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No tempo em que as crianças aprendiam a desenhar
um jarro de água em cima da mesa,
uma árvore rodeada de promessas
num carrinho em madeira feito com as próprias mãos
para conquistar a distância e as manhãs
nesse tempo
havia uma grande luminosidade nos ares
uma ânsia encoberta no coração dos dias
e um rio corria limpo dos olhos das crianças.
A noite que se via no olhar do caminheiro
era uma seta apontada ao futuro
e o destino era uma promessa de espigas loiras
de trigo plantadas na cidade
das grandes luzes para afugentar a noite.
Nesse tempo havia uma palavra nunca dita
a dar corpo à raiz dos corações,
porque o caminheiro havia de ter uma árvore
desenhada por uma criança
enfeitada de palavras, numa rua da cidade.
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inédito
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ResponderEliminarQue distante estas doces lembranças...
ResponderEliminarE hoje nossas crianças nem imaginam
uma vida assim.
Belíssimo poema. Grande abraço. Edna.
Belíssimo!
ResponderEliminarNesse tempo era verde a esperança.
Cumprimentos cordiais
L.B.
Belissimo!
ResponderEliminarMuito bonito neste tempo esperamos que todos possam plantar uma arvore para dar fruto e sombra aos que precisam e que as criancas possam continuar aprendendo para termos um futuro melhor, paz.
ResponderEliminarAs poesias que você escolhe são sempre ótimas.
ResponderEliminarHoje ninguém quer mais plantar uma árvore, talvez queiram destruir...
Grande abraço com desejos de uma ótima semana!
Tempos em que as crianças brincavam de conquistar distancias e coisas. Tempos mágicos pois são os tempos da infancia.
ResponderEliminarLindo, especialmente bonito.
abraços
Lindo amigo. Saudades desse tempo...
ResponderEliminarMeu querido poeta.
ResponderEliminarDoces lembranças da infancia...primeiro da minha, depois dos meus filhos.
Lindo
beijinhos
sonhadora
às vezes a gente tropeça nas palvras e fica luminoso: é o caso
ResponderEliminarE seus versos fizeram-me voltar a esse tempo...
ResponderEliminarBeijinho com amizade *
Caro Vieira Calado;
ResponderEliminarNesse tempo,...
bom, nesse tempo eramos todos crianças e assim deveriamos ter continuado!.
Um abraço,
Osvaldo
Bonito, Vieira! Muito bonito :-)
ResponderEliminarAbracos e uma boa semana
Como sempre
ResponderEliminarArte e bom gosto.
Oi, Vieira
ResponderEliminarLindo tempo em que as crianças viviam a inocência da sua infância e os adultos confiavam nos seus sonhos!
Linda poesia!
Boa semana pra ti,
Bjs
Belas, como sempre, as tuas palavras.
ResponderEliminarSenti a esperança no poema.
Muitos beijos.
Doces lembranças,que parece ser sonho.
ResponderEliminarEu, ainda tive o privilégio de ver a natureza luminosa...
Boas recordações.
Beijo
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ResponderEliminarAmigo Calado,
ResponderEliminarSó hoje descobri que era poeta...e dos muito bons!!!
Parabéns!!!
Como diz o outro "Those were the days", que saudades...
Voltarei aqui mais vezes.Adoro o que não sei fazer.
Beijinho
Ná
Caro amigo, belo poema...Espectacular....
ResponderEliminarUm abraço
Muito distante as palavras que aqui li,mas de tanta lembrança,absorvi cada palavra,que foram directas ao pensamento,adorei meu amigo.
ResponderEliminarBeijinho bs.Lisa
Muito bonito, a pureza dos sentimentos de criança expostos neste poema de saudade pelo que ficou para trás.
ResponderEliminarBeijo
Desse tempo só tenho saudade das crianças verdadeiras, que não eram os ditardozinhos mal educados de agora.
ResponderEliminarAgora
Fui uma dessas crianças...uma beleza o poema!
ResponderEliminarBeijo
O tempo rimordial.
ResponderEliminarAinda é possivel ver as crianças -- geração em geração -- repetiem esse gesto.
Pena é que ele não seja, ainda não seja, universal e esteja consolidado.
(Como correu a exposição?)
Saudações
nesse tempooooooooo
ResponderEliminaras nossas crianças conseguiam ser crianças tanto tempooooooooo
hoje crescem à pressa!
beijinhos
OLá Poeta Vieira Calado,
ResponderEliminarNesse tempo...
Acho que todos eram muito mais felizes!
Digo eu!
Bjinhos
Céci
"Nesse tempo" as manhãs eram claras, as crianças transparentes e os amanhãs feitos de promessas.
ResponderEliminarMas a tua poesia permanece.
Abraço.
Que saudade desses tempos...Lindo poema!
ResponderEliminarBjs
Tempos que já lá vão...
ResponderEliminarOs tempos agora saõ outros...
E sempre assim foi...é o ciclo da vida...noutros tempos...naquele tempo...
Bonito poema
Bem-haja por nos recordar aqueles tempos de criança em que o sonho ainda estava perto da realidade.
