quarta-feira, 11 de março de 2009

LAGAR DE AZEITE

















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Dizem do modesto ramo de oliveira a paz
e dizem-nos do seu ditoso fruto a luz
que iluminou as noites de reflexão dos gregos.
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Só por isto eu teria de louvar o puro azeite,
este lugar eleito, este lagar de azeite
onde a prensa arrebatava a flor dos fluídos
que dão perfil e força às veias da memória. 

Também nos dizem do primado do seu reino
de enfrentar o frio, a decrepitude, os rudes sóis
e nos proteger do estertor fatal da morte
graças à excelência dos seus delta colestróis.
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Mas mais que tudo pelo paladar, o gosto antigo
no bacalhau e noutros pratos celebrados,
na sardinha em lata como era nesse tempo,
na caldeirada, nas cavalas, nos charros alimados
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...Este poema e foto fazem parte do livro ALGARVE ONTEM

domingo, 8 de março de 2009

HOMENAGEM À MULHER

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Belo

é caminhar por entre o verde

saber que se ganha e que se perde

e ficar-se a sorrir, sempre.

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Belo

é ver cair à volta o mundo

ouvir-se o lamento do moribundo

e ficar-se a rir eternamente.

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Belo

é não pensar, não ler, fantasiar

e nas grandes noites

apenas sonhar, sonhar.

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Belo

é o grande mar, o céu azul

e o doido que ri

sem saber o que quer ou o que não quer.

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Mas o mais belo de tudo

é a mulher.

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Todo o belo que existe cabe em si.

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em POEMAS PRIMEIROS (reedição)