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...
A grandeza destas pedras vem do fogo austero
de magmas inquietos que subjugaram as montanhas,
reminiscências da antiquíssima viagem das águas
anteriores à ideia dum objecto modelado pelo tempo.
O que fascina é o seu perfil nebuloso, indulgente
perante o movimento dos sóis, os seus desígnios
no desvio dum olhar para o lado dos ocasos da luz.
O que inquieta é esta noção amarelenta do tempo,
as suas feições austeras imperfeitas desenhadas
nos veios deixados pela passagem das águas,
o paradoxo dos nossos dias idênticos absurdos.
Não há limite para as formas inacabadas do céu
as suas estrelas transgressoras da aventura temível
de erigir uma flor e destruí-la com um bafo de vento
vindo duma ciência chã, dum destino indecifrável
que se lê nestes fósseis da pedra, a impressão digital
dum deus desconhecedor dos segredos do amor.
em Terrachã, ed. AJEA
Que lindo!
ResponderEliminarEstou extasiada de tanta beleza.
Grande abraço.
Amigo,
ResponderEliminarPassei para te desejar um bom Domingo!
Voltarei para ler-te.
:-) um abraço
Tudo é inacabado.
ResponderEliminarTudo está sujeito a profundas alterações.
Os contornos de hoje não são os mesmos de ontem, tal como amanhã não serão os mesmos...
Em torno de nós e do que nos rodeia gira o desconhecido que tudo molda.
Beijinho de amizade *
Não há limites para as formas inacabadas do céu.
ResponderEliminarTambém não há limites para a imaginação prodigiosa do poeta.
Um abraço e uma boa semana
Que poema tão intenso!
ResponderEliminarMuito bonito " a noção amarelenta do tempo", de facto é uma grande verdade, o tempo com a sua face pálida engana-nos... passa mais rápido do que pensamos e quando damos por ele já se passaram uma dezena de anos.
Beijinhos,
Graça Mello
Olá querido Amigo Vieira Calado, é com enorme ternura que leio os seus poemas, aqui está um poema de uma beleza sem igual!...
ResponderEliminarAmigo, estou sem palavras, pois a qualidade é apanágio deste blogue!
Feliz, deixo-lhe muitos beijinhos de amizade,
Fernandinha
Realmente há em tudo um sinal de inacabado.
ResponderEliminarBelissimo e profundo este teu poema
Gosto do modo como versejas
Um beijo
Não há limites para as formas inacabadas do céu nem para a imaginação poética que aqui vejo desenvolvida.
ResponderEliminarComo sabes, gosto da tua poesia e este Fogo Austero é muito bonito.
Beijinhos
Tive pena de não ter ido ao almoço. Já sei que foi muito maior que o do ano anterior mas não me foi possível. De todo!
Tudo é fugaz, apenas o Homem se crê eterno... Abraço!
ResponderEliminar"...Não há limite para as formas inacabadas do céu..."
ResponderEliminarUm poema de grande sensibilidade que gostei muito!!
Bj e boa semana ;)
Intenso poema com " a impressão digital dum deus desconhecedor dos segredos do amor". Gostei imenso.
ResponderEliminarUm abraço.
Ah, o amor e o seus segredos.
ResponderEliminarBelo poema.
Bjs
Sarava!
ResponderEliminarAi o tempo...
beijocas
Tudo é um resnascer...Belo terno Poeta...
ResponderEliminarBeijito
Em pensamentos__________
olharIndiscreto
Tudo é um resnascer...Belo terno Poeta...
ResponderEliminarBeijito
Em pensamentos__________
olharIndiscreto
como tantas coisas inacabadas, tanto que fica por dizer e fazer...
ResponderEliminargosto de ler o que se passa por aqui, o tempo, por vezes, atrapalha-me os caminhos...
beijinhos
sonoridade e enigmático: os elementos que mais me tocaram...
ResponderEliminarabraços
Não imaginas como gostei deste texto, veio de encontro a muito do meu pensar, do meu ver quando observo as grandes e pequenas coisas que diáriamente observo na natureza. Obrigada por ele. Um jinho, muito, grande!
ResponderEliminarDifícil encontrar as palavras para comentar este poema austero, onde não há limite para a grandeza que ele encerra.
ResponderEliminarBjs.
És capaz de ter razão. Mai uma vez, os teus poemas revelam-se boas razões para ir passando por aqui.
ResponderEliminarPago-te o próximo café.
