sexta-feira, 21 de maio de 2010

POEMA AO PAÍS


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Por todas as razões o país afunda-se
pela míngua
pela sorte dos sem sorte
pela luz que se afoga ao fundo do
tempo
pelo frio
pela velocidade com que os sedimentos apenas se diluem
na mágoa
pelas histórias repetidas
da história
pelos números
pelas letras
pelo anti-ciclone dos açores
a arredar-nos dos restos do mundo
e principalmente por um ciclone numa seara verde
varrida pelo amarelo
Lagos, Maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

RUA SEM NOME


......Casas #3
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Também há uma rua sem nome, na cidade:
um caminho obscuro, em laje de basalto
cheio de perplexidades e redundâncias,
com um arco-íris num dia sem sol
 .
um caule tardio na incerteza dum pátio
ou a cicatriz duma lâmpada, no escuro
das casas disformes, desfeitas em barro.
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É uma rua estreita habitada por sombras
de fogos extintos, numa transparência antiga
própria dos répteis que abalaram o planeta.
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Não tem nome nem crisântemos às janelas,
é uma rota obstruída pelas ladeiras do sal
ponto de referência, aliás, da tranquilidade.
em "Causas de Habituação", a publicar