
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  29. Magnífico poema.
    Gostei deste crepúsculo.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  30. Lindo... Essas cerimônias são imprecindíveis, o ritual enterra os mortos.

    É preciso. Vida exata.

    Vê! Confiar na vida! :)

    Obrigada pela presença encorajadora!

    Abraço!
    .

    ResponderEliminar
  31. Como são profundas essas palavras.

    Destaquei essa parte: gostei muito.

    "Ilumina as neblinas com um prelúdio de sinais
    que escondem o rasto das coisas, o seu halo
    redundante, como um violino voando ao vento."

    Beijos.

    ResponderEliminar
  32. Li há dois dias este poema, quis dizer algo, achei-me repetitivo e desisti. O tema do efêmero é recorrente na minha poesia, com o crepúsculo por coroa. Aliás, o poema todo usa imagens-símbolos que são também minhas - essa maravilhosa confluência de espíritos! - como a brevidade do tempo, o fluir, as fogueiras, a pedra, a vertigem, o violino (eu deveria ser músico... fiz uma série de poemas dedicados ao violino), o vento, o pântano, a flor. No meu último livro, com um "pouco mais de idade", tenho insistido no equilíbrio - talvez por medo desse "desequilíbrio"... E não é que, desequilibrado, sem nenhum motivo aparente, caí e quebrei o tornozelo? Vou bem, obrigado, mas de muletas.
    Um abraço, poeta.
    Brandão.

    ResponderEliminar
  33. Que lindo blog Poeta! Obrigada pela sua visita ao meu Caderno de Poesias.
    Abraços poéticos Karina

    ResponderEliminar
  34. O tempo cobra seu tributo a despeito de qualquer tentativa de segurá-lo na beleza efêmera, nos momentos felizes,
    ou num amor que nos fascine. Melhor viver cada dia e não deixar a alma num eterno crepúsculo.
    Meu caro, vim conhecer seu blog. Vim, vi e gostei!
    Seu poema é intenso e triste, como uma alma que se deixou apanhar pela desesperança.
    Te convido a conhecer o meu. Te espero por lá.
    Beijokas.
    Seguindo...

    ResponderEliminar
  35. " sedução dos dias tranquilos..."
    Gostei muito daqui.
    Obrigada pela sua visita.

    Abs
    Celamar

    ResponderEliminar
  36. Poeta,o seu comentário no meu espaço muito me honra e motiva.Belo crepúsculo o seu.Belo como o violino voando ao vento.Um bom mergulho na serenidade que tanto precisamos.Um abraço.

    ResponderEliminar
  37. Oi Vieira Calado,
    Amei o poema e ele veio junto com a notícia de que vai ser lançado por aqui! Por favor, me avise na época do lançamento.
    Estava com saudade de vc e saudade de vir aqui.
    Bjkas e um ótimo final de semana para vc..

    http://www.gostodistonew.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  38. O seu poema me lembrou o tempo, as situações, que acontecem, independente do nosso tempo interno.

    abraço.

    ResponderEliminar
  39. Dificíl comentar um poema que fala por si!
    Bjs

    ResponderEliminar
  40. Quanta perda nesse crepúsculo
    quanta dor de flor pelo caminho
    arrepia o tempo da nudez das horas
    como se fora sinais do exausto caminho...

    um pântano que enche de poesia
    cada verso que constrói fim de dia

    ai poeta,
    temos de lutar pelas auroras
    que amanheçam flores em belas horas

    beijinhos e bom fim-de-semana

    ResponderEliminar
  41. Caro Poeta
    Já estava com saudades.
    O poema é lindo como sempre.
    Parabéns pela 2ª edição. Notável.
    Grande abraço.
    Isabel

    ResponderEliminar
  42. Poesia assim dá gosto, saborear e pedir mais...

    O fascinio da arte de bem escrever...

