quarta-feira, 16 de abril de 2008

É O VENTO A INTERPRETAR

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É o vento a interpretar o verdadeiro desígnio destes campos,
migalhas de pó que se transportam ondeando as ervas e os matos
para um tempo breve, onde dispor um incêndio, junto ao corpo
das excessivas lembranças, no anónimo exílio das cidades.

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Quanto basta é o sossego dos lugares soltos ao festim do sol,
a asa dum insecto que se recorta no azul perdurável da terra.

.
Assim me ensinaram os perfumes da urze, que chegam de longe,
o estorninho escondido dos olhares, desconfiado dos destinos.

.
E aqui reconheço, no chão caminho das águas, a serenidade
deste pastor imperturbável às formas fulgurantes do silêncio
que soa entre as árvores, o trânsito liberto, perpétuo, das seivas,
a exacta, útil degenerescência do conceito urbano de solidão.

em Terrachã, ed AJEA/2004

62 comentários:

  1. É o vento quem melhor desenha na paisagem.

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  2. "E aqui reconheço, no chão caminho das águas, a serenidade
    deste pastor imperturbável às formas fulgurantes do silêncio ..."

    por isso volto e agradeço.

    Um abraço
    Mel

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  3. Um poema com textura, aroma, tacto. Sente-se.

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  4. Olá querido amigo, um belo poema... Um poema que nos toca!
    Um poema que nos leva a outras paragens!!!
    Obrigada meu amigo, por me dares a ler, tão bela poesia...
    Beijinhos de carinho,
    Fernandinha

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  5. Além do mais, acho o título do poema um Must!!! "É o vento a interpretar"...
    :))

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  6. Oy Amigo,

    Que maravilha os dois livros que quase li de um só fôlego!

    Adorei. Muito obrigada pelos excelentes momentos de poesia que me proporcionou. Se calhar está na hora de eu fazer aí outra exposição com uma sessão de poesia pelo meio. Que tal?

    Beijinho,

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  7. MARAVILHA DE LEITURA, QUE POEMA!!!!
    Vieira, seu espaço é simplismente maravilhoso.
    Bjs.

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  8. "...Quanto basta é o sossego dos lugares soltos ao festim do sol,
    a asa dum insecto que se recorta no azul perdurável da terra...."

    Lindo!

    Parabéns!

    (*)

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  9. por vezes é de absoluta necessidade deixar o vento interpretar as nossas estradas de pó cobertas, na seara da solidão....

    um abraço amigo

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  10. Caro amigo, excelente poema...Bela interpretação do vento !
    Um abraço

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  11. Aos amigos comunico que, inesperadamente,
    fui obrigada a mudar de residência.

    Peço desculpa pela forma como o faço
    mas trata-se de uma emergência que espero seja a última.

    Aproveito para mandar um abraço do
    vosso Amigo Romério para todos

    E a Meg espera-vos aqui a partir de agora

    http://recalcitrantemor.blogspot.com/

    17/4/08 04:38

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  12. Olá! Começar a minha manhã lendo a sua poesia, dá-me uma disposição de alto nível!
    Obrigada por nos proporcionar, a mim e a todos qie o leiem e, creio que devem ser muitos, momentos tão agradáveis.
    Tenha um bom dia!

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  13. Fala meu amigo, do outro lado do mar risos, adoro suas poesias, são maravilhosas. Acrescentei em favoritos em meu blog. Um dia inspirador para ti.

    Fabiano(Poesias Gardener) - São Paulo

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  14. Como adorei este texto!
    Como adoro perder-me a tentar entender os sinais emitidos pela Natureza... os silêncios que tanto dizem, os sons que entoam hinos, os odores que apelam à sensibilidade... O entrelaçar do hoje com o ontem e com o amanhã, na eterna renovação, promessa de continuidade... Repetição que nunca cansa.

    Beijinho

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  15. Também eu: reconheço a serenidade ao ler-te. :-)

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  16. O sentidos todos contemplados neste belo poema que contrapõe a inexorável secura das cidades com todos os perfumes e cores trazidos pelo vento de algum lugar de sonho.

