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POEMA EM LOUVOR DO AZEITE
Dizem do modesto ramo de oliveira a paz
e dizem-nos do seu ditoso fruto a luz
que iluminou as noites de reflexão dos gregos.
Só por isto eu teria de louvar o puro azeite,
este lugar eleito, este lagar de azeite
onde a prensa arrebatava a flor dos fluidos
que dão perfil e força às veias da memória.
Também nos dizem do primado do seu reino
de enfrentar o frio, a decrepitude, os rudes sóis
e nos proteger do estertor fatal da morte
graças à excelência dos seus ómega colestróis.
Mas mais que tudo pelo paladar, o gosto antigo
no bacalhau e noutros pratos celebrados,
na sardinha em lata como era nesse tempo,
na caldeirada, nas cavalas, nos charros alimados.
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No livro, a cada poema e fotografia corresponde uma nota histórico/etnográfica,
de Brazão Gonçalves.
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6 - LAGAR DE AZEITE - Os antigos lagares eram movidos por tracção animal.
Tal como a nora, eram também engenhos muito bem engenhados.
Pesados troncos de cone em pedra eram accionados pela força de potentes bois.
A azeitona massacrada até à medula, não dos ossos que os não tem,
mas do caroço, lá ia gemendo e chorando as suas apreciadas lágrimas
que haveriam de dar o rico e fino azeite para o prato
e o menos fino e mais pobre para a candeia.
A água ruça, ralé daquela viscosa sociedade,
era desprezada como escória inútil e ia correr até aos ribeiros nos tempos puros
em que nem chegavam a constituir poluição. Em tempos recuados
e para aqueles cuja produção olivícola
e para aqueles cuja produção olivícola
não bastava para utilizar os serviços do lagar da aldeia,
o azeite chegava a ser produzido artesanalmente
na própria casa do pequeno produtor, em pequenas lagaretas.
Tal como acontece com as amendoeiras, e embora se trate de azeite e não de vinho,
Tal como acontece com as amendoeiras, e embora se trate de azeite e não de vinho,
também se pode dizer que é chão que já deu uvas.
em "Algarve Ontem", o meu último livro, recentemente publicado
* No livro, as fotografias são a preto e branco.
Belíssima! Muito nobre uma oliveira.
ResponderEliminarSeus frutos, o azeite não exite nada igual nas melhores culinárias.
E ainda inspira poetas.
Abraços. Edna
Obrigada pela bela lição saudável do azeite & companhia!
ResponderEliminar[ ] Célia.
Interessante fazer uma louvação, uma ode à oliva, ao azeite, "ouro líquido dos povos do Mediterrâneo", como se não bastasse, apresenta-nos uma bela imagem acompanhada da "sociologia da oliveira"!
ResponderEliminarBeijo, Calado!
Belo poema Vieira desse fruto que incrementa a gastronomia portuguesa,deixando- a saborosa.
ResponderEliminarAdoro uma bacalhoada regada a um bom azeite e um cálie do vinho do Porto rs
deu água na boa essa poesia rs
Gostei
abraço
Bom dia, querido amigo Vieira Calado.
ResponderEliminarLindo poema inspirado pelo azeite...
Ele merece. É bom demais!!
Por mais simples que um cardápio possa ser, ele faz a mágica de um sabor especial.
Boas explicações.
Muito obrigada pela honra da sua visita, e pela sempre, gentileza.
Que a luz divina ilumine o seu caminho.
Beijos.
Um poema belíssimo com toda a grandiosidade e nobreza que a oliveira e o azeite representam para um povo.
ResponderEliminarUm abraço
oa.s
um poema muito interessante..
ResponderEliminarfalando da pureza..
dos atributos..
do sabor..
bjs.Sol
Poema de belas palavras e que retrata fielmente como o azeite é extraído. Gostei imensamente! Já gostava de azeite agora vou degustá-lo com mais prazer acompanhando o bom bacalhau entre outras iguarias.
ResponderEliminarA magnitude do azeite, dos lagares, das belas azeitonas ( que adoro) , tudo retratado num poema fantástico, em não não faltam os pormenores.
