.
A redescoberta que é ver o pó, cheirar o pó,
cheirar a pó. É um rumor inerte, um retrato
tangível de outras memórias perfurantes,
um vazio entre azuis e baços no chão da terra
gritando segredos abatidos ao silêncio ileso.
Praticar a ciência do pó é viajar pelos gelos
da montanha, um texto insondável de signos
sobre a água, reminiscência doutras águas
de apenas a cognição nua, virgem, das fontes
é desvendar a erosão, o murmúrio de colunas
gregas, efémeras, a inocente exaltação das aves
assim que o sol reacende a festa inadiável
e contemplar uma indústria sem nome e sem data,
sem prólogo, divina, puríssima, demoníaca.
Poema por Poema:
ResponderEliminarRESPIRAÇÃO
Respirar
Ao fundo
Das ondas
Alargadas
Do universo
Respirar
De maneira simultânea
Com
Os peixes voadores
Que nos cruzam
Os sonhos
Respirar sem fim
Respirar sempre
Respirar sómente
Semana em paz para si!
S.
E só nos resta o pó, é o que seremos, e nada mais, adorei seu blog, grande poeta!
ResponderEliminarVieira! Senti nostalgia entre as palavras, em belos versos!
ResponderEliminarQue sua semana seja de realizações!
Beijos
só cheiramos a pó, se não vivermos isolados e estagnados.
ResponderEliminarse nos aproximarmos das coisas o suficiente para as conhecer/viver na viagem que a vida nos permite.
até ao momento em que, como gustavo chaves disse, seremos nós pó.
Um poema lindíssimo, com uma certa tristeza, mas de facto lindo!
ResponderEliminarBeijinhos
Muito bom, um pouco triste, mas como sempre muito bom.
ResponderEliminarexcelente poema. mais um. que compartilhas. para prazer nosso.
ResponderEliminarabraços
Retribuindo a visita que me fizeste, encontro aqui um grande escritor, com textos belíssimos.
ResponderEliminarGostei.
Voltarei mais vezes.
Um dia é o que todos seremos ... Pó.
ResponderEliminarFoi um prazer ler-te e fazer esta viagem contigo.
Um beijo, boa semana
Na verdade, só a arte consegue elevar-nos acima do pó. Belos versos, parabéns!
ResponderEliminarPensamento bem profundo a dar consistência a estas palavras... feitas de pó...
ResponderEliminarDeixo um beijinho!
Obrigada por ter gostado das imagens do blog.
ResponderEliminarBeijUivoooooooooossssss da Loba
Obrigada por ter gostado das imagens do blog.
ResponderEliminarBeijUivoooooooooossssss da Loba
Vieira Calado,
ResponderEliminaro pó renasce no tempo em infinitas particulas sempre renovado...
Se ele assenta sobre a vida é porque o tempo o permite...a isso chamamos existir!
UM BOA NOITE!!
Vieira: sua poesia...consegue nos levar a lugares distantes...linda!!
ResponderEliminarAbraços carinhosos.
Intenso, este seu pó. Abraço
ResponderEliminarAqui está um poema, para mim, incomentável. No sentido de não saber acrescentar-lhe nada.
ResponderEliminarCheirar a pó, é a minha incompetência para descrever os sentimentos que alguns dos seus poemas libertam...
ResponderEliminarUm abraço
Grata por compartilhar um pouco do seu conhecimento referente ao meu post sobre o Fandango e a Nau Catarineta.
ResponderEliminarEsse seu texto sobre o pó me lembrou o livro A Bússola Dourada de Philip Pullman que irá estrear no cinema em dezembro.
Beijos bailados.
Olá VC
ResponderEliminar"assim que o sol reacende a festa matinal"
Ou seja, assim que amanhece, sinto eu.
Este pó´, caro amigo, "cheira-me" ao pó do espaço, entre as estrelas, poeira do espaço.
(será , talvez a metamorfose, infinitamente pequena dos "seus" meteoritos, do "outro VC", do lado?)