Abraço
V.Calado,
ResponderEliminar"Não há limite para as formas inacabadas do céu" nem para as da VIDA
grande poema este!
aqui, é um gosto.
um grande sorriso :)
mariam
Gostei de ler.
ResponderEliminarBelo momento de reflexão.
Eu bem quero, mas a vida não me permite. Passar 1 x por semana nos blogues dos amigos seria o ideal, mas...quem fala em ideais nesta época...há crise de toda a maneira e feitio.
Difícil, muito complicado.
Eu coloco uma questão: qual a tua opinião sobre as «praxes»?
Votos de boa semana.
Beijinhos.
"..não há limites...". Não.
ResponderEliminarGostei muito.
Bjs
A grandeza das palavras vem do fogo da tua poesia.
ResponderEliminarUm beijo.
Não há limite para as formas inacabdas do céu.
ResponderEliminarAmei esta frase, como ti«odo o poema é evidente.
Parabéns
Isabel
Olá,
ResponderEliminarSomos um blogue de muuuiiito sentimento.
Aguardamos a tua visita.
Até lá,
xD
poema denso. mantendo uma excelente musicalidade...
ResponderEliminargostei muito.
abraços
"O paradoxo dos nossos dias idênticos absurdos... as suas estrelas transgressoras de aventura temível..."
ResponderEliminarFrases que me tocaram num poema que me agradou muito.
Desejo que corra tudo bem consigo!
Abraços e um sorriso :)
Boa noite Vieira Calado
ResponderEliminarQuero agradecer-te a visita e dizer-te que gostei deste teu espaço.
Sobram razões para revisitar-te.
Aparece pela Gaiola: acolhe bem!
Um abraço
Venho retribuir a visita e bastante satisfeito por ter encontrado um poeta e um lugar onde existe consequentemente boa poesia ...
ResponderEliminarGostei e vou voltar....
cordialmente_____________ JRMarto
É como diz e muito bem. Não há limite, amigo Vieira.
ResponderEliminarhttp://desabafos-solitarios.blogspot.com/
e " no paradoxo dos nossos dias idênticos absurdos"
ResponderEliminarresta-nos reinventar um céu...sem limites.
e bela é a viagem...
maré
Passando para acompanhar teus versos que me fizeram pensar no quanto esta vida é ciclica e tudo muda numa fração de segundo. Ainda bem que assim o é... Abraços meus
ResponderEliminarSempre denso e elegante!
ResponderEliminar:))
O fascinante mistério do princípio.
ResponderEliminarGostei.
Abraço.
amigo! Nunca haverá limites,para quem escreve assim,adorei.
ResponderEliminarAgradeço visita
Beijinho
Este teu poema é denso, profundo e e de uma riqueza de imagens impressionante.
ResponderEliminarDiria que é uma visão condensada dos tempos pré-históricos até aos dias de hoje. Da Natureza e do Homem.
Brilhante, não tenho mais palavras.
Abraço.
Muito bem.
ResponderEliminarUm abraço.
Belo poema, profundo e com uma mensagem subliminar não muito fácil de adivinhar. É sempre um prazer ir passando por aqui.
ResponderEliminarAbraço
Lidia
Vieira Calado
ResponderEliminarEntre o céu e o desconhecido há a aventura da tua poesia.
Quantos campos por desbravar!...
Abraço
há neste fogo austero algo ainda por queimar...à espera de uma perfeição quiçá inatingível
ResponderEliminarbeijos
Caro amigo Vieira Calado;
ResponderEliminarNeste se "Fogo Austero" segui a ordem cronológica do poema e descobri algo fascinante que é;
"A grandeza destas pedras,
O que fascina é o seu perfil nebuloso,
Que inquieta esta noção amarelento do tempo,
Em que não há limites para as formas inacabadas do céu."
Será esta "pensée" que motivou o grande poeta e amigo a escrevê-lo ?.
Parabéns caro amigo Vieira Calado pela sua capacidade de transformar o absurdo no lógico e real.
Um abraço
«A grandeza destas pedras vem do fogo austero... dum deus desconhecedor do segredos do amor»
ResponderEliminarProvavelmente, há coisas que são geradas sem amor. Coisas que dispensam o concurso do amor. Ainda não descobri se o amor também cansa, ou não. E acho que não devo descobrir. Espero não descobrir.
;)
Prepara-se qualquer coisa para 26 à noite. A Mena é que sabe.