    Muito bonito!

    beijos

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  17. ...e todos os sentidos bem despertos ...com este vento aqui tão perto!

    Magnífico!

    Bjs do fundo do Oceanus

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  18. É o vento a interpretar,
    a liberdade que os campos nos transmitem.
    E assim reconhecemos a degenerescência do viver urbano em solidão tumultuosa.

    Amigo Vieira Calado, as palavras não são vãs, fiquei preso a estas linhas deste poema.

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  19. o vento, o tempo breve, as formas fulgurantes do silêncio,...

    excelente poema.

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  20. Olá querido amigo, venho desejar-lhe um bom fim de semana, apesar do mau tempo...
    Beijinhos de carinho,
    Fernandinha

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  21. Senti-me transportado... que bom aperitivo para o fim-de-semana no campo! Abraço, poeta.

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  22. Houveram tantos ventos em minha vida. Amo o vento. Esvoaçam lembranças.

    Para ler teus poemas e para então sonhar... Por isto venho aqui.

    Abraço

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  23. Ele o vento a nos tocar, nos penetrar.Rendo-me à sua natureza.

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  24. O que perdemos nesta selva urbana, onde os cheiros e os sons (ruídos) nos incomodam. Estou mesmo a precisar de férias e do meu refúgio no inetrior.
    Bom fim de semana
    Abraço do Zé

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  25. Mais uma poesia completa, bela na forma e no conteúdo.
    Agradeço a presença num dia difícil; gostei.
    Um abraço.

    (aconselho a que apague o comentário assinado Grogal; é vírus)

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  26. Quanto basta é o sossego dos lugares soltos ao festim do sol,
    a asa dum insecto que se recorta no azul perdurável da terra.

    Fabuloso!
    Ao ler este poema fui transportada para as tardes quentes de Verão da minha meninice no meu Alentejo. Obrigada pela sua poesia.
    beijos e bom fim de semana

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  27. Gostei do poema.
    Bom final de semana.

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  28. Exitem essenias que alem d nunca esquecermos, fazem-nos reviver outros tempos antigos...

    Abraço

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  29. Olá Amigo
    O vento tem sido presença constante nos últimos dias, é verdade!!!
    Mas, a minha vinda aqui hoje, é para convidar para o cocktail que ofereço, durante este dia especial para mim.
    Estarei à vossa espera, num lugar magnífico que reservei.
    No entanto durante todo o dia, as bebidas estão à disposição bem como este ano uma surpresa...

    Bom fim de semana.
    Beijos e abraços.

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  30. arcádico poema, poeta, em que o campo, com suas biodiversidades de seres e pareceres e apareceres, de preces e pereceres, desbarata a cidade, onde somos apenas solidão de indivíduo.
    meu abraço,
    luis de la macnha.

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  31. Deixei-te no Alfazenite um selo de amizade...

    Dê continuidade se assim quiser

    Abraço grande


    Hanah

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  32. E foi assim...no sorriso do tempo
    Envelhecido pelo vento!...
    Mas com cara feliz por perdurar
    Que passei deixando o verbo amar...
    e um lindo domingo.
    Beijinho prateado com carinho
    SOL

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  33. Assim me ensinaram os perfumes da urze, que chegam de longe,
    o estorninho escondido dos olhares, desconfiado dos destinos.
    Aqui na cidade não existe esse perfume .

    linda poesia


    bom domingo

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  34. Brilhante e Admirável Amigo:
    Como é magnífico ler o que escreve com uma paixão terna e doce. Plena de uma sensibilidade que é sua.
    "...a serenidade do eterno pastor imperturbável...".
    São relíquias incalculáveis que tudo e todos envolve. Conquista e cativa.
    Simplesmente, admirável!

    Abraço forte de amizade.

    Com muita estima e respeito.

    pena

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  35. "Assim me ensinaram os perfumes da urze, que chegam de longe,
    o estorninho escondido dos olhares, desconfiado dos destinos..."