Aqui os meteoritos aparecem já desfeitos pela erosão dos tempos(talvez devesse escrever Tempos, com maiúscula) em poeira cósmica.
Mas este pó não são cinzas.(Não te enganes Gi)
São metais incandescentes.É vida galáctica. Somos nós.( também).
O VC volta às origens - virginais colunas gregas- o principio do conhecimento.Da História.Segue um bilhete postal para Sócrates, Aristótales e Platão, os fundadores que nos estão a olhar, desconfiados da "outra dimensão".
daqui, com amor para si , esta virtualidade da
O Universo esfriou, então vem o gêlo, a seguir nos degraus da História.
Bom, meu amigo, a cognição nua é a do magma e da água ( depois de passar pelo gêlo)
Nesta visão, leitura do seu poema, não encontro lugar para um silêncio passado, mas para o silêncio , simplesmente flutuamos no espaço, silenciosamente.
Choca-o que até o W.Disney faça cinema,videos, banda desenhada,sobre este percurso do seu amado Universo/Tempo.
"Sim choca!" respondeu-me o VC, acendendo mais um cigarro.
A indústria da História, VC.
errata
ResponderEliminar"aqui para si esta virtualidade, com amor"
teria de vir no fim do comentário, não no meio, como acontece.
mas como a vida é imperfeita não vou apagar o comentário.
fica a errata.
É um grande honor para mim Sr. Vieira Calado, um comentario seu no meu blog. Muito Obrigada.
ResponderEliminarFico muito contente com a sua simpatia.
ResponderEliminarDeixo muitos beijinhos!
que o pé seja varrido, que fique o poema........
ResponderEliminarbeijos e boa semana, querido
MM.
Lindo!!!
ResponderEliminarComo sempre. :)
Beijinhos
Sobre aquela perguntinha :))) para mim é uma honra.
ResponderEliminarSobretudo agora que ando por lá a saltitar com vontade de voltar, rimei e tudo!
Resta-me dizer só uma palavrinha: obrigada...
Lindo este teu poema...
ResponderEliminarJinhos
Só mesmo um poeta faz do pó um poema, e que belo poema...
ResponderEliminarDoce beijo
bom dia para si VC
ResponderEliminarpassei.
Um vazio entre azuis baços no chão da terra gritando segredos abatidos ao silêncio ileso... a magia das palavras, sempre presente.
ResponderEliminarUm abraço
O pó...que se diz ser a matéria básica e o resultado final!
ResponderEliminarBjs.
Vieira,
ResponderEliminarsuas visitas para mim já são uma grande poesia...
Abraço grande
É bom vir aqui e saber que tá "renovado"
ResponderEliminarÉ bom ver quanta gente vem também.
Retrato tangível de outras memórias perfurantes.. Que belo verso a trazer-me retratos intangíveis, Poeta...
ResponderEliminarOlá Vieira Calado, não vou comentar o seu poema.
ResponderEliminarÉ muitíssimo lindo e eu não teria palavras.
Deixo-lhe, um beijinho com todo o respeito e carinho.
Fernandinha
pó das estrelas.
ResponderEliminarAcabo de nomear, no meu blogue, "Vieira Calado" para o prémio de visitante destinado a distinguir, pela assiduidade e qualidade, os comentaristas. Esperando que dê continuidade à corrente volto a felicitá-los uma vez mais por este magnífico espaço.
ResponderEliminarOie Vieira, passei pra lhe ver e deixar beijinhos.
ResponderEliminarLindíssima poesia. Recheada de metáforas, analogias. Gosto de escritos assim.
ResponderEliminarObrigada por ter passado em meu blog e desculpe por não ter vindo logo. É o tal do tempo, esse algoz.
beijo poeta.
Feche os olhos,,, e o pó permite outros horizontes,,,
ResponderEliminarGostei da poesia... das palavras ásperas deslizando sentido em cada verso,, gostei mesmo!
Abraços e transatlânticas invenções!
