terça-feira, 23 de novembro de 2010

CREPÚSCULO

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Anuncia-se num ciclo de crepúsculos efémeros
a velocidade do tempo, o seu fluir fantasmagórico
indiferente aos ecos, aos espasmos dos corpos.
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É o cerco usual das evocações extintas
em outras cerimónias de exaustão, fogueiras
transformadas em pedra, vestígios de vertigens.
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Ilumina as neblinas com um prelúdio de sinais
que escondem o rasto das coisas, o seu halo
redundante, como um violino voando ao vento.
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E esvanece a sedução dos tranquilos dias, na voz
duma espiral em desequilíbrio, na nudez das horas,
um pântano onde caem as pétalas duma flor vazia.
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em  "Por detrás das Palavras", edição MIC, Estoril, 2002, esg.
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A 2ª edição está para breve, no Brasil.