sábado, 5 de junho de 2010

Pedro Pedra


 .
O que eu queria era ter sido Pedro
porque Pedro lembra a pedra, a concha
antiga, a tranquilidade da urze liberta
num cântico só de terra e de montanha.
.
Ela é feita de silêncios e sol,
a ressurreição do saber das horas
ausentadas do discurso das águas
num livro que persiste imperturbável.
.
Apenas olha os céus, não os observa
nem se imagina no acto de contemplar
as cores que ardem sob as estrelas
nas ruínas doutros limos sobre a praia.
.
O que eu queria era ter sido Pedro
porque, para arder no frio que passa,
árido e negligente aos sóis e aos sonos,
tanto faz uma rosa, como um silêncio.
.
em "Transparências", ed. AJEA

domingo, 30 de maio de 2010

POEMETO


.
O que fui, ainda sou;
o que não fui, sempre quis ser.
.
É assim, este coração
a arder.
.
em POEMETOS II, a editar