Belo, sentido, profundo
ResponderEliminarSempre um enorme prazer a sua leitura
Deixo votos de um bom fim de semana ... sem pó:)))
(*)
Gosto de te ler.
ResponderEliminarAbraço grande para ti.
Os poemas surgem do pó e dos olhos, porque o belo é inadiável.
ResponderEliminarAbraço
Boa descoberta, seu blog. Abra�o do outro lado do mar.
ResponderEliminarDiferentes os dias, tal como os sentires. E hoje cheira-me a pó de um rumor inerte tangível de outras memórias...
ResponderEliminarUm abraço
"Do pó viemos e ao pó retornaremos". Enquanto isso, a gente vai caminhando entre seus grãos e enxergando suas várias nuances, como as tuas belas e inteligentes palavras nos apresentam.
ResponderEliminarUm ótimo fim de semana. Beijo.
Vim por recomendação de amigos e não dei por perdido o tempo.
ResponderEliminarPoesia onde a estética da palavra desemboca na esquina da razão.
Parabéns
Mel de Carvalho
www.noitedemel.blogs.sapo.pt
www.maresiademel.blogs.sapo.pt
(...) um vazio entre azuis e baços no chão da terra
ResponderEliminargritando segredos abatidos ao silêncio ileso.
Ler e sentir o que escreves, querido Vieira, é sempre um prazer. Obrigada.
Beijos
estamos cobertos pelo pó ao qual retornaremos impávidos na hora de nossa morte.
ResponderEliminarpara si VC
ResponderEliminar"Li poetas maiores
Reli poesia
Bela
Cheia de fantasia"
com amizade
VC
ResponderEliminarComo é que alguém, no seu perfeito juízo, poderia pensar que a poesia "era" para ajudar a adormecer?
esta era a pergunta que eu faria à astrid
Bjs
Belissíma mensagem esta. Tdos nós somos pó e caminhamos para o pó mesmo quando nos elevamos acima dele. Como dizia Jorge Luís Borges "as bigornas e os crisóis da tua alma trabalham para o pó e para o vento". Mas enquanto a vida pulsa, o coração ama e os olhos contemplam a beleza do mundo, uma visita a este cantinho faz-nos bem.
ResponderEliminarMais honrado não podia eu ficar pela visita de um escritor. Quero agradecer a sua visita. Venho comentar a frase deixada no meu blogue acerca da "Política Actual do Mundo" É verdade que muitas pessoas não sabem quem foi Marquês de Sade. Foi por ter sido quem foi, que esta frase tem mais sentido para mim. Sade foi um aristocrata francês, escritor de pornografia violenta e pelo desprezo dos valores morais e religiosos. A maior parte da sua obra foi escrita num hospício. Sade, termo que foi definido pela medicina como Sadismo. Era um individuo que apelava ao prazer físico violento quer a nível pessoal como aos seus companheiros. A Obra cinematográfica "Quills" - As penas do desejo, retrata um pouco a vida de Marquês de Sade. Tudo o que eu disse não é novidade para si. O que eu pretendo ao colocar esta citação de Sade, é mostrar que como um homem com tendências sociais repugnantes e considerado um louco, tinha os seus momentos lúcidos e talvez com estas frases atingia um objectivo muito próprio. Não esqueçamos que muitos loucos, ou considerados como tal, quer para o bem quer para o mal, tiveram o seu momento histórico. Sade como dramaturgo e também filósofo e sendo um materialista, não deixou de apontar o dedo ao seu próprio pecado e falou dos governantes. Nessa citação que ele escreveu vejo actualmente a Política do Mundo. Se ele já via que poderemos dizer nós do que vemos diariamente. Um forte Abraço.
ResponderEliminarA redescoberta de qualquer coisa pode trazer-nos muito pó, às vezes, um pó incomodativo, no entanto, há redescobertas que nos envolvem com algo inquieto, mas sugestivo.
ResponderEliminarGostei muito do seu poema. Muito bem construído e com uma mensagem interesante.