    Gosto de solidão procurada num exílio doce e intenso... Poema maravilhoso!

    Um beijo para ti...

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  36. Este poema leva-me para o canto onde nasci. Lá, chega-me o perfume da urze, da esteva, do rosmaninho, a pae que muitas vezes necessitamos. Quanto aos cravos, amigo,trá-los. São tirados da net mas ainda que fossem meus, poderias trazê-los sem pedir. Quem te vai levar este postal "Ir", um dia destes, sou eu.

    Beijinhossss, Zé e continua a poemar e a observar os astros.

    Bom domingo!

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  37. Lindo poema que transmite a serenidade da natureza, percepção. Um silêncio repleto de sentires. Delicioso.


    Beijos com carinho

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  38. "que soa entre as árvores, o trânsito liberto, perpétuo, das seivas,
    a exacta, útil degenerescência do conceito urbano de solidão."

    Amo essa solidão que desamarra os nós e faz surgir a poesia em sua plenitude. Lindíssimo! Poesia encantada a tua.
    Grande abraço.

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  39. No conceito urbano da solidão caminha-se mergulhados na imensidão de vozes, pessoas ...Vidas. No entanto a vivência é só.
    Que o vento traga aragens diferentes e aconchegue as almas que vivem na busca ...

    Um beijo e boa semana

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  40. A serenidade encontra-se entre os nosso olhar e as formas "fulgurantes do silêncio".

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  41. Querido Vieira, neste seu poema com sutis toques de prosa, pareceu-me "ouvir" um pastor de versos, que se abre ao vento da campo e também da cidade. Que lindo! Beijos.

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  42. (...)Assim me ensinaram os perfumes da urze, que chegam de longe,
    o estorninho escondido dos olhares, desconfiado dos destinos.


    Como sempre estes teus poemas acompanham o meu dia.
    Excelente, Vieira.
    Jinhos mil

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  43. qdo o vento nos leva, desde que não seja uma tempestado, é bom ir...n sei onde nem pk, mas ir...

    sensação boa essa.

    obrigada pela visita!:)

    kiss

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  44. Hoje não me apetece comentar..., apetece-me apenas deliciar-me e guardar só para mim todas as emoções que saltam da tua escrita.

    Beijinhos e até breve.

    Egoísticamente (risos), Lyra

    ;O)

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  45. um encanto

    a poesia transformada em brisa suave

    um beijinho

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  46. É o vento a interpretar.
    ---------
    Eu direi; interpretar 'o vento'.
    Fica bem.
    Um abraço.
    Manuel

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  47. Poesia com cheiro de terra e o vento a espalhar o perfume agreste...
    Uma semana abençoada!
    Beijos

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  48. no sossego dos lugares, os perfumes da urze, inebriam os sentidos.
    Estou convocando os Amigos para uma passagem pelo Sexta-feira, no próximo dia 24 de Abril.
    Ficaria feliz com a sua presença.
    Um abraço

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  49. Ah, como eu aprecio me deixar levar por este vento...
    Solidão pode ser mesmo uma grande companheira!
    Abraços, Jacque

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  50. o vento
    que me toca:
    sentimento.

    beijos.......; )

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  51. E interpreta os nossos sonhos...
    Arrasta-nos, obriga-nos a enfrentar os medos também...
    Paira sempre no ar perfumes inesquecíveis....
    Obrigada pela companhia e visitas...
    Beijos e abraços
    Marta

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  52. Passei te desejando um fim de semana leve, suave, lindo, cheio de amor...desfruta dele!...
    Beijinho prateado com carinho
    SOL

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  53. Em caminhos percorridos... a solidão acompanha-nos em toda a sua nostalgia

    Lindo!

    (*)

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  54. Encontrei-me neste poema onde o vento transporta ao silêncio e à solidaço também.Oreciso ler seus livros!!! Vou tentar encontrálos.

    Grande mestre da poética,

    Um abraço

    Mirze

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