ResponderEliminarGostei muito e parabéns pela homenagem que te fizeram
Bom fim de semana
Bjgrande do Lago
Caro Vieira Calado !
ResponderEliminarGostei muito deste original louvor ao azeite.
A oliveira é nossa, mediterrânica e... mística!
Lindo post, com uma imagem linda a figurar este poema soberbo !
Um abraço banhado em azeite português...
O meu avô paterno tinha um lagar de uvas que agora é meu e da minha irmã e o materno um lagar de azeite!
ResponderEliminarTenho esses lagares guardados a laborar na gaveta da infância!
Abraço
Grato pela partilha.
ResponderEliminarAbraço e bom fim de semana.
Passados mais de 50 anos ainda me recordo dos odores do lagar lá da terra.
ResponderEliminarAbraço
Um excelente louvor ao azeite.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Calado,
ResponderEliminarGostei de saber de como se extrai o azeite das olivas. Eu nunca vi, aliás nunca vi nem um cachinho de olivas como esse da foto... só conheço azeitonas em conserva rsrsrsrs.
Viajei pelo seu blog, e goste.
Obrigada pela visita e comentário, fico por aqui também.
Beijokas e bom fim de semana.
Vieira Calado, o azeite merece mesmo esse lindo poema escrito por você, ainda mais se tratando do azeite português, maravilha das maravilhas! Um abraço, bom fim de semana
ResponderEliminarOlá caro amigo poeta,
ResponderEliminarcá estou de volta!
Obrigada pela visita!
Agora falando do poema, enquanto li, me veio à boca o sabor, a textura, o brilho...
Muito merecido escrever sobre este, que considero um néctar dos deuses, assim como o vinho.
Mas o mais interessante foi a aula sobre Lagar de azeite. Muito bom!
Obrigada por nos presentear com cultura e poesia
Abraços
Adoro as oliveiras e lembram a infância de meu marido na Itália. abraços, lindo aqui!!! chica
ResponderEliminarO azeite...vida...tradição do nosso povo português. Como acontece com tudo, ele já chega às nossas meses de uma outra foram, assim como a vida de hoje que de maneira diferente é vivida. Mas não deixa de ser o nosso azeite...o nosso orgulho de sermos portugueses. Uma fonte de vida, o azeite...uma fonte de subsistência para muitos de nós; merece si, ser cantado pelos poetas. Um beijinho e obrigada por enalteceres um produto nacional em forma de poema. Um bom fim de semana
ResponderEliminarEmília
º° ✿
ResponderEliminar♥ °
Amigo,
Esse poema é bonito e saboroso.
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Brasil º° ✿
✿♥ °
..(░)(░)
(░)(♥)(░)
..(░)(░)
O tema é bem português e oa autor recomenda-se.
ResponderEliminarBeijinho
ná
Tanta realidade, amigo, em expressões tão belas e cativantes!
ResponderEliminarQuem me dera...
Bom domingo e muitas felicidades
Caro Vieira Calado
ResponderEliminarEstou de férias ao sul mas não no Algarve!
Quando regressar hei-de perguntar ao único tio materno que ainda tenho se há fotografias do lagar do meu avô...
Está fechado há muitos anos mas ainda me lembro de brincar, com os meus primos, às escondidas no Verão dentro das tulhas numeradas e vazias que existiam no pátio e onde cada proprietário colocava a sua colheita.
A azeitona naquele tempo não era misturada, cada um sabia que estava a receber o azeite das suas oliveiras.
O proprietário ficava com uma maquia de acordo com a quantidade de azeite produzido.
Abraço
só um Poeta se lembraria de escrever sobre um tema tão português.
ResponderEliminargostei de ler e gostei muito da foto.
bom domingo~
beij
Um poema gostoso e informativo. Me deixou foi com mais fome. kkk
ResponderEliminarabraço
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ResponderEliminarParabéns! Não é fácil escolher um tema assim, para um poema... Bendito azeite, que inspirou tal poema!
Beijos de luz e o meu carinho...
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Olá.
ResponderEliminarAdorei seu Blog.
Estou te seguindo...
me segue?
beijos
http://rgqueen.blogspot.com/
Eu também, meu amigo, eu também.