Abraço
Amigo Vieira, buscaste na sabedoria das pedras que menciona, a inspiração para tão grandioso poema. Geologia e poesia. O talento é capaz de combinar qualquer coisa.
ResponderEliminarUm abraço e tenha uma boa semana!
Os sempre inacabados monólogos perante o indecifrável.
ResponderEliminarAbraço.
Nunca tinha lido nada antes donde, através dum poema, se pudesse ver a formação daquela montanha que temos na nossa frente. Assim como o que floresce nela e que a natureza cria e destrói, num ápice ou com o passo do tempo.
ResponderEliminarGostei
Um abraço
Li Tarrachã e não recordo ter por lá visto nada assim. Vou ter que voltar a lê-lo!
Muito grata pela sua visita...
ResponderEliminarAs suas palavras, a sua poesia, a variedade dos poemas encantam-me (vamos lá ver se não demoro tanto da próxima vez a voltar...). Sobre a máquina fotográfica: a minha é muito simples e digital... às vezes consegue-se uma ou outra imagem mais ou menos inspirada...
Abraço.
é sempre bom passar por aqui!Um grande beijo!!
ResponderEliminarHá...segredos do amor!
ResponderEliminarQuem desvenda-los ganhará o céu!
um grande abraço.
Apareça
Tenho um prémio para lhe oferecer.
ResponderEliminarMuito bons dias.
Eu digo que a poesia não se define e que a poesia não se pode comentar...ela sente-se. Eu quando te leio sinto, mas não posso dizer mais...muitos beijos.
ResponderEliminarAqui deixo a "minha impressão digital"...
ResponderEliminarLido de um fôlego, respiram-se momentos monólogos, de sensibilidade própria.
Abraço.
Neste mar de amadores e amantes da poesia alguns blogs são portos de arte. Este é um deles. Bom vir aqui de vez em quando. Apesar de tantos comentários ouço também deixar o meu.
ResponderEliminarAbraço.
Pois é lindinho! Difícil desvendar os segredos do amor, como os que existem entre o céu e a terra.
ResponderEliminarBela poesia!
Bom fim de semana! Beijos
Gostei muito! n'"o paradoxo dos nossos dias idênticos absurdos"...
ResponderEliminarBom fim-de-semana :)
Assim como as estrelas não tem limites o amor deveria ser igual, sempre a sorrir e a amar.Uma ilha
ResponderEliminarVieira Calado,
ResponderEliminarPassei por aqui só para lhe desejar um bom fim-de-semana.
Abraços e um grande sorriso :)
Mais um belo poema, amigo... é sempre uma alegria visitar-te. Meu abraço!
ResponderEliminarV.Calado,
ResponderEliminarpasso, digo-lhe um olá, desejo-lhe um bom fim-de-semana
e uma melhor semana
deixo-lhe uma castanha-assada (é tempo delas!)
e um sorriso :)
mariam
Excelente texto poético de abordagem à vida.
ResponderEliminarO seu final diz tudo
"que se lê nestes fósseis de pedra, a impressão digital
dum deus desconhecedor dos segredos so amor".
Obrigao
Chamaremos Vénus em auxílio do amor que nos foge entre os dedos e que sepultamos muito abaixo de uma qualquer pedra. A inquietação é darmos o jogo como perdido antes de nos munirmos da afrodisíaca receita. A inquietação é não dar tempo a ele mesmo para que deixemos preparar-se. Por isso amarelece, envelhece e morre! A inquietação é um misto do não haver limite e de nos limitarmos.
ResponderEliminarGostei muito, mesmo muito.
Um abraço
em azul
Depararmo-nos com a verdadeira arte acaba por nos tornar mais humildes. Pelo menos, foi o que a mim me aconteceu ao ler este texto.
ResponderEliminar...E que o fogo das suas palavras continue sempre aquecer...
ResponderEliminar***
Ilimitado para sempre... em todos os aspectos para que a beleza ouse e tu possas ousar tb nas palavras ... brilhante
ResponderEliminarBeijinhos das nuvens
Um fogo austero na chama de um vulcão?
ResponderEliminarBelo poema cheio de força e garra!
Parabéns calado porque na realidade não há limites para quem modela as palavras. Bendito oleiro
obrigada pela visita ao meu cantinho
Boa tarde!
ResponderEliminarObrigada pela sua visita ao nosso blog!
E Parabéns pelos seus poemas!
Fogo, água, terra, ar... amor.
ResponderEliminarPoema completo.
Abraço,
PAZ e LUZ