    ResponderEliminar
  43. Bom dia Vieira!
    Já fiz um passeio aqui no seu blog e me sinto honrada com sua passagem no meu Misturação.
    Vou ver mais...
    Abraços

    ResponderEliminar
  44. Meu querido Poeta

    Simplesmente soberbo este poema.

    E esvanece a sedução dos tranquilos dias, na voz
    duma espiral em desequilíbrio, na nudez das horas,
    um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia.

    Adorei

    Beijo
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  45. Crepúsculo vertiginoso em poema de beleza natural.
    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  46. Olá Poeta, parabéns pelo seu excelente trabalho, agora reconhecido, também no Brasil.
    Um Abraço

    Boa semana

    ResponderEliminar
  47. poderia dizer muita coisa, ma não há nada a dizer perante a grandeza desta escrita.

    Sublime.

    Bom fim de Semana

    ResponderEliminar
  48. o crepúsculo
    move o músculo
    da l(ira).

    abraço, meu caro!

    ResponderEliminar
  49. Pétalas que caem, um violino cujas notas voam ao sabor do vento...poesia que anuncia um crepúsculo envolto em neblinas...

    Um beijo.

    ResponderEliminar
  50. Por vezes acho mesmo que vivemos nesse pântano de uma flor vazia

    Belo poema

    Boa semana

    bjgrande do Lago

    ResponderEliminar
  51. Vieira, querido,
    Imaginei um violino ao vento encantando um pântano... A poesia tudo pode...

    Beijos.

    ResponderEliminar
  52. Uma coisa interessa muito a quem ama poesia, o que escreve "Por detrás das Palavras" e a forma como escreve.

    Seu poema,como todos, está muito belo. O congratulo por esse caminho que tem percorrido e continua a percorrer...

    Em face disso, tudo o resto é fantasia!

    Gostei de o encontrar e lamento não
    ter seu nome, nas pessoas que acompanham o que escrevo.

    Em breve, muito breve, me vou ausentar e o último livro que escrevi só vai ser lançado em Fevereiro, quando voltar e se chama
    "A Maré e a Bruma".

    Lhe desejo felicidades pelo Brasil,
    onde eu vou estar, pois tenho lá minha familia mais directa.

    Agradeço sua presença no meu blogs,

    Maria Luísa

    ResponderEliminar
  53. Querido amigo; apesar do tom nostálgico do poema, uma beleza sublime...
    Boa semana! Beijos

    ResponderEliminar
  54. Querido Vieira; por favor, quando do lançamento, avise-nos e onde estará a venda. Obrigada!
    Boa semana! Beijos

    ResponderEliminar
  55. ...Um violino voando ao vento só é possível nas palavras dos poetas
    em tantas emoçoes passadas para nós
    simples mortais...

    E quando o crepúsculo chegar ao Brasil,avisa-me.

    Boa semana

    ResponderEliminar
  56. Eita!! Excelente, Vieira!! Muito bom!!

    "Ilumina as neblinas com um prelúdio de sinais" ótimo

    []s

    ResponderEliminar
  57. Estimado amigo poeta, agradeço a sua visita e peço desculpa pela minha ausência, questões de saúde tem-me impedido de estar mais presente.
    Gostei muito deste poema, e deixo desde já os meus parabéns pela edição brasileira que será um sucesso com toda a certeza.

    Bjs

    Sãozita

    ResponderEliminar
  58. Obrigada por teres aparecido "lá"!

    :)

    ResponderEliminar
  59. Mas são ciclos de fins, por que muitas vezes deixamos de recomecar a busca da nossa velicidade?

    Fique com Deus, menina menino Vieira Calado.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  60. Gostei muito deste espaço. Os poemas são lindos, continue*

    ResponderEliminar
  61. Bravo Nilson

    Belo poema!
    Me despeço, até sempre.
    Deixei no meu último poema, em
    comentário, o que penso de todos vós!

    Possa Deus iluminar nossos caminhos

    Bom Ano
    Feliz Natal!

    Maria Luísa

    ResponderEliminar