ResponderEliminarAdorei o visual novo.
Que delícia de poema, senti o aroma daqui.
Beijinhos
Eu também, meu amigo, eu também.
ResponderEliminarAdorei o visual novo.
Que delícia de poema, senti o aroma daqui.
Beijinhos
A poesia louvando o azeite, a oliveira e, quem sabe, resguardando a paz!
ResponderEliminarbeijo
Graça
Se já gostava de azeite... agora admiro-o!
ResponderEliminarBeijos =)
Um poema bem regado de memórias.Bonita homenagem.Um abraço
ResponderEliminarMaravilha que nós brasileiros herdamos de vocês.
ResponderEliminarLindíssimo!
Bjo!
O bom do poeta é que ele se inspira em tudo que chama sua atenção.
ResponderEliminarPoema criativo...
bjssssssssssssss
Uma bela lição,um belo louvor,um belo poema!!
ResponderEliminarUm beijo!
Sonia Regina
P.S.Passeie à vontade,este blog é dos meus amigos!
Isso que é poema com louvor a um puro azeite. Achei lindíssimo. Obrigada pelo carinho. Meu perfil estava disponível e nem sabia, só vi depois que li o Email. Já está tudo ok? Bjs !
ResponderEliminarSmareis
Caro Poeta
ResponderEliminarMas que viagem maravilhosa pela memória. Um poema que Pablo Neruda poderia assinar por baixo.
As minhas memórias sobre lagares vão até ao Minho. O percurso até ao lagar era todo feito a cantar, homens e mulheres. Uma enorme alegria.
Grande abraço
Isabel
Caro poeta
ResponderEliminarMas que falta a minha.
Deixar sem comentar o "new look" do blog. Está luminoso.
Parabéns.
Beijinho
Isabel
Caro poeta,
ResponderEliminarextrair junto com o óleo brilhante os versos que retratam o artesanal feito, é tarefa dos que sabem adocicar a essência com palavras. O feito dos poetas!
Justo louvor a tão apreciado composto.
PS: Fico grata e contente por tua visita ao Fractais.Volte sempre que quiser.
Abraços,
Calu
Excelente, mestre e amigo! Trouxe-me a saudade de ouvir o meu pai enaltecendo os olivais de seu querido Portugal! Obrigado, e meu abraço. Boa semana!
ResponderEliminarAmigo Poeta Vieira Calado,
ResponderEliminarUm poema excepcional em que a beleza das palavras
deixam transparecer os cheiros, os sabores e a Luz proveniente daquele fruto tão especial de uma não menos bela árvore e tudo o mais me fez recordar alguns rituais realizados pelo meu querido avô materno.
Grata por esta sublime partilha.
Um beijinho.
Ailime
primordial. o azeite...
ResponderEliminare teu poema mutio belo
abraços
Olá, Calado
ResponderEliminarJá havia estado por aqui, mas só hoje, anexei meu retratinho.
Uno-me a você neste louvor ao Azeite, até porque tenho Oliveira na ascendência paterna (de São Miguel dos Açores).
Amei, suas "cordiais saudações".
Deixo o mesmo pra você...e mais:
um abraço
Lúcia
Cheguei a ver um destes quando era miuda. E também um lagar de vinho, onde se tratava , não lembro agora o nome que davam às peles e grainhas das uvas para fazer o bagaço.
ResponderEliminarUm abraço
Gosto tanto do sabor e do cheirinho do azeite!
ResponderEliminarPrimeiro foram os olhos a fixar-se naquele ramo,depois a cor ( me disseram que é muito importante). Depois veio o líquido viçoso, o cheiro, ahhhhh!!! Comi suas palavras!! Que sabor maravilhoso!!!
ResponderEliminarDeixou-me com o sabor dos meus ancestrais, que me ensinaram em terras tão distantes a apreciar esse nobre indiscutível paladar. Não lembro, nunca, nunca de não tê-lo a mesa...mais!
Abraços
Adoro azeite, merecidamente bem lembrado e louvado aqui nesse magnífico poema!
ResponderEliminarParabéns pelo lindo blogue e muito prazer em conhecer um grande escritor e poeta!
Abraços
Ivone