Agora mais velhos é que vimos que a distância é imensurável!
Forte abraço
Mer
Poeta,
ResponderEliminar...e aposto que nesse tempo, o mundo era bem melhor!!!
Gostei imenso do seu poema , das imagens desenhadas nas palavras.
Um beijo meu,
Margusta
Aquela árvore desenhada
ResponderEliminarera alguma esperança
beijinho de criança...
e o caminheiro andava
com o coração que cantava...
no segredo da rua da cidade
vai ainda em alguns, muita verdade.
beijo com amizade
Caro VC,
ResponderEliminarNesse tempo, crianças sonhavam ser tudo, até poetas. Uma delas fez essa "Viagem Através da Luz" e chegou à terra de hoje. Na viagem transitada através da luz deixou "poemas,combates pelos outros e por nós, lembranças do grande mar,amores".
Que continue ambicionando o sorriso dessa criança e os trespasses de luz não lhe falte.
tua poesia me fez pura saudade neste fim de tarde
ResponderEliminarmudam_se os tempos
ResponderEliminarmudam_se as naturezas mortas
e porque não?
Vieira Calado, como foi bom ser criança no nosso tempo!. Gostei muito desta poesia, assim como tudo quanto tenho lido - faz-nos bem! Obrigada por isso.
ResponderEliminarComo correu a Inauguração do dia 17Janeiro?
beijinho
nesse tempo também havia o vendedor de barquilhas
ResponderEliminar;)
Belíssimo, Vieira!
ResponderEliminarÉ uma pena que substituiram a arte da criação infantil por máquinas que já vem com o brinquedo pronto para neurotizar as mentes infantis.
Certamente uma nova humanidade robótica está a se formar.
Ainda bem que vivi esse tempo.
Beijos
Mirse
um poema pleno de "luminosidade"... poderiam os dias ainda ser assim?
ResponderEliminarabraço.
Amigo poeta,
ResponderEliminarnesse tempo a única coisa que não tínhamos era a liberdade...
hoje, há em excesso e isso faz-nos ter saudades desse tempo puro e cheio de encanto.
um abraço
Poeta Calado
ResponderEliminarO que encanta na criança, dentro de tantas coisas é o brilho de esperança no olhar e é esta vivacidade que devemos cultivar nelas, pois ela é nós hj e isso acarretará em alegria e emoção no presente, deixando o pretérito para paginas amarelas de um jornal e o futuro feito pipa no ar, conduzida pela mão presente.
Bjinhos e um bom final de semana.
Já tinha lido mas só agora comento que isto é muito, muito bom !
ResponderEliminarJMB
Não podia deixar de "pintar" um comentário. Um poema lindíssimo. sem mais palavras:gosto muito!
ResponderEliminarTempo bom, será que algum dia volta?
ResponderEliminarLinda poesia, como todas que você escreve.
Beijos e desculpe minha ausência.
1 vim agradecer as palavras deixadas no blog de nosso amigo Alvaro....
ResponderEliminarUm grande escritor e um grande poeta...
E eis que me deparo a mais um nobre escritor dessa terra tão produtiva em talentos....
Estou aqui invadindo seu espaço a contemplar suas escritas.
Um abraço
Andresa
E, porque precisasse o caminheiro duma árvore, desenhada por uma criança, enfeitada de palavras, inventou-se o poeta. Pois não foi assim, Senhor Poeta?
ResponderEliminarAinda hoje há crianças como a que descreve neste excelente poema, meu caro amigo.
ResponderEliminarAs crianças de agora não são piores ou melhores do que as crianças desse tempo passado, são diferentes.
Saudade desses tempos... não tenho. Como filha única fui sempre uma crianca insuportável; os meus filhos são muito mais fáceis de lidar.
O que eu gosto neste poema é a sua musicalidade, a qualidade do poema em si. Penso traduzi-lo, se estiver de acordo. Os membros do Círculo Literário querem, que eu continue a traduzir os seus poemas, querem mesmo que num dos encontros só se fale de poesia portuguesa. Eu cá tenho um grande respeito pela poesia, por isso, prefiro traduzir prosa.
A saudação habitual de Düsseldorf!
Era verde o meu mundo nesse tempo.
ResponderEliminarEscrevi num poema: "Nós tínhamos tempo de contar as estrelas."
Agora, estrelas não há mais.
Agora, "é proibido pisar na grama".
O seu poema mexe com a saudade. Obrigado.
Abraços.
Caro Amigo Vieira Calado,
ResponderEliminarRei mosto/Rei Porto são eternos e naturais. O que não é muito natural é a mente humana que abusa destas dádivas da Natureza.
E 100.000 vistas, uau... É obra e uma bonita obra.
Um grande abraço
José António
Olá vieira,
ResponderEliminarQuanta verdade, quanta saudade
deixaste fluir aqui.
Nos versos bem desenhados
e lembranças tão bem plantadas.
...Meus bons tempos revivi.
Obrigada pela visita - Amei este espaço. estarei sempre por aqui.
Calado
ResponderEliminarTenho andado meio perdida, por aí...
Lindíssimo este poema. O tema toca-me particularmente!
Um abraço
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